Capítulo 11

472 52 27
                                    

E nada havia saído como o planejado. Adrien recebeu uma ligação de seu pai exigindo que ele e Alice estivessem no centro comunitário em uma hora. Não precisou perguntar o motivo para saber que seu pai queria conhecer Alice, e não queria sua avó perto. Aquela mulher conseguia assustar qualquer um.

— Mas... o que ele quer comigo? — ela o questionou e pensou no que poderia dizer que poderia explicar o que seria conhecer sua matilha.

— Ele quer... te conhecer. — sorriu de lado, vendo-a olhá-lo séria enquanto se trocava. — Minha mãe era uma forasteira, então... ele sabe que não é a mesma coisa que ter uma companheira de dentro da tribo.

Assentiu, mas ainda não gostando daquilo. Tinha medo do que poderia acontecer. O homem poderia ficar muito irritado com ela por ter 12 anos a mais que Adrien. Por ela não ser da tribo. Por ela não ser um modelo padrão de beleza, como todos pareciam ser na tribo, se levasse em consideração Adrien e Karl. Olhou-se no espelho do canto, tinha trocado de blusa quatro vezes, colocando um casaco de frio e calça jeans agora, não sabendo o que usar para conhecer o pai shifter de seu namorado? Deus, o que Adrien era seu?

— O que sou sua? — virou-se e o questionou, vendo-o sentado em sua cama, olhando-a de forma questionadora agora. — Digo, você vai me apresentar...

— Meu pai sabe que você é minha companheira, Alice. — não entendeu a pergunta dela e a viu morder o lábio, indecisa. — O que foi?

— Todos da sua tribo sabem quem sou? — o viu assentir. — Todos sabem que sou sua companheira... mas para as outras pessoas serei sua... namorada?

Cristo, aquilo era conversa de adolescente. Por Deus, tinha 29 anos, não tinha mais idade para aquilo. Há minutos eles estavam se esfregando na cama dela, um fazendo o outro ter um orgasmo de tremer paredes, e agora ela não conseguia dizer o que era para ele? Fechou os olhos e respirou fundo.

— Sim. Para qualquer pessoa que não é da tribo, sim, você é minha namorada.

Assentiu e virou-se para o espelho novamente. Era óbvio que aquilo não daria certo. O pai dele a olharia como uma mulher de fora tentando roubar o filho dele, tinha certeza que o homem pensaria assim. E com toda certeza, todos os outros também a olhariam torto. Eles eram uma matilha, eram seres sobrenaturais, ela era a diferente ali, ela seria a de fora... porém, havia Anne. Anne não a abandonaria agora que estavam em situações iguais.

— Anne é uma shifter? — perguntou virando-se novamente e indo em direção à porta.

— Não. — respondeu a seguindo pelo corredor e querendo rir do nervoso dela. — Ela cresceu com a gente. Sempre soube das lendas e da tribo, a família dela é bem próxima da minha.

A viu assentir novamente, pegando a chave do carro e a bolsa na mesa do centro, mas olhando o celular e deixando-o exatamente onde estava. Cismou com aquilo, ela com certeza não queria mais receber ligações de Jeremy, e talvez não o ligasse enquanto não trocasse de número.

Esse era um dos assuntos que teria que conversar com seu pai e seu irmão, se a situação continuasse a acontecer, se esse homem descobrisse o telefone de Alice novamente, significava que ele estava se aproximando, chegando perto dela. E Adrien o mataria se isso acontecesse. Nunca a deixaria em perigo, fosse qual fosse.

— Ok, certo. — estava nervosa. Não lembrava da última vez que conheceu a família de alguém com quem estava saindo. Precisava se acalmar. — Você sabe dirigir?

O viu assentir e esticar a mão, pegando a chave do seu carro e indo para a porta. O segurou pelo braço, puxando-o para si, beijando-o com força, apertando os lábios aos dele. O sentiu segurá-la contra ele, a língua movendo-se devagar contra a dela. Alice estremeceu imaginando o que ele deveria saber fazer com aquela língua. Afastou-se dele, não precisava daquelas imagens em sua cabeça quando ia conhecer a família dele.

Meu Lobo - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora