Capítulo Quatro: O rei aparece.

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Após encontrar toalhas de banho me encaminhei em direção ao grande banheiro de porcelana que me aguardava, olhei do chuveiro para a banheira apenas uma vez, não demorei a enchê-la e jogar todos os sais de banho que achei dentro da mesma.

Cada minuto submersa dentro daquela imensa banheira havia me servido de tempo para pensar, claro que havia a possibilidade de Jin ou Yoongi aparecer a qualquer momento e tentar me matar afogada, porém desde que eu fosse enterrada tendo cheiro de lírios em todo o meu lindo e massacrado corpo, eu poderia descansar em paz.

Em algum momento nesses últimos seis anos eu havia me transformado em uma rocha, sempre pronta para correr e obedecer minha mãe. Eu não havia chorado quando soube que papai morreu, muito menos quando senti o corpo gelado de meu irmão em meus braços. Depois de estabelecida em EUA achei que mamãe iria falar sobre o que havíamos passado e explicar-me mais sobre o artefato que a mesma havia roubado, artefato esse que havia nos custado a vida e a liberdade, porém, como de costuma, obtive apenas silêncio.

Agora eu estava sozinha. Sem nenhuma arma a meu favor, nem mesmo um exercito a espera de meu grito de comando. E eu não sabia o que mais me apavorava.

Respirei fundo enfiando-me por completo dentro da água, em outros tempos eu poderia ficar minutos ali, no entanto eu já não estava mais no tempo de brincar com o pouco de vida que ainda me restava.

Voltei a submergir passando as mãos por sob meus cabelos molhados, abri os olhos encarando a suja água que me rodeava, e no meio da mesma um pequeno papel boiava, poderia não ser nada, porém, no mundo em que eu habitava não existia apenas coisas ao acaso.

Pego o mesmo com cuidado e logo noto que a na realidade se tratava de uma pequena bolinha de papel, saiu da água e ando pelo banheiro não me importando com a bagunça que faço, ando em direção ao pequeno secador deixado no grande balcão de maquiagem.

Enxugo minhas mãos com uma pequena toalha de mão e o pego ligando-o a tomada e tendo o maior cuidado possível para secar o minúsculo papel embolado. Alguns minutos depois com delicadeza faço meu melhor para abri-lo, reconheço a letra de minha mãe logo de cara e me assombro ao notar que um endereço havia sido anotado ali, apesar de não reconhecer o local onde o mesmo indica, sinto uma pequena esperança brotar em meu peito.

- Você fez uma bagunça e tanto – diz uma voz feminina assustando-me, viro-me ao som da mesma colocando-me na frente do papel.

Uma figura magra e fardada encara-me dos pés a cabeça e arqueia suas finas sobrancelhas quando seus olhos se fixam em meus seios. Qual é? Eles nem são tão pequenos assim. Pigarreio sentindo-me envergonhada por sua checagem.

- Você veio para arrebentar a minha cara? – indago.

- Meu nome é Sook, sou soldado do Rei e não tenho permissão de lhe causar nenhum dano grave – diz adentrando ao banheiro, engulo em seco e jogo o secador dentro de uma gaveta arrastando o pequeno papel consigo.

- Nenhum dano grave? Imagino que isso lhe da abertura de fazer outras varias coisas – digo, encarando-a pelo espelho.

Sook sorri de lado e me atira uma toalha de banho, viro-me rapidamente a pegando no ar, a soldado olha-me intrigada e se aproxima.

- Não parece ter vergonha da sua nudez – diz aproximando-se. Sorriu tristemente enrolando-me em minha toalha.

- Um dos rituais para ser uma comandante é aprender a lutar em locais selvagens nua, os cortes e açoites doem mais quando não há tecido que possa proteger a pele – digo, terminado de me enrolar.

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