Eu sou confiante!

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Lica

Eu estava dentro de um táxi a caminho da lanchonete do Romano quando o motorista decidiu simplesmente me largar no meio da rua, nem cobrou a corrida até ali. O motivo? Ele ficou gritando que eu estava com satanás no corpo, que não queria gente metida com o capiroto no carro dele. Porque eu estava conversando com Lica 26 no banco de trás. Conversando não, brigando mesmo. Seria cômico se não fosse tão trágico.

— Seu objetivo é que todos achem que somos malucas, não é mesmo? — Ela reclamou enquanto caminhávamos para um barzinho que tinha ali perto a fim de não ficar que nem uma maluca no meio da rua.

— Não é você mesma que fica falando que somos doidas? — Rebati já me preparando para chamar um Uber, mas era complicado quando tentava ignorar todas as mensagens e ligações de dona Marta. O mais triste ainda era tentar chamar uma corrida e não ter a mínima ideia do destino.

— Mas também não precisa dar tanto motivo né. — Pegou uma cerveja da mesa ao lado e bebeu na mais bela paz e tranquilidade.

— Você já sabe como essa noite vai terminar, não sabe? — Perguntei, impaciente. Eu tinha tentado ficar na casa de todas as minhas amigas, mas nenhuma podia me abrigar nesse momento de surto.

Tina estava recebendo parentes do Japão e disse que Mitsuko estava 3 vezes mais pirada que o normal, Keyla e Benê estavam recém se adaptando morar com as duas famílias juntas depois que o pai de Keyla e a mãe de Benê juntaram os trapos. Além disso, sem condições tentar ir à casa de Ellen a essa hora da noite.

Mas seria muita humilhação voltar para casa depois daquilo, não existia essa possibilidade. Eu dormiria na Paulista, mas não colocaria meus pés em casa naquela noite.

— Óbvio que eu sei. — Respondeu, convencida.

— Então pode me dizer aonde eu devo ir?

— Calma, você é muito ansiosa, Heloísa. Aquieta o cu aí que você vai receber uma ligação em breve. — E me empurrou, me fazendo sentar num banquinho no bar ao lado de um homem fedido.

— Posso saber de quem?

— Não, inferno. Mexe no celular aí, vai. Se distrai e não enche o meu saco. Sei lá, joga um Candy Crush.


Samantha

— Amiga, eu te disse que você poderia dormir aqui em casa de novo. — Clarinha do outro lado da linha. Ela sabia como eu odiava ficar sozinha, gosto de conversa e de barulho então ainda bem que meus pais chegavam amanhã, por Deus não aguentava mais.

— Obrigada, amiga, mas quero sair cedinho para buscar eles no aeroporto. E, também, tem a doida, sem ofensas já ofendendo, da sua mãe que com certeza me chutaria daí pela janela se me visse de novo na sua casa. — Ajeitei o celular na orelha enquanto me esticava para colocar o saquinho de pipoca no micro-ondas, rezando para eu não queimar dessa vez. É impressionante, eu não consigo cozinhar nem ovo frito, talvez seja um dor reverso.

— Ai nem me fala dessa mulher. Você acredita que ela não deixou a Lica vir aqui para casa? — Franzi a testa estranhando. Heloísa detestava aquela gente, por que tentaria ir para lá?

— Como assim?

— Ela brigou com a tia Marta, deu uma louca e saiu falando que não ficaria lá, agora está sem lugar para ficar. Estava falando com ela agora pouco e Malu deu um chilique falando que como já tinha recebido ela esses dias estava bom demais já.

— E o Clube das Winx lá dela? — Clara não conseguiu reprimir o riso e me repreendeu pelo deboche. Ai você me desculpe, mas eu me recuso a chamar um grupo de amigas de "As Five" o auge da breguice.

Amanhã - LimanthaWhere stories live. Discover now