Capítulo Doze: Maldito Rei

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Eu estaria mentindo se dissesse que não havia sonhado com esse dia, eu sei que o esperado de uma mulher como eu era pensamentos de guerra, morte e sangue - muito sangue -, mas havia uma parte de mim que ansiava pela chegada do dia que seria entregue ao seu prometido.

Quando descobri que Nam-Joo seria o homem com quem eu passaria o resto da minha vida não houve grandes sensações em meu peito, aceitei meu destino e me preocupei apenas em pensar no dia do casamento, no vestido que eu usaria, nas flores que seguraria ao adentrar na igreja, havia detalhes demais para me preocupar, o noivo, que viria a ser meu esposo, era apenas um cereja em meio a todo o meu bolo.

Mas então Jungkook entrou na história, e ter aqueles olhos brilhando em minha direção havia me destruído para qualquer outro destino que não fosse com ele. Eu passava minhas noites imaginado meu casamento, mas no final do corredor era ele e o seu sorriso travesso que me aguardavam. Tola e burra Young.

Ergo meus olhos e vejo Jin. Ele mantinha seu sorriso de noivo feliz intacto, quem olhasse de fora - e haviam muitos olhando - jamais saberiam o misto de ódio e raiva que se agarrava em nossos corações, mas esse era o intuito.

Ao meu lado Chil Min aperta meu braço de leve e segue andando calmamente comigo por todo o corredor, solto sorrisos leves em direção a estranhos que me encaram com devoção, a notícia era que, após anos estudando fora do país a primogênita dos Park's havia retornado ao lar para se casar com seu grande amor de infância. Dung-Sun era bom com manchetes, é melhor ainda com mensagens subliminares, já que o mesmo havia feito questão de dizer que Jeon, meu até então velho amigo, seria o padrinho do meu casamento. Um rito que apenas os de dentro da máfia sabiam que indicava lealdade e união entre seu Rei e Comandante.

Tudo era um jogo, desde o vestido liso que eu vestia até as tulipas roxas que eu segurava. Os olhos de Hoseok haviam se fixado nelas durante toda minha entrada, pois dentre os demais, ele era o único que sabia de todos os meus pequenos segredos.

Jin estende sua mão para mim e me assusto com o quanto meus pensamentos me levaram longe durante todo o trajeto até ele. Dou um sorriso para o soldado Kim e me viro para meu noivo, aceito sua mão e a seguro com firmeza, nos posicionamos de frente ao padre e ouvimos em silêncio com falsos sorrisos em nossos rostos congelados toda a imensa falação do mesmo.

Ao meu lado direito Jeon se mantém sentado com as pernas cruzadas e as mãos repletas de anéis descansando sobre o colo, ao seu lado Danbi se mantém graciosa em seu vestido azul marinho que orna bem com o terno feito sob medida de Jungkook. A mídia os chamavam de casal perfeito, a máfia de acordo bem feito, já que o pai de Danbi era um dos nossos maiores fornecedores de armas.

Após as palavras do padre ele nos dá liberdade para dizermos nossos votos, engulo em seco por um momento, pois não havia pensado nessa parte, afinal, o que dizer ao seu esposo que te odeia até a morte? Jin vira-se para mim segurando minhas mãos, olho-o nos olhos procurando mostrar aos demais o quanto o amo, uma completa baboseira que ele sabe.

- Eu nunca pensei que poderia estar aqui com você hoje, mas o destino se provou estar ao nosso favor, e agora iremos passar dia após dia até o fim de nossas vidas juntos, e eu não poderia estar mais ansioso por isso - diz Jin, sorrindo. Solto uma pequena risadinha ainda sorrindo ao olhá-lo, pois, a ironia de suas palavras adocicadas me traz certa alegria.

- Estar com você é o que me trará forças para lutar pelo resto da minha vida, eu não poderia me sentir mais completa e feliz - digo. Jin afaga minha mão e consigo ouvir suspiros e soluços vindo da plateia que nos assiste.

Por fim, sorrimos juntos, pois sabemos que parte do show de Dung- Sun se concretizou com sucesso.

Após a benção do padre e a troca de alianças saímos de braços dados da igreja. Eu havia entrado como uma Park e agora saia como uma Kim. Dung-Sun olhava para nós com cautela e um sorriso que os tabloides adorariam, e que causariam a ira da Coreia do Norte, afinal, tudo girava em benéfico dele, apenas.

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