Capítulo Oito: Passado

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Sento-me sobressaltada olhando para todos os lados. As cobertas caem sob meu colo e noto o fino tecido da camisola que reveste meu corpo dolorido. Respiro fundo sentindo-me sem ar, as imagens do dia anterior invadem minha mente. A luta, Jungkook aparecendo, Jimin sendo levado. Jimin!

Empurro as grossas cobertas e piso no chão frio, corro em direção à porta e a puxo, porém a mesma não se abre, solto a maçaneta e a encaro. Volto a forçá-la, mas a mesma mantém-se intacta. Solto uma risada nervosa e afasto-me da mesma, levanto a barra de minha camisola e mesmo sentindo meu pé doer como o inferno, uso toda a força existente no mesmo acertando-a em cheio.

Ela balança com fervor, mas ainda mantém-se parada, sem me importar com a movimentação por detrás da mesma ou com a dor que sinto, repito o movimento dessa vez causando o efeito que anseio. A porta se abre revelando dois soldados, ponho-me em posição de ataque e vejo os mesmos seguirem a mesma linha.

- Espero que estejam com um décimo do ódio que eu estou, caso contrario, já aviso que isso irá doer um pouquinho – digo irônica, os dois se entreolham, mas não saem de suas posições, sorriu debochada e avanço sobre eles, mas uma voz profunda para nos detém.

- Já chega! – grita.

Ouço o som de seus sapatos ecoarem pelo corredor, engulo em seco e ergo-me ficando ereta. Os soldados a minha frente se viram em sua direção, eles o saúdam e o dão espaço para passar, pequenos movimentos de respeito que apenas deixava-me claro que sim, ele havia chegado onde queria.

Jungkook aparece a minha frente em um terno preto feito sob medida para o mesmo. Ele mantém uma de suas mãos dentro de seu bolso, mas com a direita checa a maçaneta da porta que arrebentei, um pequeno sorriso aparece no canto de seus lábios, mas no instante em que percebe que ainda há certa platéia a sua volta sua expressão se fecha novamente.

Com movimentos sutis e leves ele levanta seus olhos até mim. Seguro o resto de ar que tenho em meus pulmões e mantenho-me parada, ele ergue sua mão dispensando os guardas, que o saúdam uma ultima vez deixando-nos sozinhos.

Ele adentra ao quarto e empurra a porta escorando-se na mesma cruzando seus pés. Seus olhos vazios encaram-me, e de repente mesmo estando coberta pela camisola sinto-me nua sob seus olhos.

- A porta estava trancada – diz. Sua voz atinge meu coração com a mesma intensidade que sua presença, forço-me a manter minha atenção vinculada a imagem de meu irmão preso ou morto o que funciona, pois volto a sentir-me tão irritada quanto estava ao despertar.

- Serio? Pensei que era falta de óleo – respondo-o sorrindo irônica. Jungkook estreita seus olhos e da um passo em minha direção.

- Isso não se trata mais de uma de suas brincadeiras – diz ríspido, dou um passo em sua direção e franzo o cenho.

- Acho que fui capaz de notar isso quando meus amigos foram enviados para me matar e quando eu fui enviada para torturar meu próprio irmão – grito, Jung trava seu maxilar e pressiona seus finos lábios um contra o outro – Onde ele esta? Para onde o levaram? – indago.

- Esqueça ele – diz dando-me as costas. Dominada pela raiva me lanço em sua direção o puxando pela lapela de seu paletó.

Jungkook puxa meu braço pondo-me a sua frente, pressiono sua garganta com minha mão livre no mesmo instante em que o mesmo chuta meu estomago com seu pé. Caiu para trás abrindo a porta que termina de se quebrar soltando-se da parede, no entanto, antes que a mesma caia sobre mim, Jung a segura.

- Não se esqueça que nos formamos juntos, assim como você é a única capaz de me matar, eu sou o único capaz de matar você – diz, jogando a porta ao meu lado.

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