31 de janeiro de 2026
Exaustão.
Era a palavra que descrevia Rodrigo Caio ao fim de cada dia. Aos trinta e dois anos de idade, o zagueiro rubro-negro se preparava para a partida do final de semana que era contra o Fluminense e sabia que precisava manter o foco e o porte físico para uma boa atuação, afinal, ele não era mais um menino.
Rodrigo amava o Rio, apesar de Paulista, foi para no estado carioca que passou os últimos anos de sua vida e foi nele que sua ela começou a mudar verdadeiramente.
A mudar completamente.
Não apenas profissionalmente falando.
Mas também pessoalmente.
- Papai! - A voz fina de Júlia foi ouvida pelo jogador assim que ele fechou a porta de sua casa.
- Oi, minha vida. - Rodrigo disse se abaixando para pegar sua pequena filha de cinco anos nos braços.
- Eu estava com saudades do senhor. - A pequenina disse abraçando o pescoço de seu pai.
Júlia era uma criança adorável. Exalava amor e carinho para todos em sua volta, ela podia não perceber, mas era com o seu jeito dócil e amável que a filha puxava o pai pouco a pouco para fora de um poço que ele insistia em afundar dia após dia.
- Seu Rodrigo. - Ana, a babá de pouco mais de cinquenta anos chamou a atenção do patrão. - A Julia já comeu e o Pedro também, ele está assistindo a um desenho animado no quarto.
- Muito obrigado, Ana. - Rodrigo agradeceu.
- Eu posso ir para casa? - A senhora perguntou.
- Claro. Te vejo amanhã. - O jogador disse com um sorriso fraco, sentindo as pequenas mãos de Julia assanharem os cabelos do pai.
O zagueiro observou a funcionária caminhar até a porta de sua casa e não tardou em fazer o caminho contrário, subindo as escadas até o segundo andar afim de matar a saudade que tinha de seu filho menor.
Ele empurrou com cuidado a porta do quarto da criança para não assustá-lo e viu Pedro deitado em sua cama, assistindo ao seu desenho animado favorito.
Ele era igual a Helena e, por este motivo, o jogador não cansava de observar o filho de três anos.
- Ei, filhão. - O jogador chamou o garoto e sentou-se ao lado dele com a filha em seus braços.
- Oi, papai. - O pequeno disse se aproximando do pai, para deitar a cabeça sobre a perna do mais velho. - Assiste desenho comigo. - O pequeno pede com os olhos azuis redondos esbugalhados, exatamente como os da mãe.
- Assisto, meu amor. - Rodrigo disse se ajeitando na cama. Deixando Pedro deitado em sua perna, enquanto Júlia encostava a cabeça em seu peitoral.
Rodrigo não sabia qual a história do desenho, nem o nome dos personagens, mas não se importou. Enquanto os filhos estavam atentos a animação que passava na TV, o jogador os observava com atenção.
O semblante calmo de Júlia que sempre fora dos filhos a mais quieta, e a feição animada de Pedro que não disfarçava sua rebeldia nos dias mais agitados.
Ambos provenientes de um único amor.
Do amor que Rodrigo sente pela mulher de sua vida.
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Impressionando Os Anjos || Rodrigo Caio
FanfictionComo é que 'tá aí? De você faz tempo que não ouço nada Fala um pouco sua voz 'tá tão calada Sei que agora deve estar Impressionando os anjos Com sua risada Impressionando Os Anjos - Gustavo Mioto