Eles

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*Apenas meu olhar me conectava com eles. Aqueles 8 garotos estavam submetidos a mim.*

Eu estava fazendo sexo com ele,
mas aquilo estava me destruindo,
e eu,
não sabia.

Primeiro capítulo:

Já era noite, e eu precisava dormir. Precisava, mas não queria. Meu dia tinha sido extraordinariamente exaustivo, precisava não lembrar dele. Quanto menos melhor. O problema é que eu não podia esquece-lo. Não.
Jamais.
  Me acomodava em meu cobertor, como se fosse minha segunda pele. Ele me dava ótimas sensações, até olhar para sua estampa patética de flores com tonalidades vibrantes. Ele não combinava com meu quarto que só possuía tons de preto e cinza. Como dizia minha mãe: "Tons de morte".
Tudo era patético.
Eu era patética.
  Meus olhos vigiavam o teto escuro. Meus pensamentos dançavam mil ritmos desconhecidos de música. Estava dividida em confusão e exaustão. Então peguei meu celular, e por mais que sua vida era de 10% antes da ressurreição, eu não queria me mover. Estava tão exausta que por momentos pensei que eu e a cama fosse uma só. Então não o coloquei no carregador.
Nada me tiraria da cama.
Há não ser...
Jorge.
Eu o desejei com ferocidade.
  Queria seus cabelos castanhos-dourados entre minhas mãos. Queria que os olhos negros dele pudessem realizar meus desejos.
Eu o queria como nunca o quis.
Por mais que Jorge invadisse minha mente, Lucas gritava em meus pensamentos. Eu o imaginei trazendo ótimos salgados quentinhos e deliciosos que só ele sabe fazer. Ele conseguia fazer muito mais que isso. Conseguia deixar outras coisas quentes. Me mostrava realmente o que era delicioso.
Interrompo-me com uma pequena risada.
Como poderia pensar em Lucas e comida ao mesmo tempo?
Não era fetiche, era só um desejo.
Talvez eu poderia me arrepender da próxima escolha, ou talvez não.
  Pedro no meu lado da cama não seria ruim.
Eu era apaixonada por seu corpo feroz.
Ruim seria suas piadas sujas e tiranas que me incentivaria a fazer sexo com ele.
E eu não recusaria.
Seu corpo me causa tremor.
E existe uma parte no corpo dele que me causa prazer.
E era a que eu mais pensava.
  Talvez eu poderia recusar o Sam, ele sim é um perfeito idiota pra me levar pra cama. Mas no fundo, ele poderia me conquistar. Bem no fundo mesmo.
Sam tinha uma coisa que outros garotos não tinham, que era seu lindo sotaque português.
  Já Natanael não seria uma má escolha. Não se eu quisesse estudar até minha morte. Mas eu queria, queria ver os movimentos que aquela boca perfeitamente desenhada e recheada de um volume labial vermelho intenso fazia. Acredito que deveria fazer movimentos letais quando se unisse aos meus lábios.
Seria suave.
Diferente de Felipe.
  Felipe provavelmente percorreria meu corpo com a língua.
E eu teria certeza que isso seria só o começo.
Felipe me deixaria surpreendida mais uma vez.
Ele iria me fazer transpirar.
Iria borbulhar cada molécula do meu corpo em uma sincronia eletrizante.
Suava.
Então recuei esse pensamento.
E outro apareceu.
Joaquim. Agora eu o queria.
Queria me afogar naqueles olhos oceânicos.
Desejei que aquele azul fosse a única luz do meu quarto.
Da minha alma.
Eu não sei o que Joaquim tinha, mas com toda certeza, eu gostava.
E como gostava.
  Todos esses garotos surgiram na minha mente, com detalhes e sentimentos.
Minha respiração estava ofegante de tanto imagina-los. São garotos que eu possuía. São meus garotos.
Parece egoísmo, mas eu os trocaria.
Por apenas um
Izac.
Izac era tudo que eu precisava.
Não só nessa noite.
Mas em todas as outras.

OlharesOnde histórias criam vida. Descubra agora