Chove

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A chuva cai e me encanta.
Inclinada, despenca
Ao sabor do sopro do vento,
Essa água fina perdida
Vem de um céu que perdeu o azul,
Pois o que vejo é o acinzentado.
Ela, ao bater no chão, saltita
E provoca no ar uma vibração
Que nos alcança numa
Melodia ora suave, ou árida,
Distribuída num cadenciar
De percussão, cordas ou metais
Que me escorre e relaxa
Deixando viva uma preguiça
Que se estica ou se contorce
E não sabemos para onde vai.
Purifica e alivia a quentura do ar,
Presa no meu respirar.
Difícil suportar, aguentar,
Mas atrai um sono de  paz.
A pálpebra cerra e descansa,
Bloqueando um intruso qualquer.
Tudo se apaga e, num instante,
Descansa!

Poesias de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora