Please, Let me in

Prólogo

A visão do gatuno fixava-se em uma adolescente de cabelos azuis concentrada em um caderno onde escrevia, ele já estava a observando a algum tempo e ela nem sequer havia se levantado desde então. Chat Noir não sabia de onde aquela vontade de conhecê-la tinha vindo, ele queria estar com ela, conversar ,talvez até ser um pouco escutado, mas não sabia o porque, desde seu encontro com a garota no dia em que jogaram juntos no quarto e que passearam juntos no parque ele não tirava a menina da sua cabeça.

“Uma pena não ter durado tanto”; Pensou um pouco tristonho. Não durou mais porque aquele akuma havia aparecido, talvez se ele tivesse aparecido mais tarde ele teria aproveitado mais com a amiga.

Pelo menos ele conseguira ver sua Lady no dia, se arrependeu de pensar nela no momento em que sentiu uma pontada no peito. Porque ela nem sequer notava que ele faria qualquer coisa por ela, porque ela não conseguia perceber o quanto que ele a amava ? Será que era tão difícil perceber ? Ou será que ela sabia mas não ligava para os seus sentimentos ? Talvez ele estivesse caído na típica Friendzone ? Ela só o olhava como amigo porque ? Ela amava outro ? Ela namorava ? O que a impedia de olhar pra ele ? Talvez as máscaras ou as piadas sem graças ?

Esses sentimentos o quebravam, tantas perguntas sem respostas que o atormentavam desde a hora em que acordava até a hora em que fechava os olhos, ou quando sonhava, ficava pior quando a via no dia. Quando olhou novamente para dentro do quarto sentiu falta da menina, ele nem tinha notado o seu sumiço. Seu olhar subiu para a varanda onde Marinette se apoiava no ferro.

Ele começou a se aproximar da menina para ver ela de perto. Ela olhava para a torre e em sua mente se passava tantas coisas, Marinette se sentia exausta, por causa dos estudos, e os akumas, parecia que eles só apareciam quando o que mais ela queria era sua cama. Naquela noite Marinette não queria dormir por mais que os bocejos e a coceira nos olhos dissesse outra coisa, ela estava preocupada, falara com Tikki naquele dia mais cedo antes da mesma dormir sobre estar preocupada com os akumas, eles ficavam cada vez mais fortes e ágeis e as suas forças andavam entrecortadas, mês passado ela havia ficado de castigo por estar faltando muito nas aulas, mas não era sua culpa todas as vezes ela estava salvando Páris, por isso estava cada vez mais difícil acompanhar. Sem contar que todas as vezes que pedira pra ir ao banheiro, não voltava mais para sala de aula.

Alya mandava as lições quando faltava e ela também ajudava em algumas quando Marinette não entendia, essa semana a mesma foi pega pensando em pedir ajuda a Adrien mas, não tinha muita coragem pra pedir, o garoto já fazia várias coisas durante o dia não queria o incomodá-lo, também pensou em pedir a Chat Noir, pois já ouvira Chloe dizer que ele tirava de letra a matéria de Física de partículas, mas também desistiu, não arriscaria sua identidade assim de bandeja.

Por mais que Marinette o considerasse, não queria que aquilo fosse usado contra a mesma caso Chat Noir fosse akumatizado, ou atingido por algo que o fizesse se unir aos akumatizados. Ele andava um pouco sumido e desde o dia que o beijará para deter o controle das flechas do cupido negro, ele não parecia o mesmo, sempre fugindo. No fundo queria lhe dizer que tudo não passou de um mal entendido e que ele não precisava se preocupar com o que aconteceu porque a mesma já havia até mesmo se esquecido. O que acabou se tornando uma mentira, claro, mas ele não precisava saber que a mesma sempre que o via lembrava do sabor de seus lábios, estava se tornando um tormento para a menina, afastar-se desses pensamentos começou a virar rotina.

Chat Noir continuou a observá-la, até que a azulada entrasse cansada em seu quarto novamente, não tinha tido coragem de ir falar com a mesma, não agora, ele queria poder usar algo para se aproximar mas o que ?Ele não poderia simplesmente ir falar com Marinette sem que ela estranhasse a aparição repentina.

Ele poderia dizer que estava fazendo uma patrulha nesse dia e que acabou a vendo da varanda ou poderia dizer que ao passar ficou curioso em saber porque a menina estava acordada aquela hora da noite. Mas o gato decidiu ir pra casa e quem sabe conseguir falar com ela na escola, só que dessa vez como Adrien, às vezes só queria saber porque ela ficava tão nervosa perto dele, talvez seja por causa do incidente de Chloe quando se conheceram. Maldito chiclete.

Deu apenas mais uma espiada na garota que organizava seu material e partiu para casa se jogando de prédio em prédio se perdendo na escuridão da noite.

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Ao entrar pela janela de seu quarto sua transformação se desfez, Plagg caiu sobre a cama de barriguinha pra cima e não demorou muito para começar a reclamar sobre a demora do garoto, Adrien explicou que não teve coragem para falar com a morena e Plagg ficou mais revoltado parando de reclamar assim que o loiro disse que pegaria o maior pedaço de Camanbert para o mesmo, assim que saísse do banho.

Assim que entrou de baixo do chuveiro e deixou que a água lhe caísse sobre a cabeça e sobre seus olhos verdes. Ele desejou tanto não pensar, talvez se sua mente não andasse com tantas coisas pudesse dormir, mas não, sua mente não descansava nem quando fechava os olhos, e as vezes até tinha a impressão de ter apenas tirado um cochilo.

Mas não importava se estava cansado ou não, precisa sempre estar prestando o máximo de atenção no que se solicitava na escola, e nas explicações dos professores, Adrien não daria esse gosto ao pai que sempre quis que ele estudasse em casa. Demonstrar que está tudo bem se tornou mais difícil e o loiro não aguentava mais as sessões de fotos e a aula de mandarim que ele estava quase dominando, não reclamava das aulas de esgrima porque o ajudava nas lutas, porém realmente não estava conseguindo acompanhar sua agenda diária que Nathaly insistia em repassar toda amanhã, para ter certeza que o garoto não esqueceria dos compromissos.

“Será que Ladybug se sentia dessa forma, sufocada ?” Pensou Adrien se odiando por não ter afastado pensar nela mas uma vez naquele dia, o loiro precisava se afastar mas, não conseguia, não adiantava se afastar fisicamente se sua mente implorava pela sua presença. Queria tanto saber quem era a garota atrás da máscara, que chegavá até a se odiar por não ter aberto a porta quando a transformação da heroína se desfez no dia em que lutaram juntos contra LadyWiFi.

Aquele dia definitivamente não foi um dos melhores quase que morreu congelado com Plagg, o garoto até agradecia por ter achado seu anel antes que Ladybug abrisse a porta pra te salvar. Talvez ela realmente estivesse certa, nem nos mesmos poderíamos saber quem nós somos.