Capítulo Seis

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Apesar dos movimentos sensuais, seu jeito tinha algo intimidador e oculto, algo misterioso demais para o momento como se realmente ela não estivesse ali.
Seu jeito de dançar faziam com que todos se perdessem nela, um arrepio cruzou todo meu corpo quando vi a mesma tirar uma parte do que vestia mostrando uma lingerie bordada branca que a deixava com um ar ainda mais angelical, apesar de todos os presentes ela me encarava a cada movimento, os gritos eufóricos aumentaram com a ousadia da performance e por mais que eu quisesse ver, não queria que todos vissem, estranho demais esse pensamento, não sei o que estava dando em mim.
Por um momento canalizei todo o nervosismo que sentia. Pude imaginar ela ali, naquele palco dançando só pra mim. Era assim que eu queria, aquele salão imenso totalmente  vazio, a música permanecia alta e seus movimentos em total ritmo e sincronia. Era eu e ela. Eu e minha vontade de toca-la, e quando eu estava preste a fazer isso sou despertado dos meus pensamentos.

— Cara! Essa mulher é gostosa demais. Deve ser um furacão na cama. — o rapaz dizia ao encarar a dançarina mascarada.

— Você não a pegou? — perguntei curioso.- Quanto tempo frequenta aqui?

— Essa daí? É difícil de pegar cara. Até hoje não conheço ninguém que conseguiu pagar por ela. Todos que tentam ela não aceita é só dança.

— Se o problema for o dinheiro. Eu resolvo isso. Dinheiro é o que não me falta.

— Dizem que vai além do dinheiro.

— Ela é uma puta! Se está aqui é pra ser bem paga. E isso eu posso fazer. — digo ríspido

- Se quiser tentar vai em frente e volta pra me dizer, se você conseguir andar ainda depois que sair de lá com esse pensamento.

- Ela vai ficar caidinha por mim e por tudo que posso proporcionar a ela.

- Vai em frente, mas deixa pelo menos ela sair do palco, pra vergonha não ser tão grande.

- O que você está insinuando? Todas que eu quero eu consigo.

- Não duvido da sua capacidade, apenas sei a capacidade daquela moça ali.- Apontou para ela que agora sorria graciosa como se não tivesse excitado todos nós.

— É só mais uma. Vocês que são frouxos e não souberam domar a mulher, é tudo questão de jeito e isso eu tenho.

— Cara. Você não sabe onde está entrando. Está se garantindo demais.

— O que eu quero. Eu consigo.- Disse mais uma vez.

Meu olhar permanecia preso ao corpo daquela mulher. E foi assim até sua performance acabar.
A mascarada saiu do palco e outras mulheres começaram a dançar. Mas eu não estava interessado em nenhuma delas. Então fui logo atrás da que eu queria.
Com meu poder de persuasão e algumas notas de dinheiro consegui convencer um dos seguranças a ir até o camarim.
Passei por um pequeno corredor até chegar nos fundos do palco. Onde os camarins ficam.
A porta estava semi aberta. Dei duas batidas na porta e em seguida entrei pedindo licença.

— Com que ordem você entrou aqui. — disse ao colocar rapidamente a máscara.

— A performance acabou. Já não precisa mais da máscara, quero te ver sem nada.

— você não devia estar aqui — disse e pude sentir em sua voz que estava nervosa.

A moça permanecia de costas para mim. Então me aproximei tocando em seus ombros.

— Eu vim atrás do que eu quero. — me aproximei um pouco mais dos seus ouvidos. — E o que quero é você. Por uma noite.

— Eu não sou mulher de uma noite.

— Então o que faz aqui baby. — Disse pegando em seu queixo fazendo seu rosto encarar o meu.

— Danço para fazer homens como você ficarem loucos por mim. Afim de se tocarem a noite inteira — disse ríspida.

— Você é uma puta. Deveria fazer o serviço completo. E sei que comigo você vai gostar.

— Eu sou uma stripper não uma prostituta. Aqui tem muitas sim. Mas o meu trabalho é diferente do delas. Se quer transar com alguém procure outra. Porque não sou dessas. Agora se quiser um show particular — disse puxando minha gravata de forma provocante — eu te dou o preço.- Mas não ouse nunca mais me chamar de puta.- Falou seria demais.

A puxei pela cintura fazendo seu corpo se chocar contra o meu.

— Mas sem tocar em mim querido — disse me empurrando. — Sem tocar um dedo sequer nesse meu corpo.

- Você não iria conseguir.

- Garanto que quem não conseguirá será você, é diferente, prazeroso, pagam muito bem e vai além do toque, é querer o que não se pode ter, desejar tanto algo que o corpo inteiro explode em êxtase.- Parou de falar ao enrolar a mão em minha gravata me puxando em sua direção, perto, mais bem perto de sentir sua respiração contra minha boca, mas sem tocar a mesma.- Se acha que vai valer a pena, arrisque, mas lembre-se nada de toques em mim.- Sorri ao ver o mesmo enrijecer o maxilar apreensivo.— Não consegue se controlar senhor. — digo provocando-o — Não seria capaz de controlar o próprio desejo?

— Eu sou o dono das minhas emoções e vontades. Se eu não quiser eu não encosto um dedo sequer em você.

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