"Assustaste-me, Zayn!"
"Desculpa." Sorriu. "Mas não me respondeste à pergunta."
"De quê?" Fiz-me de desentendida.
"Se gostas do que vês..."
"O empenho dele é memorável."
"És a causa dele." Olha-me sério.
Consciência, estás aí? - Caso não te lembres estou cá sempre. - o quê que eu digo? - Ok é a resposta universal.
"Porquê?" - Para quê que me chamaste mesmo?
"Não vês?" Olhei-o confusa. "Ele dá tudo dele quando estás por perto. Só que também o distrais."
"O quê?"
"Lembras-te na luta, ele caiu porque te procurava no público desde o início. Seja ódio ou amor ele está decidindo a mostrar-te de que é capaz."
"Voto no ódio, faz mais o feitio dele." Gargalhadas fizeram-se ouvir.
"Vai ver de perto." Sugere e eu assinto. Gostava de experimentar.
Desci as escadas na direção do rapaz. Ele parece tão empenhado que demora a dar pela minha presença.
"Julianne. " a sua voz saiu ofegante.
"Olá."
"Pensei que já tinhas ido"
"Ainda estive mais tempo com o Ben."
"Tenho de falar com o Zayn para te fazer o contrato."
"Obrigado."
"De nada" disse frio.
"Posso?"
"O quê?"
"Experimentar..."
"Ainda cais aí devido ao impulso"troçou cinicamente.
"Eu tenho força." Resmunguei
"Toma." Ele atira as luvas com força. Peguei nelas e logo as coloquei nas mãos. Se o peru emproado consegue eu também consigo. Posicionei-me em frente ao saco e mandei um murro em cheio. Senti o impulso me jogar ao chão de imediato. O riso estridente daquele convencido fez-se soar de imediato.
"Eu disse-te." Ele ia aproximar-se mas mandei-lhe um murro entre as pernas. "Foda-se Jul."
"Jul para os amigos. Para ti é Julianne."
"Fogo!"
"É para aprenderes a não brincar com os raparigas!"
"És impossível!"
"É mútuo!"
"Ok."bufou.
"Adeus."respondi e saí.
Combinei o horário melhor com o Zayn e também o salário. Penso que será fácil cuidar de tudo. Basicamente só tenho de ir analisando pesos, alturas, etc. . Sou do género de nutricionista que faz apoio em caso de urgência.
(...)
"Julianne!" Ouço um sussurro do meu lado enquanto me mantinha sentada no banco. Ele voltou.
"Olá"sussurro de volta sem olhar.
"Não pensei que voltasses."
"Estou cá não estou?"soltei um riso baixo.
"Desculpa por aquilo de ontem."
"O quê? "
"O beijo..." a sua voz soou com falhas.
"Desculpa por te ter agredido com o cotovelo"
"Isso foi bonito"ironizou brincando.
"Estamos quites pelos erros."
"Para mim não foi um erro."
Fiz silêncio por uns minutinhos. Preciso de saber se ele está a falar do beijo. Sabem, aos 18 não é normal dar tanta importância a isto, mas ele parece-me diferente, genuíno.
"Diz alguma coisa" ele pede.
"O quê que para ti, não foi um erro?"
"O beijo. Quer dizer, não nos devemos arrepender das nossas escolhas... percebes?" Assenti. Eu sabia que o seu olhar estava posto em mim. "O que fizeste hoje?"
"Estudei, arranjei um trabalhinho..."
"Não és muito nova para trabalhar?"
"Não és muito desconhecido para querer saber sobre mim?"
"Oh." Levantou-se. "Hoje vamos a pé." Informa e da-me a mão. Seguimos de mão dada pelos caminhos. "Se eu te contar algo sobre mim ajuda?"
"Claro."
"Bem... ora... também trabalho. É algo psicologicamente desgastante. Todos os dias o mesmo."
"É e quando o nosso sustento depende de um trabalho desses pior."
"Exato. E tu, trabalhas porquê?"
"Tenho de ajudar os meus pais. Tenho dois irmãos pequenos e eu ando na Universidade. Para o meu pai é muito peso. Quis ajudar. Não é que seja muito fácil estudar e trabalhar, mas não sou de ficar parada."
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The Girl behind the Mask ✗
Teen FictionEscolhas. Talvez a coisa mais dura que fazemos na nossa vida. Eu fui uma escolha dos meus pais, e isso demonstra quanta responsabilidade cai sobre os ombros de quem escolhe. Estaria aqui a tentar explicar o porquê das escolhas serem tão duras, mas s...