Mas quando ele vai embora? - Markhyuck

Espere mais um pouco...

Mark, 17 anos.

Semanas haviam se passado e Donghyuck ainda não conseguia trocar nem uma frase comigo, essa situação me matava e fazia eu me sentir péssimo. Estive pensando no que fazer para que o outro me perdoasse, para que ele soubesse que é o único que quero ao meu lado, entretanto acho que não posso esperar mais.

Hoje ocorreu a última prova da semana e como de costume saí para comemorar com alguns amigos, por conta disso não cheguei cedo em casa. Ao adentrar o quarto que eu divido com certo garoto de fios vermelhos ainda posso ver ele se cobrir com pressa para, provavelmente, fingir que estava dormindo. Talvez tenham sido os conselhos que eu recebi hoje - ou talvez as cervejas que eu bebi - mas me senti corajoso o suficiente para me aproximar dele.

- Ei, Hyuck... - Eu comecei, esperando que o garoto ao menos retirasse o cobertor de seu rosto para olhar pra mim. - Qual é, nós dois sabemos que você não está dormindo. Anda, olha pra mim. Por favor... - Acho que eu estava soando realmente digno de pena, pois Donghyuck finalmente se livrou da grossa coberta.

Ele se sentou na ponta oposta à em que eu estava e me encarou por alguns segundos. Sua expressão era estranhamente neutra, eu não sabia o que ele estava pensando.

- Me desculpa.

Um silêncio desconfortável pairou entre nós dois.

- Me desculpa, por tudo. Por ser um idiota, por nunca ter deixado claro a nossa relação. Você pode não conseguir me perdoar agora, mas, por favor, pare de me ignorar. O seu silêncio me machuca mais do que qualquer outra coisa. Sabe, você pode não querer estar ao meu lado, mas me privar de ouvir sua voz ou ver seu sorriso já é tortura. - Ao final da frase eu soltei uma risada frustrada, ao passar as mãos em rosto percebi as lágrimas e então me senti envergonhado.

Enquanto permanecia de cabeça baixa esperando por alguma resposta do outro, nem que fosse uma frase irônica ou fria, senti uma não afagar meu cabelo e meu mundo desmoronou. Não pude me conter, avancei para abraçar o garotinho na minha frente. Eu estava com tanta saudade do seu abraço quentinho e confortável, do seu cheiro, do jeito que fazia eu me sentir melhor apenas por estar ali.

- Tudo bem, Mark. Eu senti tanto a sua  falta. - Ele disse baixinho perto do meu ouvido e meu coração disparou. - Espera, antes eu preciso me certificar de algo.

Donghyuck se afastou para poder observar meu rosto, ele me ajudou a limpar minha face levemente molhada e me encarou mais vez.

- Mark, lembra daquilo que eu te prometi? Eu prometi que você seria a única pessoa que eu iria beijar. - Meus olhos se arregalaram ao lembrar daquilo. - Eu nunca quebrei a promessa. Eu sei que você não me prometeu de volta e, bom, eu estou só curioso. Você já beijou alguém além de mim?

Me senti muito envergonhado com a situação, mas não podia me dar ao luxo de demorar a responder ou o outro poderia tirar conclusões precipitadas. Me adiantei em balançar a cabeça negativamente como se minha vida dependesse disso.

- Eu nunca beijei alguém que não fosse você, Hyuck. - E então ele sorriu, seu sorriso era muito lindo.

- Donghyuck... - O chamei sério e então me aproximei de seu ouvido - Eu prometo que nunca irei beijar alguém que não seja você.

Não lembro muito bem o que houve depois disso, mas eu lembro de trocar beijos lentos com o ruivinho e ele me dizer sobre como tinha gosto amargo - por conta das cervejas - mas que não era ruim.

Pela primeira vez em muito tempo fui dormir com o coração leve e um sorriso no rosto.