Prólogo

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Flashback

Orfanato de Dubrovnik, Croácia

Século XXI

Naquela manhã, Katrina e Amber, duas das garotas mais velhas do orfanato de Dubrovnik, estavam ouvindo a conversa do diretor da instituição com uma das monitoras.

- Não queria fazer isso, mas Katrina já passou da idade! Temos que mandá-la para outro lugar - disse o diretor.

- Mas ela ainda tem uma chance com este casal que vai visitar o orfanato hoje - falou a monitora.

- Talvez, mas acho muito difícil eles quererem adotar uma garota da idade dela.

- Nós não podemos perder a esperança! Ela não é fácil de se lidar, mas, no fundo, é uma boa menina. Merece uma família que a ame!

- Eu sei disso. Também gosto muito dela, mas... Se esse casal não adotá-la, eu não terei alternativa a não ser mandá-la para o convento...

Ouvindo isso, os olhos de Katrina se enchem de lágrimas. Ela sai correndo até seu quarto.

Amber vai logo atrás da amiga. Katherine se senta na cama e pega um dos travesseiros e começa a socá-lo, descontando toda sua raiva.

- Assim vai acabar com o travesseiro... - disse Amber, fechando a porta.

- Que se dane! - falou Katrina, irritada.

- Ei, calma!

- Calma? Você ouviu o que eles disseram! Vão me mandar para um maldito convento!

- Não se esse casal te adotar...

- Eu não acredito em Papai Noel e Fada dos Dentes desde os meus noves anos - disse Katrina, irônica.

- Eu tenho certeza de que as coisas vão ser diferentes dessa vez!

- Chega, Amber! Chega! Eles não vão me ajudar e eu também não vou a lugar algum!

- Está pensando em que, Katrina?

- Se eu falar, alguém pode ouvir... E eu não quero que isso aconteça. Só lhe digo uma coisa: não vou a lugar algum.

- Ai, amiga! - suspirou Amber.

- Anda! Vamos nos arrumar para o tal casal...

Amber concorda e as duas se arrumam. Amber faz de tudo para Katrina se sentir melhor, mas nada adianta.

Final do Flashback

Mansão dos Villefort em Kajaani, Finlândia.

Século XXII.

-MÃE! MÃE! MÃE!

- Estou aqui, querida! - responder Katrina, calmamente.

- MÃE! - grita Nina, correndo pela casa.

- Que gritaria é essa, baixinha? - pergunta Maurice, saindo de seu quarto.

- Cadê a mamãe? Eu preciso falar com ela!

- Ela está na sala...

- Obrigadinha!

Nina entra na sala de estar e pula no colo de sua mãe, Katrina, que está sentada no sofá, observando as gotas de chuva que batiam no vidro da janela.

- Querida... - repreende Katrina, sorrindo.

- Oi, mamãe! - Nina dá um beijo carinhoso na bochecha de sua mãe e sorri.

- Oi, meu amor. Por que está tão animada?

- Ah, é que eu vou ir patinar no lago em frente ao café onde a Úrsula trabalha...

- Só tome cuidado, querida - pede Katrina, zelosa.

- Fica tranquila, mãe! - Nina sorri e olha no fundo de seus olhos. - A senhora parece tão triste...

- Não é nada, querida! É que sempre que eu observo a chuva, uma corrente de lembranças invade a minha mente... - Katherine suspira. - Enfim... Vai se divertir!

Nina sorri e beija-a na bochecha repetidamente. Maurice entra na sala de estar e liga a televisão, jogando-se no sofá despreocupadamente. Nina levanta-se e prepara-se para abandonar a sala.

- E leve seu irmão com você!

- NÃO! - reclamam Maurice e Nina em uníssono.

- Não é um pedido, é uma ordem!

- Mas, mãe... - começa Maurice.

- Mãe, é um encontro de garotas! Ele NÃO pode ir! - interrompe Nina.

-Garotas? - pergunta Maurice, interessado.

- Sim. A Úrsula e eu...

- A Úrsula? Vou me arrumar! - fala Maurice e sai correndo para seu quarto.

Nina bufa. Dez minutos depois, Maurice retorna a sala de estar, pronto para sair.

- Não demorem muito. Seus tios vão chegar em breve... - pede Katrina, dando um beijo na testa de cada um.

- Nossos tios? - perguntam Nina e Maurice em uníssono.

- Sim, eles chegam de Zagreb hoje.

- Não vamos demorar, mãe. Eu prometo!  - Nina sorri e sai de casa com Maurice.

Meia hora depois, Nina e Maurice chegam em um café aconchegante no centro de Kajaani, onde Úrsula, a melhor amiga de Nina, trabalha nos finais de semana.

Em frente ao café, há um lago congelado onde Nina costuma patinar no inverno enquanto Maurice bebe um latte macchiato e paquera todas as garçonetes do café, especialmente Úrsula.

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