Pão de Lucas

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O sol estava se pondo e logo logo seria eu.
O observava pela janela e via seu tom alaranjado pousar sobre meus cabelos ruivos, deixando-os mais laranja.

Antes de fechar as cortinas cinzas
que cobria as janelas do meu quarto, olhei para as ruas que se envolviam ao redor da minha casa. Ela era tão grande que conseguia ver o quarteirão inteiro
As vezes eu me sentia estranha em ter a casa mais chique do bairro. Mas poucos sabiam que tinha sido herança dos meus avós.
Cheguei a conhecê-los, eram avós bons, porém, mesquinhos.
Linhagem de família rica.
Tataravós duqueses.
História chata.
Essa era minha vida.
Meus olhos procuravam a padaria do pai de Lucas.
Não estava com fome.
Não dá fome "normal".
Queria pães.
Queria Lucas.
Fecho as cortinas e sigo para o espelho em frente a minha cama.
Me observo cautelosamente.
E estava simples e disso não poderia passar.
Exagero me levaria ao fracasso, pois ele perceberia.
Procuro um batom vermelho-vinho na minha bolsa.
Encontro e o consagro nos meus lábios.
Estava maravilhosa.
Com bem pouco, mas estava.
Sacudo de leve meu cabelo, arrumo meu sutiã e passo meu perfume que também estava na bolsa.
- Excelente! - Digo arqueando a sobrancelha e encarando meu reflexo.
Devolvo a minha bolsa as coisas que usará enquanto sigo pra fora do quarto.
Dou meia volta e me olho novamente para o espelho.
Não tinha me visto com a bolsa.
- Você não é narcisista. - Afirmei em frente ao espelho. - Mas maravilhosa você é sim! - Sorrio e caminho para fora do meu quarto, em seguida, de casa.

Caminhei até a padaria, e quando passei pelas portas de vidro, o vi.
Seu corpo musculoso e moreno me convidava pra encontrá-lo. Seus cabelos cacheados estavam escondidos debaixo da touca que usara. Seu avental sobre a camisa escondia os detalhes daquele corpo perfeitamente desenhado. Musculoso, 1,80, moreno. Lucas era delicioso.
Ele atendia uma senhora, mas eu podia perceber que ele sentira meu perfume e desviava sua atenção.
Seus olhos me procurava e logo me encontrara.
Estava nós 3.
A senhora saira e eu me aproximei.
Agora éramos 2.
- Lucas como vai? - Digo enquanto olho para os pães que estava na estufa.
Minha mãos estavam em cima da mesma.
- Estou bem Zoe, porque você está aqui? - Ele questionou.
- Não posso comprar pães? - Meus olhos se encontraram com os dele, e ao mesmo tempo os desafiavam.
- Você não gosta de pães. - Debochou enquanto cruzava os braços.
- Sou sua cliente, deve me servir. - Meu olhar continuou o mesmo.
- Só se eu quiser! - Disse me desafiando e colocando as palmas das mãos sobre a estufa.
Estávamos tão próximos que sentíamos nossas respirações.
- Quero... - Ele mordera o lábio de leve.
- Perfeito! - Disse me afastando dele e indo pra outra estufa.
Ele me acompanhava.
- Quero esse pão aqui. - Ele estava certo, não comia pães e nem sabia qual era aquele. Iria dar pra Heranta.
- Só esse pão? - Ele olhou para o pão e depois para as calças dele, descaradamente.
- Talvez sim. Não estou com muita fome. - Falei enquanto arrumava meus cabelos.
Lucas colocou o pão na sacola e olhou pra mim.
- Tem certeza que só quer ele? - Parecia furioso.
- Sim. - Demorei alguns segundos antes de falar.
- Você que sabe. - Ele saiu de trás da estufa ( que era a única coisa que nos separava) e chegou até mim.
- Você não tem querer. - Ele deu um sorrisinho.
- Porque não? - Disse tentando pegar a sacola que ele segurava e não tinha a intenção de soltar.
-Estamos de promoção, pague 1 e leve 2. - O sorriso continuou lá, porém, agora ele arqueou a sobrancelha.
Isso era um perigo.
- Então eu vou querer esse... - Falava enquanto procurava por outro pão na estufa.
- Esse aqui. - Ele disse pegando em minha mão e colocando entre suas pernas por cima de sua calça.
Senti meu corpo estremecer.
Aquele era o maior "pão" que eu já tinha visto.
Minha mão continuou lá.
Então ele esfregou minha mão sobre todo o volume que existia ali.
Tão grande.
Tão duro.
Tão quente.
Apertei e senti seu pênis em minha mão.
Ele a soltou e eu não o soltei.
Suas mãos foram até o botão da sua calça enquanto eu massageava aquele enorme brinquedo.
Ele desabotoou.
Iria ter aquele pão.
Iria sentir seu sabor.
Ele começara a descer o zíper e eu movia minha mão para dentro daquela calça.
E então, alguém entrou.
Era Felipe.

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⏰ Última atualização: Dec 03, 2019 ⏰

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