6. Perspectiva

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"Nada acontece por acaso. Não existe a sorte. Há um significado por detrás de cada pequeno ato. Talvez não possa ser visto com clareza imediatamente, mas sê-lo-á ante que se passe muito tempo"

Richard Bach

POV Jimin, (JEON?) Park Jimin

A parte da tarde no trabalho veio acompanhada de certa ansiedade, eu sabia que isso não era um encontro, por deus, eu nem o conhecia, eu estava confuso, era apenas para ser um garoto bonito em que esbarrei no percurso da vida, e agora estou o levando em um lugar tão importante para mim, isso é assustador.

E para meu azar a tarde foi bem agitada em compensação da manhã, meu azar pois a ansiedade fazia minhas mãos soarem, mas também minha sorte já que me distraiu das mais de mil possibilidades das horas futuras.

Passou rápido de qualquer forma, o sol estava quente nesse horário, então peguei o carro com o Tae prometendo que o buscaria, e que qualquer coisa Hoseok o levaria para casa. O caminho foi curto pelo trânsito leve, e alguma música indie tocava na rádio me fazendo mal ver a distância percorrida.

Tinha algum tempo até o horário combinado, que gastei lendo um capítulo ou dois de algum romance de época. O despertador para vinte minutos antes do combinado me alertou da hora do banho, não que eu fosse me arrumar para a ocasião, longe de mim, apenas um dia quente, e passaria muito tempo lá para ir sem banho.

Eu estava pronto, pontualidade era comigo mesmo, e nesse momento eu era mais ansiedade do que Jimin, imaginando se teria levado um bolo, ou se deveria esperar mais um pouco, sequer uma mensagem ele. Já estava me acostumando a ideia de ter levado um fora ridículo, e nem era fora, porque tinha intenção nenhuma, eu estava apenas tentando ajudar.

Fui tirado dos meus pensamentos pela campainha tocando, o coração acelerou, abri.

- Achei que não viria mais – disse a me deparar com ele bem-vestido e cheiroso na minha frente

Ele coçou a nuca envergonhado, e parando para reparar ele realmente é muito bonito, e se eu não estivesse meio assim de ser deixado para atras até cogitaria a ideia de que ele queria me impressionar.

- Oi, acho que estamos atrasados – sorriu sem graça – perdi a noção do tempo, é melhor a gente ir, você está muito bonito aliás – falou a última frase enquanto me estendia um capacete

- Moto? Sério? Não podemos ir de carro? Quem garante que não vai me sequestrar? – eu gostava de andar de moto, mas não com qualquer um na direção

- Te sequestrar não é minha intenção no momento gatinho, vamos logo – era uma discussão ridícula por um tempo que eu não queria perder, então apenas me virei para trancar a casa

- Você é péssimo no flerte coelhinho – não dei tempo de resposta, apenas peguei o capacete e segui até a moto, ouvi uma risada, e momentos depois estávamos a um dos meus lugares preferidos do mundo

Assim como respirar era automático, e jogar o cabelo para traz uma mania que eu nem me via fazer, entrar ali era natural, chame de costume ou conforto, tanto faz, mas vê-lo parado no portão todo tímido parecendo um cachorrinho perdido foi hilario. Apenas passei minha mão por seu braço e o levei ao nosso diretor, onde eu conseguiria fazer sua entrada não ser barrada dali por diante e que ele pudesse fazer parte do clube de pintura. Vocês estão certos, tirei uma casquinha, mas eu mereço pela viagem até a diretoria que fica do outro lado do bloco que eu teria que ir depois, e pela paciência com o coelhinho.

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