capítulo 09

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Enrico

Ontem foi o ponto de ruptura com a Lúcia. A humilhação que ela me causou na frente da Sophia foi algo que eu não consigo colocar em palavras. Nunca me importei com suas relações, mas ser exposto ao ridículo diante de Sophia me afetou de uma forma profunda. Decidi então agir imediatamente. Fui atrás de um advogado logo cedo e paguei uma pequena fortuna para acelerar o processo de separação.

Agora, ao olhar para Sophia, percebo que o sentimento é recíproco. Ela também demonstra atração por mim, e isso é maravilhosamente excitante. Sei que, cedo ou tarde, ela estará na minha cama. Não posso negar que minha intenção ao trazer Sophia para cá foi além de apenas ajudá-la; poderia ter feito isso de outras maneiras. Havia intenções ocultas, outras necessidades que tentei negar. O desejo que sinto por ela é avassalador, e talvez uma noite com ela seja a solução para essa obsessão.

A timidez de Sophia e sua tentativa de esconder uma cicatriz na coxa esquerda me fascinam ainda mais. É apenas um detalhe, um lembrete sutil de uma dor passada, que de forma alguma diminui sua beleza.

Quando ela balança a cabeça afirmando que ficará, a ideia de estarmos sozinhos me causa um tremor. Sophia é deslumbrante, mesmo vestida com um babydoll que revela pouco. Seu corpo é um espetáculo, e o constrangimento dela apenas intensifica meu desejo. Decido sair para tentar controlar a excitação que sinto; um banho gelado é necessário. Estou completamente consumido pelo desejo, mais intensamente do que nunca.

No corredor, Lúcia estraga meu momento de maneira irreparável.

— Você deve estar satisfeito, vai ficar sozinho com a ‘ninfeta’ safada.

A voz dela me arrasta de volta à realidade, e o desprezo com que se refere a Sophia aumenta minha raiva.

— Pensei que você já tivesse ido embora.

Falo com raiva contida.

— Você sabe que o que está fazendo é inaceitável, não é, Enrico? O que você pretende é antiético. Eu poderia te denunciar, mas não o farei. Uma fruta podre cai por si mesma, e não será diferente com você.

Conheço Lúcia o suficiente para saber que ela não deixará isso passar.

— Pode jogar fora o restante das minhas coisas.

Ela diz, puxando a mala e saindo.

Olho para o relógio e percebo que já está quase na hora do almoço. Não preparei nada, e Sophia precisa se alimentar bem. Vou ao quarto dela sem bater. Sophia está dormindo serenamente, parecendo um anjo com os cabelos espalhados pelo travesseiro. O lençol está entre suas pernas, como se seu corpo o abraçasse. Ela está vestida com um vestido preto soltinho. Me aproximo para acordá-la, mas quando dou um passo, ela abre os olhos e se espanta ao me ver.

— O que faz aqui?

Ela pergunta, nervosa.

— Vim te acordar para saber o que você gostaria de comer.

— Você poderia ter batido na porta antes. E se eu estivesse nua?

Não seria tão ruim, penso.

Ela me encara, ainda surpresa.

— Desculpe, acho que é um costume meu.

Minto descaradamente.

— Estou pensando em pedir algo para comer.

Digo.

— Por mim, tudo bem.

Ela faz um esforço para se sentar na cama.

Doce Aluna~Triângulo  De DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora