Querido Jungkook,

Com amor, Jimin!

Em um dia monótono como qualquer outro, Jungkook chegou ao local de trabalho no mesmo horário de sempre. Era um excelente barista em uma cafeteira de Busan. Ao decorrer da manhã, vez ou outra olhava para a porta ao ouvir o sininho tocar, indicando que um cliente estava entrando.

Estava esperando um certo baixinho de sorriso encantador passar pela porta. Achava o garoto intrigante e atraente, suas bochechas cheinhas era a coisa mais fofinha que havia visto. Queria muito conversar com o garoto, mas não encontrava uma forma forma de abordá-lo, então preferia observar de longe.

Por volta das nove horas, Jeon viu o garoto passar pela porta. Quase não o reconheceu, pois o garoto estava loiro, mas o sorriso era inconfundível. Observou-o até se sentar na costumeira mesa e, nessa observação, permitiu-se compará-lo com o Pequeno Príncipe. Iria ficar o observando, mas levou uma cotovelada do amigo de trabalho e teve que voltar a fazer os cafés.

Viu Taehyung ir à mesa do garoto para anotar o pedido, mas diferente das outras vezes, viu o garoto entregar uma carta para o Kim. Tentou não se importar com aquilo, afinal, não tinha nada com o garoto, mas seu coração estava doendo só de imaginar que o garoto estava interessado pelo outro. Logo Taehyung estava de volta ao balcão para lhe passar o pedido. "O mesmo de sempre", foi a única coisa que ouviu do amigo. Queria saber sobre a carta, mas seu ego falou mais alto.

— Sabe, eu recebi uma carta daquele garoto que você gosta.

Taehyung passou a observar a expressão do amigo enquanto este preparava o pedido do garoto loiro. Jungkook passou a língua na bochecha, um um sinal claro que estava com ciúmes. Taehyung se divertia internamente ao ver o amigo com ciúmes, apenas escutou um "Eu não gosto dele" quando o pedido estava posto no balcão.

— Esta carta é para você, idiota. Ele pediu para você abri-la quando estiver em casa. —Taehyung entregou a carta e pegou o pedido. — Ah, o nome dele é Jimin.

Jungkook observou a carta e sorriu, queria abri-la naquele instante, mas se Jimin pediu para abrir depois, assim faria. Olhou para o loiro e viu que este o observava, deu um sorrisinho envergonhado e um breve aceno antes de ir na sala dos funcionários para guardar a carta.

{...}

Andava pela calçada da cidade tranquilamente, observava as coisas que havia em sua volta até chegar em uma academia de dança. Sabia que Jimin dava aulas ali e, toda vez que ia para a faculdade, parava só para poder observá-lo dançando. Se lamentou por não poder ficar ali por mais tempo, pois não tinha muito tempo para chegar na faculdade.

Durante o percurso até a universidade, só conseguiu pensar na carta e em Jimin. Sentia um frio na barriga, as famosas borboletas no estômago, toda vez que pensava no sorriso do loiro.

{...}

As aulas estavam chatas, estava ansioso para poder ir embora e ler a carta. Seu amigo, Hoseok, ria da situação, achando tudo aquilo uma fofura. Estava tão distraído nos pensamentos que não viu que deu o horário de ir embora. Juntou seus pertences rapidamente e guardou tudo na mochila. Por sorte, Hoseok não demorou muito na aula e assim puderam ir embora juntos.

Já em casa, Jeon foi tomar banho antes de fazer qualquer outra coisa, tomou banho o mais rápido possível. Já vestido, pegou a carta e foi se sentar no sofá para poder lê-la. Com as mãos trêmulas abriu ela, deu uma risadinha por se achar idiota por agir assim. Respirou fundo e começou a ler.

"Querido Jungkook,
Venho por meio desta carta lhe falar sobre meus sentimentos por ti.
O teu sorriso é o mais encantador e caloroso que eu já vi em toda a minha existência, ele me acalma e me deixa feliz pelo resto do dia. Cada gesto simples seu me deixa hipnotizado, até mesmo quando você está de costas para mim quando vai preparar algum pedido.

Quando seu olhar cai sobre mim, sinto minhas bochechas arderem como o inferno e eu nunca sei como reagir. Vejo-te sempre parado em frente da academia em que trabalho, me observando cuidadosamente como se fosse um anjo da guarda... o meu anjo. Ou talvez isso seja algo apenas da minha cabeça e que você apenas olha por interesse na dança, mas no fundo sinto que você me olha com carinho e talvez com uma certa admiração.

Isso tudo pode ser repentino e confuso para você, confesso que estou com um pouco de medo, mas meus sentimentos por ti falaram mais alto e eles transbordam sensações maravilhosas.

Só lhe peço que aceite os meus sentimentos e deixa-me te amar.

Com amor, Jimin!"

Acelerado. Era assim que seu coração se encontrava.

Agitadas. As borboletas em seu estômago estavam fazendo uma grande festa.

Não sabia como voltar a respirar normalmente. Lia e relia a carta diversas vezes, só para ter certeza do que estava escrito. Quando minutos se passaram, decidiu se levantar e ir para o quarto.

Pegou um papel e uma caneta e começou a escrever, com sua melhor caligrafia, uma resposta.