Roma, Itália — Segunda-feira, 17:43
A amizade não se define pelo tempo ou pela aparência. É um processo, uma dança de encontros e desencontros, pautada pela esperança de reencontrar aquela pessoa novamente. Não é amor ou paixão, pois, quando esses sentimentos se desfazem, é a amizade que persiste, que se mantém como o último fio que conecta duas almas.
Na pista de pouso do aeroporto, perto das seis da tarde, Diane Blancherd já aguardava, inquieta, sua visitante. A mafiosa havia usado seu impressionante poder de persuasão para conseguir acesso a uma área restrita. Ela caminhava de um lado para o outro, uma mistura de ansiedade e apreensão refletida em seu olhar. Ao seu lado, estavam seu parceiro, Ethan Rodriguez, Amélia Ferrari, e dois outros comparsas, todos compartilhando do mesmo nervosismo.
Faltando cinco minutos para as seis, um avião se aproximou da pista. Ele parecia comum, até que todos perceberam quem estava ao controle. Ao soar das seis badaladas, a aeronave pousou, revelando uma mulher de longos cabelos cor de mel e um olhar tão sombrio quanto penetrante. Ao seu lado, um homem. Desconhecidos para a maioria, mas não para Diane e Ethan, que se alegraram com a chegada dos amigos.
Diane se aproximou do casal, deixando os outros para trás. Seus olhos brilharam enquanto envolvia a recém-chegada em um abraço.
— Como foi o voo? — perguntou Diane.
— Digamos que... agitado — respondeu Kira Evanoff, com um leve sorriso.
— Resumindo, Kira enlouqueceu e resolveu pilotar o avião — disse Yerik Volkov, lançando um olhar de soslaio para sua parceira.
— Eles estavam demorando demais para decolar. O que você queria que eu fizesse? — rebateu Kira, revirando os olhos. Diane riu, lembrando-se das discussões sempre imprevisíveis e infantis dos dois. Ela sentia saudades.
— Senti falta de vocês — disse, puxando-os novamente para um abraço caloroso. — Venham, Ethan também está aqui — completou Diane, guiando-os até onde seus antigos companheiros os aguardavam.
— Não vai nos apresentar seus amigos, Blancherd? — Amélia Ferrari, já impaciente, questionou.
Diane lançou um olhar provocador.
— Paciência é uma virtude, Amélia. Parece que você não tem muita — retrucou, com um sorriso malicioso.
— Certo, parem com isso — Kira interrompeu, estendendo a mão. — Eu sou Kira. E você deve ser Amélia — disse, mirando o homem ao lado de Ferrari. — Olá, Ethan. Como está a França?
Ethan retribuiu o olhar intenso.
— Não tão bem sem você lá, Kira. É um prazer revê-la — disse com um sorriso discreto.
— Satisfação. Prazer só na cama, meu bem — Kira piscou para ele, criando uma tensão palpável no ar.
— Certo, sem flertes. Para todos — Diane interveio, olhando rapidamente para Yerik.
— Eu não fiz nada — ele respondeu, um sorriso malicioso se formando em seus lábios.
— Mas pensou em fazer — ela retrucou, revirando os olhos. — Amélia, este é Yerik — os dois se cumprimentaram rapidamente. — Vamos, não podemos ficar por muito tempo. É arriscado.
— Ao menos nisso concordamos. Vamos logo — Amélia falou, já caminhando em direção à saída.
Sede da Rosa Branca
Depois de um breve trajeto até o edifício onde se localizava a sede da Rosa Branca, o grupo finalmente chegou. Reunidos no escritório de Amélia, Diane e seus companheiros começaram a explicar os últimos acontecimentos para os recém-chegados.
— Então, deixa ver se entendi. Tudo gira em torno do seu pai? Vou precisar estudar melhor essa história depois. Já têm algum plano? — perguntou Kira, arqueando a sobrancelha enquanto se acomodava em uma cadeira macia.
— Ainda não — respondeu Amélia com autoridade. — Diane chegou há um dia e já se acha no direito de dar ordens no meu império. Sou nova no comando, mas fui bem treinada.
Diane revirou os olhos.
— Você me pediu ajuda, Amélia. Agora lide com as consequências — rebateu, levantando-se e encarando-a.
— Ради бога!¹ Qual é a idade de vocês? Já entendi que não se dão bem, mas agora não é o momento — Yerik interveio, achando a disputa infantil.
— Ele tem razão — Ethan concordou. — Precisamos de uma estratégia para descobrir quem matou seu pai — apontou para Amélia.
— Certo, por onde começamos? — Kira ponderou.
— É bem simples. Se quer saber quem matou seu pai, Amélia, deve perguntar ao morto — Diane respondeu com um sorriso misterioso, sua mente já formulando um plano.
— O que você quer dizer? — Amélia perguntou, desconfiada.
— Eu conheço esse sorriso — Yerik disse, fixando o olhar em Diane. — O que você está pensando, Diane?
— Devemos descobrir o que seu pai fez no último mês de vida. E você, Yerik, vai ajudar nisso.
— Ele? Como um mafioso russo vai nos ajudar? — Amélia questionou, cética.
— Acho que não entendeu, Amélia — Kira interveio. — Yerik é o melhor que você poderia ter para isso. Ele é um dos melhores hackers da Europa.
— Então é hora de usarmos essa habilidade a nosso favor — disse Diane, já se movendo em direção à porta. — Vem comigo, Volkov.
— Esperem — Amélia interrompeu, abrindo uma gaveta de sua mesa. — Se querem encontrar algo interessante, levem isto — ela entregou um notebook e um celular. — Se houver algo a saber, estará aí. Façam isso direito.
— Não se preocupe. Errar não está no meu sangue — Diane rebateu, saindo acompanhada por Yerik.
Eles se dirigiram a uma mesa com um computador. Em silêncio tenso, começaram a investigação que revelaria segredos capazes de abalar a todos.
Nota: *¹ "Ради бога" significa "Pelo amor de Deus" em russo.
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We come. We rave. We love. (NOVA VERSÃO)
ChickLitAtenção : Em revisão ( os capítulos voltarão gradativamente conforme revisados) O destino costuma estar ao virar da esquina. Como se fosse um gatuno, uma rameira ou um vendedor de loteria: as suas três encarnações mais batidas. Mas o que não faz é v...