VI

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Xyuniytsu voava de um lado para o outro inquieta, não conseguia pensar em nada bom que justificasse a demora de seu amigo Graham, sua pequena mente borbulhava com ideias trágicas e a preocupação lhe tirava o sono.
— Minha pequena, não adianta sofrermos por algo que ainda não aconteceu, descanse pois talvez vá precisar desta energia que está gastando agora. — Dizia Santouro
— É que.... Aquele mongolóide não voltou ainda, ele pode ter se perdido, não devia ter deixado ele ir, eu sei que ele é tonto e mesmo assim não o impedi! Agora não sei o que posso fazer, não posso ir atrás dele e já anoiteceu!
— Eu também estou com o coração na mão Xyuni mas não podemos fazer nada, vamos esperar um pouco, se ele não voltar em duas horas você fica aqui com Zaid e eu vou procurá-lo.
— Eu vou com você!
— não, se você for comigo vou me concentrar em proteger você, é melhor que fique aqui onde estará segura.

Xyuniytsu sentou-se numa pedra e apoiou os queixos com as mãos bufando, estava inconsolável mas tinha se acalmado, exceto pelos roncos de Zaid, sua falta de preocupação deixava a pequena fada estressada.

— Este anão avarento é muito egoísta, não vale um tostão. — murmurou ela.

A noite caíra depressa e já não havia mas nenhum resquício de luz, os sons comuns da floresta haviam se aquietado e apenas alguns grilos cumpunham a melodia da noite. Um pequeno brilho destaca-se no breu e caminhava entre as árvores, Graham, o fauno, em uma das mãos carregava uma tocha acesa e na outra carregava uma criança adormecida. Seu olhar estava atento e suas orelhas em pé, cada passo quebrava folhas secas e galhos e este barulho lhe doía muito, tenso, muito tenso, só pensava em seu objetivo.
"Preciso salvar o menino" — pensava ele repetidamente.
Luki havia perdido todas as suas forças e dormia muito profundamente, depois de chorar por horas foi isso o que lhe restou, ao menos estava vivo, este era o fato que movia o jovem fauno.
Andar a noite em uma floresta na região dos dragões é tão perigoso quanto se jogar de um precipício pendurado por uma linha fina de seda amarrado delicadamente ao seu dedo mindinho, quais as chances de isso dar errado?
Um grunhido incomum fez Graham parar de caminhar, seus olhos procuravam por qualquer movimentação estranha. Ele apagou a tocha e abaixou-se lentamente se escondendo em meio aos arbustos espinhosos a medida que o som se aproximava. De repente as árvores próximas àquela região começaram a ceder, Graham não conseguia enxergar praticamente nada no breu da noite, a luz da lua não era capaz de penetrar por entre as árvores, mas a medida que a criatura se aproximava derrubando as árvores em seu caminho com seu peso esmagador a luz passava entre as brechas que se formavam e iluminavam a silhueta de algo assustador: um dragão-sapo vermelho, de hábitos noturnos, esse dragão é conhecido por seu impressionante peso e força, mas por causa disso não pode voar.

O Fauno se espremeu na moita segurando Luki com os dois braços, ele sentiu os espinhos penetrarem suas costas enquanto fechava os olhos desejando que o menino não acordasse.

O dragão cheirou a tocha apagada que ainda fumaçava no chão, a criatura se deitou deixando que sua banha se esparramasse gelatinosamente, Graham não sabia o que fazer, dragões-sapo são preguiçosos e podem ficar deitados no mesmo lugar por muitas horas! Ele tirou sua flauta da dobra de sua roupa e começou a ofegar de medo, só haveria uma chance, seu coração palpitava tanto que ele teve medo que Luki pudesse senti-lo, o suor escorreu pelo rosto dele e sua mandíbula tremia, se ele não tocasse direito seria seu fim, mas Graham precisava salvar o menino, era o último Agaziano vivo!

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⏰ Última atualização: Aug 24, 2022 ⏰

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