Com Você Por Mil e Uma Noites

Perdida em um mundo estranho

Harume Hazuno estava correndo apressadamente em direção à faculdade. Segurava vários cadernos e livros nas mãos e tentava segurar a bolsa em seu ombro. Por mais que corresse, sabia que iria chegar atrasada e conhecendo seu professor, imaginou que ficaria com falta. Mesmo assim, corria para conseguir entrar e pegar alguma coisa da matéria.

Correndo toda desvairada, agitava os longos cabelos pretos, o que a estava estressando, já que com o vento, os fios iam para o rosto, atrapalhando a visão e às vezes até entravam na boca.

– E agora? Onde coloquei minha carteirinha?

Harume começou a fuçar nos bolsos de sua calça jeans e depois em sua bolsa. Só depois de muito procurar, lembrou-se que havia esquecido a carteirinha em cima da mesa da cozinha.

– Ai, não acredito!

Estressada e cansada, a jovem foi para uma fila que ficava perto das catracas. Enquanto esperava sua vez de ser atendida, tratou de pegar sua carteira, assim poderia se identificar e entrar. Porém, para sua surpresa, também não a encontrou.

– Hoje não é meu dia!

A garota bufou. Visto que não iria conseguir entrar sem carteirinha e sem identidade, resolveu voltar para casa. Quem sabe conseguiria voltar e assistir a segunda aula?

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Assim que entrou em casa, Harume foi para seu quarto, procurar pela carteira. A primeira coisa que fez foi abrir uma bolsa que estava jogada no chão. Como não conseguia achar nada, devido às tranqueiras lá dentro, esparramou todas as coisas no chão, porém, o objeto procurado não estava ali. Virou o quarto de cabeça para baixo, mas não encontrou a carteira, ao invés disso, achou um objeto no armário que não lembrava estar ali antes.

– Isso parece com aquela lâmpada mágica do Alladdin!

Apenas por brincadeira, ela fez assim como na lenda e esfregou o objeto nas mãos, esperando sair dali um gênio e poder fazer seus três pedidos. A surpresa foi que a lâmpada começou a brilhar intensamente. Um clarão tomou o lugar, obrigando a garota a fechar os olhos fortemente. Sentiu a cabeça doer como se algo estivesse enfiando agulhas em si, mas logo a sensação sumiu e a luz começou a se desfazer.

Ela abriu os olhos e ficou olhando a paisagem à sua frente que não parecia fazer sentido. Até esfregou os olhos e piscou algumas vezes para ter certeza de que estava enxergando direito.

O chão coberto de areia, o céu azul e um sol que parecia derreter sua pele.

– Eu tô no deserto?

Harume olhava ao redor e não podia acreditar. Só podia estar sonhando ou ter ficado louca.

Sem entender o que tinha acontecido, começou a andar. Não tinha uma direção, afinal, nem sabia onde estava. Depois de andar por quase uma hora debaixo do sol, viu ao longe algo que parecia ser uma vila.

Cansada, morrendo de sede e fome foi andando o mais rápido que conseguia. Precisava arranjar comida, água e informações de onde poderia estar.

Ela avistou um homem que aparentava ter um pouco mais de cinquenta anos. Era bem alto, tinha a pele morena e os olhos claros. Reparou que a maneira que ele se vestia era bem esquisita, seus trajes eram como os dos contos de Alladin.

– Por favor, senhor... Poderia me dizer aonde estou?

O homem encarou a garota, reparando em suas feições, e pensou consigo: "Olhos puxados, branquela... Que menina diferente!"

Harume percebeu que o homem a olhava com estranheza. Provavelmente, ele estranhava sua camiseta regata, calça jeans e tênis tanto quanto ela estranhava as roupas dele.