de único só o capítulo.
a proposta não foi dita, logo, não foi aceita.
- você é uma estrela, hyuna. - hyojong disse.
- mas qual delas? - ela perguntou.
- a mais brilhante.o que era a proposta, afinal? hyuna conhecia hyojong há 2 meses, mas aquele era um momento tão íntimo, tão pessoal. duas pessoas tão vulneráveis, tão puras de alma tentando amar. sentimentos nus e crus. não há como esconder. o coração acelerado; corpos nus e suados; cabelos grudados na testa; respiração descompassada; dedos entrelaçados; pés descalços; rostos brancos e bochechas rosadas; o sexo em sua forma mais bela.
- sente o mesmo que eu? - era a vez de hyojong perguntar.
como? como poderia hyuna sentir o mesmo sendo que nem sabia o que hyojong sentia? eram desconhecidos, se encontraram numa cafeteria. não era amor. paixão, talvez? o pequeno coração de hyuna não sabia o que sentir. mas ele era tão doce, engraçado, respeitoso, bonito; era impossível alguém não amar hyojong. apesar de tudo, ela não o amava.
- mal nos conhecemos.
- então por que estamos aqui?
- eu não sei.e eles dormiram juntos. na manhã, o cheiro de ovos mexidos e suco de laranja invadia as narinas de hyuna. agora ele também cozinhava? o que mais ele sabia fazer? até quando iria desequilibrar a química do cérebro de hyuna? até quando faria seu coração doer? nenhum dos dois sabia. era algo mecânico; automático. haviam sido pegos no meio de uma canção de amor, tão barulhenta, mas não era uma típica canção de amor, pois os machucava de novo e de novo.
- desculpa se te acordei. - hyojong estava encostado no batente da porta de seu quarto. seus olhos puxados formavam um tipo de sorrisinho enquanto falava animadamente sobre o café da manhã - e daí eu pensei em fazer bolo de limão, mas lembrei que naquele dia no café você disse que não gostava de limão e... - os cabelos platinados caiam na testa, seu rosto ainda estava corado...era adorável.
- não, não. tudo bem. eu acordei há um tempinho já.
- você vai embora?hyuna pensou em ir embora, ela poderia ir embora, só precisava falar "sim" e seguiria com a vida, tendo encontros casuais com hyojong...mas ela não queria, ela não conseguia. o campo magnético do rapaz magro de olhos puxados era forte demais; hyojong deveria ter pensado nas consequências ao acariciar suas mãos naquele quarto escuro na noite passada. merda! hyo era tão bonito que deixava hyuna sem palavras só de olhar para o rosto do rapaz, e ela ficava furiosa por hyojong fazê-la sentir-se assim. hyojong é o sonho bonito de todas as pessoas na universidade e, dentre todas aquelas pessoas, ele escolheu hyuna, a moça meiga e doce da cafeteria. mas hyuna não sabia se deveria escolher hyojong. talvez mais tarde naquele dia, talvez daqui a um ano, mas não agora. cedo demais. porém, se esperassem mais um pouco, seria muito tarde.
- não, ainda não. temos que tomar o café da manhã. - hyuna disse com um sorrisinho doce estampado em seu rosto, hyojong achava aquilo fofo, quando ele via o sorriso de hyuna, seu coração ficava quentinho e ele sentia as famosas borboletas no estômago.
eles foram em direção à cozinha do aconchegante apartamento de hyojong, o cheiro do bolo de baunilha recém tirado do forno hipnotizava o olfato da garota, aquele cheiro era bom. assim como hyojong. ele era bom demais para hyuna. ela estava confusa. ela tinha certeza, mas não tinha. por que? por que? qual a necessidade? eles comeram em silêncio, não havia muito o que falar. apenas pensar. a mente de ambos estava um turbilhão de pensamentos. seria o destino, talvez? eles não sabiam.
- o bolo está bom.
- ah, que bom que gostou! - hyo sorria de orelha a orelha. aquele pequeno comentário de hyuna melhorou seu dia que acabara de começar. - fico feliz com isso!hyuna olhava para o rosto dele e via o que nunca vira em ninguém antes. algo reconfortante. a lembrava de quando passou férias na itália. aquele cheiro de pães recém tirados do forno, o sol brilhando no céu, sem nuvens, apenas luz e calor, o sabor doce do mais puro gelatto, a sensação de estar em paz. era isso que hyuna sentia quando estava com hyojong.
paz.
era algo diferente para ela. paz. uma palavra tão pequena, mas tão significativa. mal ela sabia que hyojong também sentia isso quando estava com ela.
ela, perdida em seus pensamentos, olhou no fundo dos olhos de hyojong e soube. ela soube naquele momento o que iria fazer.
e ele também.
hyojong foi até hyuna e deu um pequeno beijo em sua testa. ela se levantou, o encarou, pegou seus pertences e foi embora. sem olhar para trás.
as semanas seguintes passaram rápido. sem notícias de ambos. hyojong sempre ia ao café, na esperança de encontrar a garota que fazia seu coração flutuar. hyuna foi à casa de hyojong algumas vezes, sem ter certeza se devia tocar a campainha. ela nunca se decidia.
e a verdade é que, nenhum dos dois realmente tinha certeza do que queriam. eles só estavam ali.
um ano se foi sem que eles percebessem. hyuna agora tinha um namorado, e hyojong... bem, hyojong parou de ir ao café quando percebeu que ela nunca mais iria lá. eles tinham suas próprias vidas agora, sem um ao outro.
foi num dia nublado de agosto, em que a chuva caía fraca no asfalto, os cachorrinhos da rua se aconchegavam em becos, um bolo de chocolate acabava de sair do forno de uma confeitaria da esquina e hyuna estava presa no trânsito com seu namorado. os dois discutiam por alguma coisa boba, aquele sentimento de paz havia sumido, hyuna revirava os olhos a cada palavra que o rapaz falava. ela respirou fundo e abriu a porta do carro e saiu. com as gotas caindo sobre sua cabeça, hyuna atravessou a rua, o namorado deixado no carro gritava, mas ela não se importava. talvez ela nunca tenha se importado.
hyuna entrou no pequeno café lotado de gente. ela sorriu quando encontrou o que procurava.
até que o que ela procurava não era o que esperava.
hyojong estava abraçado com uma outra mulher. eles riam e se beijavam. ele parecia feliz com ela... e então avistou hyuna. seu sorriso se desfez enquanto via hyuna parada no meio de todas aquelas pessoas.
eles se olharam por vários minutos. e era como se mais ninguém estivesse ali.
e embora nunca tenham dito em voz alta.
eles sabiam.
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feelings. | hyudawn
Fanfictionfeelings | hyudawn hyuna e hyojong não sabem o que sentem um pelo outro. hyudawn!sad