CAPÍTULO 7-Terror Noturno

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A menina sentia -se amendrotada, sua posição na cama era de pura rigidez de seus músculos.  Além  do medo de ser hostilizada todos os dias, tinha que conviver com fenômenos  estranhos.

Sabe aquele momento em que nada vai bem e ainda surge outro problema para resolver? Então,  é  assim que funciona a vida. São instantes de grandes conflitos no dia a dia das pessoas.

Agora, ela passou a ter medo de tudo quanto era movimento. Ao chegar na lanchonete, tão peculiar quanto uma cidade cenográfica de novelas, ela ainda se depara com um olhar desaprovador da atendente.

Senta, na mesa, faz o pedido e observa o desdém da funcionária. Percebia-se os clientes mudando de mesa para se afastar dela. Naquele dia o seu cabelo estava bagunçado. Não tinha ideia disso.

Ao terminar o lanche, segue para a Escola. Sozinha como sempre, sem amigos, deslocada e resignada ao desprezo de toda a escola.

Viu passar em sua frente um garoto bonito, moreno, traços latinos, uma franja que deixava encantada todas as meninas. Então, ela exprime um pensamento em voz alta. -Nossa, ele é tão.... - interrompe de forma de imediata o raciocínio.  Ela não  se achava no direito de admirar, elogiar, sentia -se inferiorizada.

Chega então o fim do horário escolar. Faz o seu caminho de sempre. Passa numa livraria e pesquisa por livros sobre fenômenos paranormais, tentando encontrar explicação  para o seu caso.

Chega em casa, olha o celular, observa um vídeo  no YouTube, e olha uma história dramática,  daquelas sobre reflexão, que a deixa ainda mais pensativa.

Durante o final de tarde liga a TV, está  passando uma novela de história juvenil. A deixa um pouco entediada, e logo muda de canais e não  encontra nada que a agrade. O tempo parecia não  passar.

As horas passam e chega a noite. Ela janta, e como sempre não  dirige  nenhuma palavra a família.  O seu pai a trata meio com cuidado para não  dizer algo que a magoe. Sua mãe  inicia a refeição com uma oração e ela segue no mesmo fluxo.

Ao terminar vai ao banheiro escovar os dentes e vai direto para o quarto. Então  começa  a ler o livro que comprara na livraria da cidade. Os assuntos sobre telecinesia, incêndios  que surgiam do nada. Era um tema bem amedrontador e ao mesmo tempo interessante.

Ao passar das horas, ela pega no sono. De repente um rosto deformado, meio que algo que não parecia humano dá  um grito ensurdecedor. Ela avista a criatura, fica desesperada, tenta levantar-se da cama, mas o seu corpo não  se move.

A língua estranha e úmida da criatura passa em seus ouvidos e rosto. Ela tenta gritar, mas a voz fica sufocada, impedindo-a de alertar seus pais. Os gritos horripilantes continuam e ela nada pode fazer.

A cama começa  a estremecer como se fosse um terremoto, e ela paralisada e cada vez mais sem o que fazer naquele momento para se defender tenta mais uma vez gritar. Era muito estranho tudo aquilo.

Aquele momento parecia não  terminar. Tudo aquilo era inexplicável.  A voz daquela cabeça  gritava: - Eu estou aqui, eu posso te ajudar, eu sou o tudoooooo !-Esvabrejou a criatura.

Em seguida ela acorda, e aquela cena parecia ter sido apenas um pesadelo, ou não.  Muitas pessoas sofrem de terror noturno ou paralisia do sono. Muitos especialistas já  explicaram sobre isso, pensou ela.

Daquele momento em diante ficou com medo de pegar no sono novamente.  Não  sabia que a esperava. Estava com trauma de dormir. Se encolhia na cama feito uma criança indefesa.

Estava meio que escondida entre as cobertas para não  ver mais nada que a assustasse. Isso era algo muito ruim, não  poder dormir tranquila em sua própria casa.

Essas eram questões que a menina tinha que resolver de forma prioritária. Era necessário continuar a ler o livro e ver o que estava acontecendo. Tudo isso era uma questão,  talvez de vida ou morte para ela.

O que pairava naquele momento era responder as seguintes perguntas: Que fenômeno era aquele ? Será que estava ficando louca? Porque estava acontecendo aquilo? Era apenas algo do seu inconsciente devido aos traumas sofridos diariamente? Tudo isso era difícil de ter solução de forma imediata.

A MENINA ALÉM DO HORIZONTE Onde histórias criam vida. Descubra agora