Lembro-me de quando o vi pela primeira vez, já tinha anoitecido mas eu conseguia sentir o seu olhar preso em mim. Ele chegou e fez todos ali presentes sentirem como se o conhecessem desde sempre, todos conversavam e riam com ele, lembro-me do quanto era fácil sorrir ao seu lado, ele fazia toda a gente sorrir com a mais pequena coisa e, foi naquele momento, que eu percebi que eu queria ser sua amiga, porque eu percebi como ele sempre contagiava tudo e todos com aquele sorriso, eu quis me aproximar dele porque eu percebi que ele escondia segredos que ninguém sabia e eu iria desvendá-los. Eu quis ser sua porque ele me fez sentir algo que eu nunca imaginei que pudesse sentir antes dele.
❤ ❤
São neste momento exactamente 08:15 da manhã e eu já sei que este vai ser um dos piores dias da minha existência, como sei? Bem, primeiro começou com o meu despertador a não despertar e seguiu para eu a virar a minha taça de cereais, era um sinal, eu podia sentir.
Vesti uns jeans, uma t-shirt preta e os meus regulares sapatos pretos, deixei o meu cabelo solto, passei um rímel, o meu batom vermelho escuro e fui para as aulas.
Mal cheguei, escusado dizer atrasada, sentei-me à beira da Cheryl como era habitual e não demorou até ela fazer a sua tão conhecida piada.
- Chegaste cedo hoje - diz sorrindo para mim, amava aquele sorriso e adorava o quanto uma das minhas melhores amigas conseguia ser animada o tempo todo, mas naquela manhã só me apetecia espetar-lhe a esferográfica na testa.
- Meu deus quanta piada - disse irónica revirando os olhos.
- Alguém acordou cheia de boa disposição esta manhã, devo preocupar-me com essa esferográfica?- rimos ao mesmo tempo, ela com o que disse e eu, com o facto dela praticamente me ler os pensamentos.
A manhã passou rápido e em poucas horas estávamos a dirigir-nos para a cantina durante o almoço sinto o meu bolso a vibrar, olho para a tela, Alex Parker, tínhamos começado a namorar à 4 anos e eu sinto como se nos fossemos casar e viver juntos para sempre, éramos inseparáveis e falávamos a toda a hora, mas sinto que nos afastamos quando seguimos para escolas diferentes.
- Estou amor – a voz dele faz-me perceber que permanecia em silêncio após ter apertado o botão verde.
- Estou amor, então tudo bem? – pergunto sorrindo com a sua voz.
-Está tudo bem e contigo? Olha amor logo são os anos do Luke – o novo amigo que eu tanto adoro, penso revirando os olhos - eu vou jantar com eles e depois vamos sair – ênfase no "eu", mensagem recebida.
-Ah ok – respondi sem saber muito bem como reagir aquilo, nunca tínhamos saído um sem o outro e tenho que confessar que aquilo me incomodou um pouco - eu até tinha combinado um café com o pessoal hoje também– quando reparei as palavras já tinham saído de mim.
- Ótimo então, logo falamos, amo-te.
-Beijinhos, amo-te – retribuo e desligo a chamada.
Enquanto ainda me repreendo a mim mesma por ter inventado um saída inexistente com pessoas inexistentes olho para a minha frente e sorrio
- Cher, vamos tomar um café hoje à noite! – digo animada e esperançosa que a minha amiga não me deixe na mão.
-Porque é que eu sinto que isso foi uma ordem e não um pedido? – ela pergunta franzindo as sobrancelhas.
Depois de a convencer mandei mensagem à única que eu sei que nunca me diria não, senhoras e senhores, Davina Peters – a minha melhor amiga. Conhecemo-nos desde os 6 anos e eu sei que se preciso de algo, ou de cometer alguma loucura, ela é a primeira a quem recorrer e, como era de esperar, ela disse sim.
Após a Davina faltava Vance – o meu companheiro de todas as horas - Vance ajudava como ninguém quando eu precisava e eu não perderia uma oportunidade de estar com ele que, surpreendentemente disse sim.
Eram 21h, eu e a Davina esperávamos pela Cheryl, combinamos encontrar-nos em minha casa para irmos juntas de autocarro, o Vance iria ter connosco quando chegássemos lá, tudo corria bem, o dia mau tinha-se tornado numa noite boa e eu já não me sentia triste nem incomodada com a atitude de Alex.
Deviam ser umas 22:30 quando o Vance aparece e traz consigo o seu "grupo habitual de amigos" – Thomas, Jake, Trevor – todos acenavam com a cabeça enquanto Vance os apresentava, todos menos um, Dylan Smith fez questão de dizer "boa noite" e cumprimentar toda a gente sempre com o seu sorriso presente, e que sorriso...
Algo nele chamou a minha atenção, não me lembrava de o ter visto antes e ele definitivamente não era alguém de quem nos esqueceríamos de ter visto. Eu soube, quando ele chegou com os seus cabelos castanhos, olhos chocolate e sorriso capaz de iluminar tudo à sua volta que ele iria abalar todo o meu mundo, e foi isso que ele fez. Nunca tinha estado perante uma presença tão forte, nunca ninguém me tinha intrigado tanto, eu queria, eu precisava de falar com ele a todo o momento, tudo nele era certo e com isso, tinha tudo para dar errado.
Os seus olhos pareciam seguir cada passo que eu dava, o que me fez levantar o olhar e a partir daquele momento, não conseguia tirar os olhos dele, algo me prendia. E foi aí que tudo mudou, aquele olhar... Eu sabia que não podia olhar para ele daquela maneira, sabia que não podia olhar para ele, apenas. Tudo nele gritava perigo e eu sempre tinha sido a "miss segurança", tudo o que bastou foi aquele olhar e, naquele dia, naquele momento, naquela fracção de segundos, mesmo sendo de alguém, todo o meu ser era dele.
* Espero que tenham gostado do primeiro capítulo do "Ama-me do jeito que me amas", por favor não sejam leitores fantasmas e comentem e votem se gostarem da história!
* Os dois corações (❤ ❤) são usados para quebras de tempo e enquadramento da história.
* Com muito amor,
A vossa nova melhor amiga.
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Ama-me do jeito que me amas
Roman d'amourAntes de mais quero dizer que o tive, por inteiro, por completo, a forma como ele me olhava, nem um milhão de fotos o conseguiria captar... nunca presenciei amor tão grande e puro como o dele por mim, eu vou sempre ter uma parte dele, tal como ele v...