Capitulo cinco

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Preciso esquece-lo! É isso, eu vou esquece-lo. Juro! – ela disse em frente ao espelho depois de se trancar no banheiro.

         Naquela noite Luce chorou como nunca, passou horas pensando em tudo o que tinha acontecido nas ultimas semanas –desde o sequestro até a noticia da mudança para Londres– e foi assim que ela adormeceu. Em meio as lagrimas, e sem saber que algumas mentes por ai não paravam de repassar sua imagem, destacando cada detalhe.

         Quando o despertador tocou na manha seguinte, ela levantou ainda meio zonza de sono, mas pela primeira vez se arrumou tão rápido que ate ela mesma estranhou. Como desceu antes que o café ficasse pronto, pegou uma maça e foi para o colégio.

         No caminho, pensava nas melhores maneiras de evitar Scott e não encontrou nenhuma, a não ser matar a aula ­– eles teriam aula de Biologia hoje, e formavam uma dupla– não tinha como escapar.

        Foi a primeira a chegar no laboratório, então teve mais algum tempo para repassar sua estratégias –como se tivesse alguma!

         Quando Scott chegou, ela simplesmente agiu como se nada tivesse acontecido. Ele agora era apenas um garoto que estudava com ela, só isso.

          Ela desejava que tudo fosse diferente, queria começar de devo, desde o primeiro dia. Não que queria sentir o que estava sentindo agora.queria poder mudar as coisas, ela pensou, queria nunca ter vindo para Londres. Foi assim que ela passou todas as aulas do da, em meio a devaneios e se esquivando a todo tempo de perguntas do tipo: "Você está bem?"; "O que está acontecendo?"; "Você está bem?"; "Por que você não responde nossas perguntas?" e etc.

         Ao fim das aulas, quando já estava saindo –depois de ter dispensado a companhia de Kate, ela foi abordada por garoto que nunca tinha visto antes. Loiro, olhos castanhos, e definitivamente, um atleta.

–oi, desculpa, acho que você não me conhece. Meu nome é Jefferson.

–Ahh, oie. Sou Luce.

–Eu sei, sou da sua turma de Inglês.

–Engraçado, nunca vi você por lá.

–Acho que você nunca prestou muita atenção, já que eu me sento relativamente perto de você.

         Ela corou. Havia acabado de levar um "tapa na cara" da indireta.

–Não tem problema. Posso te acompanhar?

–Não precisa, moro aqui perto.

–Só para constar, moro a dois quarteirões da sua casa – ele riu.

         Como ela nunca havia reparado nele? O garoto além de ser seu colega de inglês, ainda morava perto de sua casa. Apesar de não querer, ela acabou aceitando sua companhia, Jefferson sabia muito bem como animar uma garota. Luce não parava de rir.

–Sabia que seu sorriso é lindo?

–Obrigada – ela disse sem jeito.

–Não só o sorriso, os olhos também. Enfim... você é linda.

–Fiquei sem graça afora.

–Só estou falando a verdade. Tem namorado?

–Não, não! Cheguei aqui a pouco tempo.

–Que bom... – ele sorriu

–...

–...

         Andaram alguns minutos em um silencio constrangedor até que Luce resolveu corta-lo.

Fugitivos da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora