{Se for possível}
"Na próxima vez que o amor vier
Evitarei promessas antes da hora
Evitarei apego excessivo
Evitarei falar dos meus pontos fracos
Evitarei envolver o passado
E se for possível também evitarei o amor"
Gabebalzan
POV Jimin, Park Jimin (Jeon)
Assustado não era uma boa palavra, confuso talvez, mas ainda não era a palavra. Surpreso, isso, eu estava surpreso, por mais que levasse na brincadeira e até desconversasse, eu estava surpreso pelas intenções ali, não é comum quererem saber sobre mim, não com profundidade, e muito menos é comum eu dar essa abertura a alguém.
Assistir 'Para todos os garotos que eu amei antes' foi um erro, maravilhoso, mas acho que é natural ao assistirmos ou lermos aprendemos algo, refletimos, e tinha um letreiro em neon piscando, quanto mais pessoas entram na sua vida mais pessoas podem sair dela, vai mesmo deixá-lo entrar?
Eu sei que sou considerado uma pessoa intensa, o que de fato sou, e eu me apego, só que a forma que ele implica comigo, ou a paz que é estar com ele apenas parece tão certo, assim como eu pareço precipitado.
Sei que não é o ponto de vista mais aconselhável, mas ainda penso, o que tenho a perder? O que nos faz justificar as merdas da vida, tipo, só se vive uma vez.
O sorvete já tinha acabado, só estávamos ali jogando conversa fora, era gostoso, nenhuma pergunta pessoal, só assuntos aleatórios como mitologia grega e astrologia, e nem digo no sentido inteligente da coisa, apenas falando das nossas casas de Hogwarts, ou qualquer assunto nesse estilo.
Ele era até engraçado, mas eu não admitiria isso, e uma vez ou outra ele tentava alguma informação mais profunda que minha cor favorita, que ele descobriu ser azul, e porque azul, que seria porque essa cor me traz paz, atualmente falávamos sobre a poetização das coisas, ou algo assim, eu estava rindo de alguma linha de raciocínio duvidosa
- Gosto da ambiguidade poética, porque deixa você colocar aquilo na sua realidade, e tem o mistério de saber o que de verdade significaria, é tipo você, cheio dos mistérios e profundidades que diz sem dizer, e interpreto com meu lado emocional – ele dizia, dessa vez misturando o flerte ruim com a busca de informações
Eu já estava me cansando de dar uma de reservado, vamos correr o risco
- Bom, te conheço a pouco tempo, não posso simplesmente falar assim, não tem mistério nenhum, apenas tem algo com segurança, tem que ter reciprocidade, não vou sair falando se não sei se posso confiar, sem ofensas, você é legal, seria seu amigo e te contaria as coisas, mas preciso ser conquistado – sinceridade sempre foi meu forte
- Justo, você está certo, prazer agente do estado que investiga você, FBI – ele brincou, e gostei que não se ofendeu – Mas então, o que quer saber de mim já que terei que iniciar a conversa e me mostrar confiável gatinho?
- Não sei, poderia começar e dizendo o que cursa na faculdade – minha memória para essas coisas era uma coisa que eu me orgulhava, mentira, apenas a lembrança do carinho me assombra, mas ninguém precisa saber disso
- Psicologia – ele deu um riso, ele sabe, merda – Logo eu poderia estar te analisando, e sou muito perceptivo – falou com graça – e você? Faz faculdade? Não lembro se disse algo sobre
- Sim, faço pedagogia, na publica daqui, inclusive tem um trabalho semestral com a turma de psicologia, quem sabe a gente não se esbarra por lá
- Talvez, vamos para as perguntas básicas, quantos aninhos na fucinha fofa? – sim, ele é bem abusado, e pior, eu gosto
- 24 aninhos gracinha, e você bebê? – reciprocidade, gosto, lembra?
- 22 – respondeu simplista, nem ligando para o que eu disse
- Okay, próximo tópico, por que psicologia? – esse jogo era para dois
- Não sei ao certo, poderia dizer que era um sonho, mas não um sonho infantil, mas um sonho que fui construindo, talvez aquela falsa ideia de entender melhor as pessoas, e me encaixei nisso, bom ouvinte observador, algo com o porquê fazemos o que fazemos – ele foi bem sincero, sei que a lista de motivos dele deve ser longa, e que deve ter outros pontos muito importantes
- Algo com a genuína curiosidade sobre sua espécie, entendo, afinal a curiosidade matou o gato – mantínhamos o clima agradável, até lhe dei um sorriso
- Matou o pobre gatinho tadinho, o qual curiosidade está te matando? – sim, tinha algo que eu estava curioso, no fundinho da mente, e ele percebeu, como, eu não sei
- Curiosidade? Me matando? Impressão sua... – eu nego, não sei qual é a acusação, mas eu nego
- Facilite, pergunte e te responderei da maneira mais sincera possível – ele estava numa posição que dizia por si só que estava confortável com a conversa, e eu estava disposto a ser sincero se ele também, perguntar não arranca pedaço ne?
- Por quê? – minha careta em confusão deve ter sido fofa, porque ele claramente derreteu
- Por que o que gatinho? – ele arqueou uma das sobrancelhas
- Não vai me dizer que se infiltra na vida de cada uma das tuas entregas, ou que acaricia a todos, por que estamos aqui? Com você insistindo em se aproximar de mim, não estou reclamando, nem tenho muitos amigos, mas não achei nada coerente para justificar você – dois neurônios a 80km/h, na mesma rua, um descendo e um subindo, os meus já sofreram o acidente
- Tranquilo que a curiosidade não te matar, não no meu turno, mas foi por pouco – ele se ajeitou na cadeira, numa postura mais séria, ou algo assim, ate me arrependi de ter perguntado – Você não entenderia, eu nem sei, você só não sai da minha cabeça, não sei se estou fazendo o certo, eu estou seguindo meus instintos, e me sinto melhor quando fala de você – ele respirou fundo – Nome? Jeon Jungkook, ou coelhinho. Idade? 22. Local onde nasceu? Seul. Criado pelos avós, vim para cá aos 18, e tenho dois empregos e mais alguns rolos, e eu quero te contar cada porque que pode haver nessa história.
- Por que eu? – falei baixinho ainda digerindo
- Teus olhos têm um brilho diferente, eu não tenho nada a perder, posso arriscar, eu quero ter alguém, pode ser só como amigo, você aspira confiança, eu sou um alfa muito doce e sentimental, mas muito forte, você um híbrido único, e eu quero tirar minhas próprias conclusões sobre isso, e eu acho que nunca falei tanto sobre mim. – Falou se ajeitando confortavelmente de novo – estou te pedindo uma chance, de ser seu amigo, de matar minha curiosidade e a sua, de dar algum sentido a alguma coisa, agora depende de você
Ele mudou de assunto depois disso, eu precisava pensar e ele respeitaria isso, eu estava disposto a aquilo que ele propôs, e logo, pois perca de tempo era perca de vida, me joguei na aventura.
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Clichê? REESCREVENDO
FanfictionEra uma vez um pequeno híbrido, doce e frágil... Aah não pera, não é assim não, só por que é híbrido tem que ser frágil? Na na ni na não. Alfa dominador? Que alfa? Essa bem que poderia ser uma história clichê onde o alfa encontra o híbrido frágil...