Princesa?

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Hani encarou o homem, cabelos grisalhos, olhos orientais como os dela, uma vestimenta aparentemente muito elegante, cheio de tecidos e ornamentos. 

Aquele senhor a encarou, olhou de cima a baixo, a analisou por alguns segundos. E com olhos marejados abraçou Hani.

— Princesa Murasaki! Então vossa majestade se enfiou aqui! Ficamos procurando por você durante semanas! 

Por alguma razão desconhecida, Hani foi invadida por uma sensação ruim, não havia gostado nada daquele homem.E que história era aquela de princesa Murasaki?

— O senhor deve estar enganado! Eu não sou princesa nenhuma! - Hani precisava pensar rápido, suas ações eram limitadas, em tese estava desmemoriada.

— Viu, Nahan! Eu disse que ela era da realeza! - Samira parecia orgulhosa de sua dedução.

— Sei não, mãe. - Nahan ainda estava desconfiado, encarou a feição de Hani e depois do senhor à frente. 

— Por que  está falando dessa maneira? Vossa alteza é noiva do príncipe Raed! 

— De quem? - Hani não sabia quem era Raed, o foco era que ela não havia gostado nada da ideia de ser noiva de alguém, principalmente um desconhecido.

— É o príncipe desse país. Filho mais velho do rei Saad. - Samira explicou, ainda fascinada por Hani ser uma princesa.

— Vamos para casa, tenho certeza que logo irá recuperar a memória. - Sem permissão, o senhor pegou o braço de Hani e começou a levá-la para fora. 

Hani entrou em pânico, como assim iria embora? Por alguma razão aquele senhor à sua frente não lhe transmitia nenhuma confiança, seu sexto sentido gritava falando para não ir com aquele homem. 

— O senhor deve estar enganado... - Hani tentou se desvencilhar da mão daquele senhor, porém ele a segurava forte, sem intenção de que iria solta-la. 

— Alteza,  estávamos seguindo ao encontro do príncipe Raed, quando uma tempestade de areia nos atrapalhou, fiquei tão preocupado imaginando o pior! Sei que está com medo, mas acredite em mim. Sua casa é muito melhor que esse lugar.- Se Hani realmente estivesse sem memória poderia facilmente acreditar naquele falso.

O coração de Hani estava agoniado, sem saída. Ou revelava que não tinha perdido memória nenhuma e ficaria de mentirosa,  a probabilidade de piorar a situação era grande, ou continuava com aquela farsa. O que daria mais credibilidade para aquele senhor esquisito.

Hani começou a chorar, sem saber como sair daquela situação. Queria poder gritar, dizer que ele estava mentindo. Olhou para trás, alguma esperança de que Nahan ou Samira fossem impedi-lo de levá-la. 

Samira e Nahan  saíram da casa, tinham a intenção de poder dizer ao menos um adeus, não esperavam vê-la daquela forma. A garota parecia agoniada e triste. 

— Podemos nos despedir dela? - Samira falou alto, fazendo o senhor virar-se, e encará-la. 

— Claro, me perdoe. Foi indelicadeza a minha. - disse gentilmente. Relutante soltou a mão de Hani. - Vá se despedir.

Hani se perguntava se aquilo ia acabar daquele jeito mesmo, encarou Samira que logo a abraçou fortemente. 

— Até mais querida, foi pouco tempo, mas realmente senti como se tivesse ganhado uma filha. - Deve estar assustada porque ainda está sem memória, mas logo tudo vai voltar ao normal... - Samira sentia pena, porém pensou que aquilo era o melhor para Hani, viver na realeza devia ser muito melhor. Perto da própria família, imaginou.

Nahan  ficou meio perdido, não sabia se ia pegar mal abraçar a garota, era de sua natureza ser carinhoso. 

— Foi um prazer a sua companhia, se for permitido nos visite, tá? - Sem se preocupar mais se iria levar alguma bronca, abraçou a garota carinhosamente , afinal poderia ser um adeus definitivo, Então notou como ela tremia, estava gelada. - Hani... você não quer ir? Está com medo? 

Só sentiu o balançar de cabeça de maneira afirmativa, a garota estava com pavor de ir com aquele homem, nunca na vida havia sentido aquilo. Parecia que estava na frente do demônio. 

E para a surpresa do rapaz, Hani o abraçou com força, como se tivesse pegando num bote salva vidas.  

Nahan acreditava que Hani estava sem memória, então por que ela demonstrava tanto medo daquele senhor? Várias coisas passaram na mente dele. Talvez aquele homem a maltratasse e por aquele motivo fugiu. Poderia ser o sexto sentido dela falando que ele não era um bom homem. Tentaria ganhar tempo para descobrir.

— Desculpe. O senhor não poderia deixar ela aqui por enquanto? Sabe, ela ainda está se recuperando, Não acho que seja uma boa deixar ela tensa desse jeito.

— Meu jovem, eu entendo sua preocupação. Ainda acho que ela se recuperaria melhor vindo comigo. Agora que se despediram... 

Hani ainda segurava Nahan com força. Ela tinha que fazer alguma coisa, qualquer coisa servia. 

— Não me leva embora, por favor! Eu... eu... - Hani tentava pensar em alguma justificativa. o pânico era tanto que impedia de pensar em alguma coisa que pudesse servir de desculpa. Só veio uma coisa em sua mente que talvez pudesse salvar sua pele momentaneamente. Sem avisar, soltou seu corpo, ia fingir um desmaio.  Nahan a segurou firmemente para ela não cair no chão. 

— Hani? - Nahan deu uma leve balançada na garota, esperando que ela reagisse, porém sem resposta. - Mãe, ela desmaiou! - O garoto entrou em pânico.

Samira estava assistindo aquela cena aflita, pensando se realmente devia deixar a garota ir embora, e com aquela cena, decidiu que ao menos naquela hora, Hani ficaria.

— Desculpe, ela deve estar muito tensa com toda essa situação. Por que não volta mais tarde? Assim a princesa, terá algum tempo para se recuperar. - Samira disse preocupada. - Filho, coloque ela na cama, a pressão dela deve ter caído.

 Aquele senhor fechou a feição, parecia aborrecido. Visivelmente não queria deixar a garota ali com eles, entretanto, ao menos naquela hora iria ceder.

— Então voltarei em breve, cuidem bem na minha menina. Ela é muito preciosa para nós. - Sem dizer mais nada, entrou em sua carruagem e deu ordem para partir.

Parando para pensar direito, aquele homem era muito suspeito. Apesar daquelas palavras afetuosas que dirigiu a "princesa", deu a impressão de que ela era uma estranha para ele. 

Outra coisa muito suspeita era que aquele senhor não havia se apresentado, não disse o próprio nome, e nem o nome do rei do país dele. Quem poderia dizer que aquele cara não estava se aproveitando da situação? 

Hani permaneceu imóvel na cama, não poderia dar bandeira de que estava fingindo. Já se sentia mal por mentir para aquela família, aquela sensação de culpa só deixou a garota pior. E ainda sem pistas de onde estava e como voltar para casa. 

Continua...

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E ai pessoal, tudo bem com vocês? O que estão achando? As coisas parecem complicadas, né? 
O que será que esse homem misterioso está tramando? 

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Beijo e até a próxima!


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