THE THIRD WAR

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐒𝐓𝐈𝐋𝐋 𝐒𝐓𝐀𝐍𝐃𝐈𝐍𝐆

algo poderia me fazer crer que bolhas luminosas feitas de sabão são a coisa mais bonita que já passou pelo meu olhar, porém, estando de frente para um céu tão repleto de tons mornos que destoam entre o vermelho mais sanguinolento já sequer tocado e um lilás tão impávido quanto o feixe de luz matinal que pode sim, ser mais cegante do que um lampião, acho que eu, com total certeza estou vivendo numa utopia tão utópica que até seria difícil de crer que é de fato só algo da minha cabeça.

tudo se torna mais cintilante ainda quando se é revelado o fato de que seungkwan segura a minha mão de uma maneira tão reconfortante e calma que seria impossível descrever o estado da tormenta que ultrapassou os nossos pares de olhos cor de jabuticaba. ele o faz com maestria, como se a sua vida dependesse disso.

nunca achei de fato que dependessemos um do outro ou que a nossa existência fosse de fato somente sintetizada em uma coisa tocável. somos somente amor. e ainda que tentemos o máximo possível categorizar algo mais abstrato do que o ar melancólico que transporta o odor de flores de laranjeira até nossas narinas logo no primeiro suspiro da primavera, o amor ainda não se pode ser concretizado. mas de fato, pode ser sentido.

sungkwan está em cada um dos gritos de paz que explodem à plenos pulmões de uma nação inteira que esteve em guerra. está em cada partícula de um perfume que remeta à nostalgia de manhãs onde acordávamos cedo para dar a volta no bairro antes de ultrapassar os portões do velho colégio do décimo primeiro distrito. independentemente de crenças, gostávamos até mesmo de dedicar preces para que o chão não ficasse mais tão constantemente sujo de sangue e que pudéssemos amar cada vírgula de um amor que mereceu desde o seu princípio ser dedilhado como quem faz um acorde despretencioso. glória. à qualquer um que sequer tenha pensado em pôr um fim no que mata por dentro.

de tão impregnado em mim, acabo pensando que suas mãos são feitas de pedaços mortos e caídos de estrelas, porém, tamanha injustiça.

ainda nem sequer acredito que acabou e que podemos calmamente pôr uma rede pendurada em uma árvore de frente para um campo de batalha não-mais-tão-cruel-porém-ainda-não-inofensivo-de-fato. à tocar seus cabelos como pequenos tufos de algodão recém colhido, posso crer na realidade utópica por um segundinho e não somente brigar consigo por se esconder de mim de maneira que se torne mais rotineira do que constante.

gosto de escondê-lo envolto em arbustos de amora e logo em seguida sair para caçá-lo só para sentir a emoção nova de encontrá-lo e degustá-lo pedacinho por pedacinho novamente. é o tipo de emoção que não necessariamente precisa de um nome para que saibamos do que está em pauta. é o tipo de emoção que é romantizada até o ponto em que seja necessário dormi-lá e ingeri-la para provar do seu valor. entretanto, sem que ninguém tenha me dado alguma pista, eu posso sim ter desvendado o real significado do que poetas ridículos chamam de "fenômeno que torna a vida colorida até para quem não vê sequer um pingo de cor no mundo e talvez, o resquício de vontade que prende um tolo por mais tempo no mundo sem que ele desista tão subitamente"

amor. seungkwan é amor.

//para alguém do espectro aro, até que é um grande avanço falar sobre amor romântico (kk?)
faz um bocado de tempo que eu não falo nada nas notas de alguma coisa que eu escrevo, talvez porque as palavras costumam me sabotar ou porque eu tento deixar qualquer uma das minhas obras aberta à qualquer tipo de interpretação. espero que entendam.
em maioria, essa obra foi inspirada em "in the eye of the beholder", traduzida pela wjsnchateau (eh mole).
creio que a narrativa em si não tenha merda nenhuma de semelhança com a história usada de inspiração mas eu falo não necessariamente sobre a ambientação e sobre personagens, eu falo sobre sentimentos e todas as coisas boas que tal história me fez sentir.
até mais.