CAPÍTULO 5- A VOZ

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Era quase meia noite de segunda-feira,  e o sono ainda não estava por vir. O medo tomava conta de si.  A menina estava em uma aflição  que não  sabia explicar.

No quarto, as roupas jogadas em tudo quanto é lado. Na escrivaninha papéis com anotações de seus pensamentos.  Não  sabia o que fazer com aquilo. Tudo era estranho naquela noite.

Sabe aquele momento em que pensamos ficar sozinhos, sem contato com ninguém  de casa e nem de fora? Era assim que estava nessa noite. Uma cabeça  conflitante cheia de ideias que talvez poderiam ou não  colocá -las em prática.  Era as tormentas de sua angústia.

-você não está deliberadamentente arrependida de suas ações frustrantes, apenas designa o seu medo para dentro de si, e não  para fora.- Dizia uma voz estranha parecida sair de dentro do armário em tom de desafio.

De logo, a menina ficou confusa e assustada. Eram mistérios exauridos de prontidão diante de suas aflições. Que voz seria aquela? Indagava a si mesma em pensamento.

Todo o processo de angústia estava deliberado naquela noite. Pensou no dia em que fora humilhada na festa do patrono da cidade, era uma reviravolta em lembranças conflitantes.

Talvez pensasse que o mundo não a compreendia. Suas virtudes, suas ações não era bem vistas naquela cidade tão diferente, com uma população sem empatia alguma com os seus semelhantes.

Existem indagações que precisam de respostas rápidas,  mas isso não era possível.  Ela deitava, girava na cama, seus cabelos enbolvam de forma a encomodá-la. Era impressionante tudo aquilo.

Um certo dia havia jurado não chorar mais, até que recebera uma notícia ruim. Seu avô,  o único que entendia suas frustrações havia acabado de falecer. Naquele momento queria desaparecer, ir para um lugar onde ninguém pudesse encontrá -la.

Na noite em que viu sua mãe chorar percebeu que ali havia uma mulher sensível,  e que era injusta toda a sua indiferença,  Frieza para com ela.

Toda vez que abria a playlist do Spotfy era para ouvir as sofrências de Adelle. Apesar de tudo, ainda era um bom gosto, sabia que poderia relaxar com suas melodias.

Essa era mais uma daquelas noites que demorava as passar. Deitava, levantava, deitava novamente e levantava mais uma vez. Era um processo entediante. Nada poderia fazer.

Ao levantar para ir ao banheiro, no corredor, houve mais uma vez a voz entranha: -Acredito que ainda precisa se concentrar, refletir sobre a vida !- Se assustou ela sem entender o que estava a acontecer. Pesou estar ficando louca.

As vezes, pensava estar sonhando constantemente, pensava em alucinações,  ou algo desse tipo, mas sabia que estava acordada, era notório aquilo.

As vezes é  preciso parar para raciocinar um pouco. Os pensamentos as vezes ecoam como vozes, seria o seu inconsciente tentando alertá-la de algo, poderia ser ou não.

Essas características peculiares de sua mente lhe conduzia ao desnorteamento. No seu quarto, as janelas abrindo e fechando com a força do vento. Isso a deixava amendrontada.

Estar sozinha não era o problema, pois já  havia há muito acostumado com toda solidão que alguém pudesse imaginar, era o conceito único de vida que ela compreendia, era sempre assim.

Há na vida sempre uma alternativa,  mas as pessoas costumam escolher o caminho mais difícil.  Sempre se apaixonam sem serem correspondidas, e isso não era uma característica apenas das garotas,  era dos meninos também.

Mas em suas perspectivas era descobrir o que estava acontecendo,  aquelas vozes, será que ela estava ficando louca, pensou a menina mais uma vez. Essa era uma ideia confusa, sem uma base para iniciar uma investigação mais precisa.

Esse direcionamento para prosseguir aquela madrugada conturbada poderia deixá-la muito cansada, sem forças para ir a escola no dia seguinte.  Um desgaste físico e mental. Mas tinha que seguir adiante,  vencer as suas tormentas.

A MENINA ALÉM DO HORIZONTE Onde histórias criam vida. Descubra agora