Já parou para pensar como muitas das coisas acaba acontecendo em nossas vidas? Nem sempre nos agradamos das consequências de nossos atos, mas inevitavelmente no final sempre temos que colher o que plantamos.
Então, comigo aconteceu coisas que nem eu entendo, achava ser aleatório, coisa do destino digamos assim... Quero lhes contar um pouco sobre uma parte importante da minha história, não sei se irão gostar, porém espero que entendam que tudo tem um propósito e um motivo para acontecer!
Quando somos crianças as coisas são tão boas, pois é, porém sempre há um momento na vida em que algo dá errado! Isso aconteceu comigo, tudo ia tão bem, conheci um menino, achava ser o perfeito para mim (na verdade sempre achamos isso né kkkk).
Desde pequena fui evangélica, sempre aprendi a esperar em Deus, a entregar tudo a ele. E quando se tratava de relacionamentos não era diferente. Sempre tive uma oração que nela apresentava à Deus a forma como queria meu namorado, esposo e futuro marido (por que para mim se fosse para namorar seria para casar). Sempre dizia a Deus que queria um rapaz alto, magro, moreno, que fosse sensível, pois sempre odiava homens machistas. Queria um que ajudasse com as coisas de casa, que não achasse que tudo era para mulher e que homem apenas trabalha fora e pronto, e o principal que servisse a Deus acima de todas as coisas. Sempre pensava no futuro, não só no momento do namoro, mas sim no casamento e como seria.
Porém o rapaz que achava ser o certo, não foi. Nós começamos a nos conhecer, fomos nos relacionando. Como sempre acontece pelo menos uma vez em nossas vidas, era escondido da minha mãe. Ai já começa errado, pois não contar é algo que não adianta nada, pois não importa o quanto tentamos fingir, por incrível que pareça nossas mães sempre descobrem kkkk.
Mas como ia dizendo... Estava tudo normal, eu gostava dele e ele de mim, estávamos decididos a revelar o nosso namoro para minha mãe. Ela já o conhecia, mas apresentei apenas como um amigo. Porém Deus tinha planos diferentes para mim, e esse rapaz não era o certo, só que como uma forma padrão de ocorrer na vida de todos, eu não via isso pois dizia estar “amando” ele!
Passaram se alguns mêses que estávamos “namorando” escondido, então marcamos o dia de ele ir até minha casa para conversarmos com minha mãe! Esse dia então chegou, mas logo cedo tudo deu errado. Havia deixado, justo nesse dia, o meu celular em cima da mesa antes de ir para a escola (cursava o 1 ano do ensino médio), e nesse tempo não podíamos por senhas nos celulares se não levávamos uma surra Kkkk. E como todas as mães fazem, e a minha não era diferente, ela pegou e começou a olhar as minhas mensagens. Para piorar tudo o rapaz havia mandado uma mensagem bem fora do gosto da minha mãe, escrita assim:
_ “Está frio né! Porque não vem me esquentar”.
isso fez com que ela ficasse irritadíssima comigo! Logo houve uma discussão, pois ao voltar para buscar meu celular, lá estava ela olhando tudo!
Conclusão, após uma enorme briga, da qual não me agrado muito, pois foi realmente horrível para mim, foi horrível brigar com a mulher que me criou a vida inteira sem ajuda do meu pai, mas no momento da raiva nem ela e nem eu estávamos nos importando com o que estávamos falando ou fazendo. O pior foi que minha mãe havia tomado uma decisão sem me avisar, e ao chegar da escola descobri que iria morar com meu pai, não tive escolha, pois quando cheguei da aula simplesmente já havia uma pessoa a caminho para me levar.
Chorei muito de ódio e raiva pelo modo como minha mãe havia me tratado. Naquele momento não entendia o que era certo, o que estava acontecendo, aonde havia errado horrivelmente para merecer aquilo, porém fui!
Os dias foram se passando, só estava piorando, só sabia chorar, não queria comer, tinha ódio de todos ao meu redor. Pode se dizer que me tornei um pessoa antissocial, todos que tentavam me ajudar ou conversar comigo logo eram machucados pelas palavras que eu dizia a eles por maldade.
Meu pai não havia tocado no assunto, mas não o culpo pois nunca fomos tão chegados. Eu não o conhecia até meus 9 para 10 anos, então não esperava que ele fosse entender e muito menos querer saber o que realmente aconteceu. Na verdade ninguém queria saber, só ouviam a história da minha mãe, pois como dizem mães sabem de tudo, pois já viveram mais tempo que nós filhos.
Como estávamos de férias fui matriculada na escola local e apenas aguardava a volta das aulas. E então o dia chegou, já estava decidida a não me envolver com ninguém, não ter amigos, ainda estava com raiva de todo o ocorrido, mais raiva ainda por minha mãe ter me mandado embora sem nem hesitar.
Enfim, os dias na escola foram se passando, eu estava como sempre sozinha, sem amigos, sem nem um pingo de interesse de fazer algo. Nesse tempo uma coisa que ninguém jamais soube, e que não sabem até hoje, era que eu planejava fugir de casa, em silêncio planejava isso todos os dias. Cada dia que passava se aproximava mais e mais de quando eu partiria sem dizer a ninguém!
Porém certo dia tudo mudou, já havia se passado alguns meses desde que tinha sido mandada para morar com meu pai. Lembro-me como se tivesse ocorrido a alguns dias. Um certo alguém, que eu não fazia ideia existir, no horário do recreio da escola, se aproximou de mim. Eu porém, como de rotina, sempre ficava com fones de ouvido escutando hinos, músicas, etc. Sempre de propósito para que ninguém viesse conversar comigo, mas parecia que esse “ser humano”, não sabia a intenção de um fone de ouvido.
