Pois é, é estranho explicar o porque de eu ter medo das pessoas, bom, é simples.
Elas são nojentas.
Sim, nojentas.
Os humanos não conseguem conviver em paz, não conseguem se ajudar, apenas pensam em suas próprias vidas, apenas seguindo uma linha reta onde a sociedade o espera para manipulá-lo.
Os humanos me dão medo, eu odeio minha própria raça.
Mas eu aprendi a amar de uma forma diferente, e agora tenho esperanças que algum dia o mundo fique melhor.
E bem, eu aprendi a amar as pessoas, eu aprendi a conviver com elas, por conta de apenas uma, que deu o seu melhor para me ver bem, tanto quanto de saúde física, tanto quanto mental.
Bom, eu estava isolado em minha casa e nunca tive vontade de sair dela, apenas para estudar, pois era algo que eu tinha que fazer.
Mesmo sendo tão difícil, eu tentava o meu máximo.
Sim, era como um sacrifício, o meu pavor era muito grande, eu não podia chegar perto de outras pessoas que eu entrava em pânico, eu não sabia reagir, eu não sabia me comunicar, ou seja, eu apenas ficava sentado no lugar mais invisível de todos.
Mas não adiantou muito, pois uma delas, uma de muitas, estava me vendo naquelas condições.
Bom, ele se aproximou de mim, ele que puxou conversa, ele que fez tudo primeiro.
Eu apenas recusava, na verdade, nem isso, eu não conseguia falar um "não".
E ele acabou sendo insistente.
Ele não queria me ver sozinho, era como se um pequeno pincél estivesse fora de seu lugar, mesmo que fosse pequeno, fazia uma grande diferença.
Bom, eu acabei me acostumando com sua companhia, mas eu não o respondia, ele conversava sozinho, e para ele, eu era apenas um bom ouvinte.
De vez enquando eu dava algumas risadas.
Ele era engraçado.
Mas eu não gostava de rir, não queria que ele pensasse que fosse um avanço.
Mas na verdade foi.
Um enorme avanço.
O tempo passou muito rápido, e ele ainda estava alí.
Ele não desistiu de mim nem por um segundo.
Ele sabia que eu precisava de ajuda.
Ele sabia, ele sabia que eu precisava de carinho, amor, atenção, ele sabia que minha cabeça estava uma neblina, ele sabia, mesmo eu nunca tendo o falado nada.
Ele sabia apenas pelas minhas expressões, pela minha forma de reagir, coisas simples.
ele realmente era como um psicólogo.
Após um tempo, eu acabei me acostumando com sua presença diária.
Eu estava bem, eu acabei me sentindo confortável pela primeira vez em muitos anos.
E também, pela primeira vez, eu conversei com ele.
Pude ver o mesmo mudar sua expressão rapidamente de calma, para uma assustada e contente.
Ele havia ouvido minha voz pela primeira vez. As pessoas se assustam mesmo.
Minha voz é calma e grave, tanto quanto o meu eu, calmo, mas agitado por dentro.
O garoto apenas sorriu, pude ver suas presas fofas e adoráveis.
Eu acabei sorrindo junto dele.
Falei meu nome apenas uma vez.
Ele disse que era lindo, como eu.
Pude sentir um formigamento nas bochechas, logo elas estavam quentes, até minhas orelhas estavam.
Vejo o mesmo rir, apenas fico sem entender.
Após o ocorrido, eu acabei conversando com o mesmo, e ouvir minha voz estava me deixando melhor, eu podia me sentir bem.
Conseguir ouvir a sí próprio, não deixar as coisas presas dentro de sí mesmo, e soltar tudo, era algo relaxante.
As conversas apenas melhoravam, meu humor estava ótimo, e dalí em diante, eu não conseguia ficar mais sem o mesmo.
Era como se alguma coisa faltasse, ele havia se tornado parte de mim.
Ele acabou me completando.
O garoto que me mudou por completo.
Mudou minha forma de enxergar, minha forma de amar, minha forma de me comunicar, tudo, simplesmente tudo.
Eu podia ouvir as batidas do meu coração, ansioso na espera do tal garoto que mais parecia um filhote de cachorro.
E assim, acabei me apaixonando pela primeira vez, como é de se esperar.
Muitas primeiras vezes.
E bom, mais uma delas, foi ter me confessado.
Eu acabei falando que gostava dele, falei tudo o que eu pensava, eu botei tudo para fora.
Me senti muito envergonhado.
Aquilo era uma humilhação.
Mas apenas pude ver um grande sorriso na parte do mesmo.
Ele riu.
Apenas ri junto.
Eu não tinha entendido, mas ver o mesmo feliz, me fazia feliz.
Assim que parei de rir, senti o mesmo segurar minhas mãos.
Ele me fez levantar, e com todo amor, me abraçou.
Ele me abraçou e começou a rir baixinho.
Retribui o abraço de maneira desajeitada, nunca tive um contato tão grande com uma pessoa.
Muito menos sentimentos tão fortes.
Assim que o mesmo me soltou, ele apenas acaricia meus fios.
Me olhando no fundo dos olhos, e me perguntando com calma :
"Wonwoo, você realmente me ama?"
Eu apenas concordei com a cabeça.
Nunca tive tanta certeza em minha vida.
E em um breve piscar de olhos.
Pude sentir seus lábios aos meus.
Eu havia me assustado, segurei seus ombros e apenas o segui.
Quando nossos lábios haviam se separado, senti meu rosto queimar.
O mesmo riu novamente, e me deixou mais alguns selares pelo rosto, até chegar em meus lábios.
Aquilo foi mágico.
Foi algo novo e despresível.
Kim Mingyu.
O garoto que me mudou por completo, e me fez me apaixonar pelas suas pequenas ações.
Como algo pequeno, consegue se tornar tudo, tudo na vida de alguém.
Mingyu foi a prova disso, e apenas o agradeço.
Pelo amor, carinho, calma, paciência, e por nunca ter desistido de mim.
Eu o amo, eu apenas amo.
Kim Mingyu, obrigado por ser minha âncora nos meus piores momentos, eu te amo.
Eu te amo.
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Agorafobia ; [Meanie ♡
Teen FictionWonwoo tinha medo das pessoas, mas amava apenas uma em específico ...