Capítulo 10

31 6 4
                                    

Meu Destino

"Nas palmas de tuas mãos
leio as linhas da minha vida.
Linhas cruzadas, sinuosas,
interferindo no teu destino.
Não te procurei, não me procurastes -
íamos sozinhos por estradas diferentes.
Indiferentes, cruzamos
Passavas com o fardo da vida...
Corri ao teu encontro.
Sorri. Falamos.
Esse dia foi marcado
com a pedra branca
da cabeça de um peixe.
E, desde então, caminhamos
juntos pela vida..."

Cora Coralina

Ѽ

1896

"E foi assim que um grande escândalo ameaçou afetar o reino da Boêmia e os melhores planos do Sr. Sherlock Holmes foram derrotados pela astúcia de uma mulher."

Enfim um dos contos de seu livro conseguira terminar. Estivera tão assustada e inebriada com tudo que lhe aconteceste que esqueceu de continuar a viver durante aqueles fatídicos dias.

Chorou durante uma hora. As uma hora e um minuto depois, recolheu seu diário, o trancou em uma gaveta qualquer, apanhasse seu livro e esqueceste do que ele a fez.

Um gemido abafado escapa por entre seus lábios.

Com os dedos aperta suas têmporas e reprime a vontade de se debulhar em lágrimas. És certo que não se prestará a isto novamente.

Havia passado mais um dia sem se alimentar corretamente. 

A verdade é que há dias ela não realiza uma refeição por completa, mas a realidade é que em seu íntimo já não demonstra tanta preocupação. Não seria de todo mal morrer. Carter não poderia desfazer o acordo com sua mãe, porque com sua morte elas não estariam o quebrando primeiro.

  Gostaria de ser como Irene Adler, mas não passa de uma garota um tanto medrosa e chorosa.

Com um suspiro derrotado ela levanta de sua cama disposta a procurar por algo que venha fazer a dor em seu estômago passar.

De forma alguma deixará a morte levá-la.

  Olhando seu reflexo no espelho, nota que uma marca vermelha em seu pescoço não deixa dúvidas de que não foi um sonho como havia imaginado e que não poderá comparecer a presença de ninguém com ela à mostra.

Com um murmúrio desgostoso escolhe um vestido adequado para sua situação.

Por sorte, o dia amanheceu frio o suficiente para que possa usar um com gola e pano o suficiente para encobrir sua traição.

Corre até a casa de banho e faz sua higiene antes que Sofia chegue para ajudá-la.

Sendo uma mulher casada, ela logo reconheceria uma marca como aquela e Eliza não quer que ninguém descubra o que os dois fizeram.

Fora tão delicado, amável.

Com um suspiro seus dedos correm por sua pele avermelhada.

É certo que da próxima vez fará questão de o marcar da mesma maneira.

Assustada com este pensamento ela termina de se vestir rapidamente.

A Mansão de ChurchillOnde histórias criam vida. Descubra agora