O ultimo clã branco

Lauren

Ser a filha mais nova de dona Marta não era muito fácil, tinha apenas dez anos e não conheci meu pai, quando ele morreu eu ainda estava na barriga da minha mãe, o que sabia dele era o que minhas irmãs contavam, em suas histórias ele parecia ser um bom homem, gostaria de tê-lo conhecido.

Eu sempre fui esperta, embora não falasse muito, sabia de coisas que minhas irmãs e mãe não imaginavam, elas insistiam em esconder de mim e Sofia, nossa origem mística. Não foi difícil descobrir que somos os últimos lobos da linhagem branca, enquanto mexia nas coisas do papai, encontrei um livro sobre lobos.

A princípio, pensei que fosse apenas um conto, mas depois de ler algumas páginas, encontrei o sobrenome da nossa família no livro. Passei a entender do que se tratavam aquelas histórias, eram lendas sobre as linhagens dos lobos. A nossa era a linhagem Branca, uma das mais fortes linhagens existentes, foram atacados por caçadores e restavam apenas alguns membros, estando quase em extinção.

Não sabia ao certo se mamãe estava ciente dessas histórias, se soubesse, então queria dizer que ela não escondia de nós um simples segredo, havia muito mais coisa a ser revelada.

Decidi contar sobre minha descoberta à Sofia, de nós três, era a mais tapada, Anelise e mamãe faltam gritar o segredo em nossa cara quando discutiam, mas a bobinha nunca desconfiou de nada, sua única preocupação era ser a garota mais importante da escola, esses prazeres supérfluos da vida fútil eu fazia questão de desprezar.

Minha mãe não era uma pessoa do mal, eu a amava e entendia seus motivos para esconder algo tão importante de nós, talvez ela estivesse esperando o momento certo, mas pelo que andei pesquisando, estava na hora de Sofia saber sobre sua origem, ao que tudo indica, seus poderes se revelarão a partir do décimo sexto aniversário e ele já havia passado há dois meses.

Anelise claramente não tinha o menor conhecimento dos seus poderes, ela passava mais da metade do seu tempo discordando de absolutamente tudo o que mamãe dizia, em seu lugar, eu trocaria as brigas desnecessárias por conversas pacíficas de como encontrar uma maneira de dizer à Sofia que ela era um lobo branco quase extinto.

Modéstia parte eu me considerava a mais sensata das três, consegui descobrir sozinha minha origem, descobri que existem outros clãs de lobos espalhados pelo mundo e planejava contar à minha irmã do meio sobre seus poderes e habilidades antes que ela descobrisse e fizesse da nossa vida um verdadeiro inferno.

Havia um fato interessante sobre os lobos, cada um cada um tinha um poder específico, talvez a minha facilidade para aprender e descobrir coisas novas fosse o meu poder, não existiam registros de quantos poderes um lobo poderia ter, mas cada um possui sua peculiaridade assim como os humanos possuíam suas digitais. Me sentia ansiosa para que os meus poderes fossem revelados e não via a hora de descobrir sobre os poderes de Sofia.