Sinto saudades da infância e de como tudo era mais bonito. Eu não via a maldade do mundo com olhos de revolta, vivia no meu mundo e na minha fantasia.
Até os meus 14 anos, minha mente funcionava rapidamente, ideias surgiam o tempo todo, e eu escrevia freneticamente, como quem quer alimentar um faminto, ou simplesmente pôr pra fora o que sufoca a alma. O desespero, a raiva, a dor, a melancolia sempre me renderam bons textos, boas pinturas e algumas lágrimas. Não sei o que houve de errado comigo mas sei o que está errado quase que o tempo inteiro. Sinto raiva de mim e de como me perco, cada ano é um labirinto diferente e todo o amor que eu recebo nunca parece suficiente pra amenizar minhas loucuras, nem escrever consigo mais, não sei quem eu sou e nem se me importa saber. Mas convivo com uma completa estranha aqui dentro, não... Fora, dentro fico eu e ela faz aqui fora o que lhe é conveniente enquanto eu observo, parecendo calada mas grito tão alto que quase faço os céus ouvirem. Mas parece que eles nunca ouvem... Não me ouvem.
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a girafa amarela
Romancenada mais que fragmentos da minha alma que escorrem pelos meus dedos e fazem arte no telado, no papel, na parede, na tinta e nela.