Capítulo único

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Não era a primeira vez que Alanna se arrumava para ir a um local que ela não tinha vontade

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Não era a primeira vez que Alanna se arrumava para ir a um local que ela não tinha vontade. Na realidade, quase todos os finais de semana, ela era chamada para um “rolê” aleatório, que a faziam querer dormir cada vez mais. Porém, naquela noite, era o aniversário de um dos seus melhores amigos e, mesmo não gostando de festas, ela iria dar seu melhor.

Ao sair do banho, enrolada na toalha verde, cheia de flamingos de ponta cabeça, já que ela havia colocado para o lado errado, ela viu seu pequeno companheiro andando no final do corredor com a mesma maestria de sempre. Com o rabo levantado, parecendo um espanador preto, Banguela miava em direção ao quarto.

Seus pés molhados deixavam marcas no tapete de carpete bege. Se escorando na longa parede branca, seus olhos miravam o gato que havia acabado de pular para cima da colcha rosada da sua cama. As grandes bolinhas de gude esverdeadas em meio a todo o preto dos pelos do animal fizeram a jovem sorrir até adentrar seu próprio espaço.

Com a toalha ainda enrolada na altura dos seios, cobrindo apenas até suas coxas finas e compridas, a garota se sentou ao lado do animal de fios longos e esvoaçantes. Acariciando o seu amigo, ela não pode deixar de sorrir magnificamente, com seu sorriso levemente entortado. Um de seus charmes, como já esperado.

— Parece que você terá uma noite muito tranquila, não é, Banguela? — O animal batia levemente com sua cabeça na cintura da dona, miando como se estivesse resmungando. — Eu sei, eu sei. Também não queria te deixar sozinho. Mas eu volto. Não sei que horas, mas volto.

Seu jeito singelo e calmo de falar fazia o gato pedir por carinho. Ela sabia que levá-lo estava fora de cogitação e isso a fazia ficar carrancuda. Claro que ela sabia que o animal não merecia aquela barulheira das casas de festa, mas como não existiam locais apropriados para fazer festas com os seus bichinhos?

Com a sua própria imaginação de animais dançando em meio às músicas da Xuxa, Alanna riu.

Os miados de Banguela ainda eram frequentes e ele parecia realmente irritado com a situação. No pensamento da dona, era apenas pela saída dela. Mas na verdade, suas pernas estavam o deixando molhado. E era disso que ele não gostava.

— Por que você está reclamando tanto? Eu não vou te deixar sozinho para sempre. — Ela colocou sua mão sobre a cabeça do felino, segurando levemente a sua arcada dentária e voltando a falar com a voz fina. — Sorria para mim, Banguela! Tão lindo de sua mãe, iti iti.

Seus dedos finos balançavam o rosto do animal que parecia adorar a interação. Descendo sua mão para o peitoral, ela sentiu o molhado dos pelos e, finalmente, entendeu do que tanto ele reclamava. Olhando para suas coxas, ela viu a água escorrer em cima do seu colchão.

— Oh, oh! Me desculpe. — Levantando rapidamente, o gato pulou da cama, deixando-a sozinha no quarto, a fazendo se lembrar que precisava se arrumar para evitar atrasos.

Enquanto secava seus longos cabelos loiros, ela cantarolava alguma música que, provavelmente, pertencia a dupla Anavitória. Era um vício nos últimos meses, mas somente pelas melodias gloriosas e vozes doces que ecoavam em sua cabeça, já que seu coração pertencia somente ao seu gato, que ainda parecia duramente irritado com as gotas de água que a dona havia lhe dado como presente de saída.

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⏰ Última atualização: Sep 23, 2019 ⏰

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