Ao se aproximar de mim, o “infeliz” (foi como pensei na hora), arrancou o fone do meu ouvido e colocou no seu, como se já tivesse intimidade suficiente para isso. Ouvindo então o que estava tocando me dirigiu uma pergunta:
_ Você é evangélica?
(Lembro-me que o hino que tocava era Raridade de Anderson Freire).
Com toda a educação que ainda tinha guardado em mim, lhe respondi que sim, insistentemente, ele me fez outra pergunta:
_ De qual igreja você é?
Lhe respondi essa também, mas não entendo ao certo o que houve nessa curta conversa que me fez responder gentilmente e com um sorriso no rosto, pois como havia dito interiormente, eu não ligava a mínima para as pessoas e as tratava como se não fossem ninguém!
Esse “ser humano”, que me tirou do sério e de minha rotina de ignorar tudo e todos, estudava em minha sala. Aos poucos fomos conversando mais e mais, não que eu gostasse muito, e sempre nos trabalhos estávamos juntos, pois éramos os únicos que sobravam enquanto o restante da sala já havia formado os seus grupos.
Ele havia me apresentado outra menina, que também era evangélica assim como ele e eu. Nos demos muito bem, eu estava até gostando de ter amigos em minha sala que fossem da mesma religião que eu! A partir de aí, sempre que havia trabalhos da escola lá estávamos nós três, sempre juntos, como os três mosqueteiros kkkk. Mas agora por vontade própria e não mais por sermos os que sobravam.
Foram se passando os meses, fomos ficando mais íntimos, sempre juntos em tudo o que fazíamos, quando um faltava parecia que a escola perdia a graça. Mas havia uma coisa me irritava bastante, o menino que me arrancou o fone de ouvido, era grudento demais, e isso era algo que eu sempre odiei em toda a minha vida! Sempre fui assim, pois na minha infância não tive muito contato de carinho, abraços, beijos, etc., por causa que minha mãe trabalhava o dia todo e não havia tempo para isso. Então cresci assim.
Muita das vezes cheguei a ignorá-lo para ver se parava, mas parecia não funcionar muito com ele, pois ele continuava sempre a me atazanar com isso. Porém após alguns meses, não sei ao certo em qual momento, o que eu temia aconteceu!
Descobri estar gostando daquele “ser humano” grudento! Descobri por alguns simples detalhes, passei a contar as horas para ir a escola, quando ele não ia ficava com raiva dele por não ir, eu não estava nem ai se ele estava doente ou morrendo, só queria que fosse para eu poder vê-lo. Passei a gostar de suas manias irritantes, passei a ter ciúmes dele com outras meninas, até mesmo com suas próprias amigas. Comecei a ter sentimentos bons novamente, me preocupava com ele. A muito tempo não sabia o quão bom era o sentimento de gostar de alguém, de ter um motivo para fazer as coisas.
Só que sempre fui muito orgulhosa, não quis admitir a mim mesma que isso estava acontecendo de novo, estava com medo de tudo causar outra discussão com minha mãe. Então simplesmente tentei ignorar.
Mas o pior que estar sentindo isso e não contar era que por eu ser a melhor amiga dele, ele se sentia à-vontade para me falar sobre as suas “paixãozinhas”. Lembro que certo dia ele chegou em mim para me contar sobre a menina que ele estava gostando, até hoje me recordo do nome dela.
Porém, por ele não saber de meus sentimentos, não se importava em falar. Mas para mim, ouvir aquilo era muito difícil. E ainda para piorar ele queria que eu o ajudasse com ela, pois era uma conhecida da cidade da qual eu havia saído. Eu não sabia se o odiava ou se o espancava ali mesmo, mas sempre fui boa em esconder o que sentia, não era atoa que ele nunca havia percebido o meu sentimento por ele, (se bem que ele era lerdo também kkkk).
Mas isso não foi o pior que ocorreu enquanto eu gostava dele secretamente, o pior dia foi quando ele chegou na escola contando que havia ficado com uma menina pela primeira vez. Nossa imaginem só o ódio que fiquei, a vontade de matar ele, vontade de chorar, de contar tudo, de abrir o jogo. Porém o orgulho foi maior que essa vontade, e simplesmente o parabenizei por isso e fiquei em silêncio o resto do dia. Ele até notou a minha diferença de humor repentina, porém em nenhum momento eu lhe disse o motivo.
Certa vez ele estava falando das meninas que já gostou ou que ainda gostava, e me fez uma pergunta super aleatória, mas que tocou em minha ferida interior:
_ De quem você gosta?
Eu não estava disposta a responder, não queria que ele soubesse que durante todo aquele tempo eu gostava dele. Mas como acho que vocês já perceberam, ele era muito insistente. Perguntou novamente, citou todos os nomes de meninos de nossa sala, os que ele conhecia, pode se dizer que quase todos os da escola, pois a cidade era pequena. Porém ele esqueceu de um único nome (ou apenas não quis citar de propósito)... O dele mesmo! Em nenhum momento ele havia dito o nome dele, acho que só então caiu a ficha, ele demorou mas percebeu. Então ele citou o seu próprio nome e quando ele falou, meu coração disparou, fiquei sem reação, sem saber como escapar disso. Simplesmente me mantive em silêncio, só então ele teve certeza da resposta.
A tarde de aula passou e ele ainda estava com aquilo na cabeça, e como sempre fazíamos, fomos para casa juntos. Na trajetória ele tocou no assunto novamente, não estava disposta a dizer nada, porém foi inevitável não deixar explícito o que sentia por ele.
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A Procura De Um Destino
RomanceBaseado em fatos reais, apenas uma história sobre uma parte muito importante da minha vida, com altos e Baixos, porém todos já superados!