Às vezes, um soco na cara abre portas

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Estava sentada no sofá observando Ana preparar mingau de aveia na cozinha. O frio intenso e o peso da gravidez de 9 meses me impediam de sair de debaixo das cobertas, portanto apenas aguardei sentada enquanto ela trazia as canecas fumegantes com a mistura homogênea.

-Você não acha um problema ele estar em outro país com você nesse estado?.

Ela perguntou se sentado ao meu lado e colocando as canecas sobre a mesa de centro.

-Bom... existe um certo ciúme mas é o trabalho dele. Além do mais eu sei que ele ama o que faz e parte importante de amá-lo é deixá-lo livre. Eu sei como cantar faz bem pra ele.

Eu disse pegando uma boa colherada do mingau e colocando na boca (esta foi cuspida segundos depois, pois minha língua não suportava a temperatura absurda)

-Você é realmente uma esposa maravilhosa, ele tem muita sorte! Se fosse eu certamente obrigaria todas as fãs a ficarem a pelo menos dois metros de distância.

Rimos (eu mais por finalmente ter conseguido pegar minha primeira colher de mingau)

-Eu sei como é estar no lugar delas, então nem sequer posso pedir isso. Mas o ciúmes não é por elas e sim por que não posso estar com ele em momentos como esse. Não como antigamente-Eu disse

-Aconteceu muita coisa durante aqueles três anos em que você foi escrava daquela empresa. Só não sei como você foi parar lá e acabou casada com um deles

Nos rimos até que me toquei de que nunca contara o acontecimento mais drástico da minha vida para minha própria irmã

-Eu nunca te contei como fui parar na Big Hit?-Perguntei

-Não sua doidona!

Ela disse e depois suspirou sabendo que era noite de se dormir as duas da manhã e escutar muitos "aí's" pois histórias longas e que usavam muitas conjunções repetidamente eram comigo mesmo.

-Há 5 anos atrás, no mês do casamento da kahlli eu estava em Londres para ajudar ela com os últimos preparativos e com a viagem pra a Nova Zelândia. Nessa época ela ainda trabalhava como segurança de eventos e tinha um último serviço pra fazer antes de entrar de licença.

Eu ainda me lembro da cor do pano de prato que eu derrubei quando estava enxugando a louça e o celular tocou (era rosa). Eu atendi e era ela dizendo que tinha dado um problema com o aluguel dos vestidos e me pedindo pra cobri-la visto que era um evento importante. Lembrando que na época eu ainda fazia MMA.

Do jeito que eu sou você com certeza deve estar pensando que eu recusei na hora mas ela me ofereceu 200 libras! E porra! era a futura esposa do cara que era meu melhor amigo desde que eu tinha 12 anos! Não dava pra dizer não.

"Péssima ideia" foi a primeira frase que me veio em mente quando eu tive que tirar um cinto de Nárnia pra fazer aquela calça social, feia e enorme caber em mim.

Mas o que a gente não faz por dinheiro né? Então eu simplesmente saí de casa naquele sábado de manhã e fui em busca do sangue, suor e lágrimas que me daria meu novo estojo alemão de 3 compartimentos (era o que eu planejava comprar com o dinheiro)

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O evento era um "fã meeting". Um grupo de pop asiático estava fazendo o primeiro em Londres então a segurança era dobrada.
O salão luxuoso estava decorado com diversas flores e imagens do grupo masculino. Tudo muito alegre pelo amontoado de fãs de cabelos coloridos tirando fotos e filmando.

" Realmente o cérebro humano é algo complexo" pensei observando a quantidade de garotas naquele salão. Era absurda!

Eu estava responsável por fazer a segurança do palco. As fãs premiadas faziam uma fila, conversavam e pegavam autógrafos com seus ídolos. Enquanto as demais ficavam atrás da grade para observar e pelo visto chorar por não ter "comprado álbuns suficientes" ou algo do tipo.

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⏰ Última atualização: Nov 19, 2019 ⏰

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Como eu conheci seu cunhado (short fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora