Já te odeio de mais

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P.O.V Naruto Uzumaki

Segunda-feira com certeza é o pior dia da semana, ainda mais quando se é o novato da escola. Meu primeiro dia de aula no segundo ano não poderia ter sido pior, brigar com o aluno que se considera o rei da escola, mas que para mim é o rei da arrogância, não é o melhor começo. Mas vamos do início.

Acordo com os raios do Sol no meu rosto e com o maldito despertador que tocava alto no meu ouvido, e que algum dia desses atacaria na parede só para ter a satisfação de vê-lo despedaçado. Levanto preguiçosamente da cama, espreguiçando-me e indo em direção à suíte do meu quarto. O banheiro era grande, com azulejos brancos com detalhes pretos, uma banheira no canto e um chuveiro. Como estava sem tempo decido tomar banho no chuveiro mesmo.

Tiro minha cueca, entro no box e deixo que memórias ruins e dolorosas invadam a minha mente. Minha vida não foi infelizmente das mais felizes, perdi meus pais quando tinha apenas dois meses em um terrível acidente de carro onde apenas eu sobrevivi. Não tinha nenhum familiar além dos meus pais, então fui adotado pelo meu padrinho e vivo com ele desde então, mas devido às suas viagens de “pesquisa” fico sozinho por muito tempo. Não o culpo por isso, ele nunca deixou que faltasse nada para mim, mas mesmo assim o vazio da solidão no meu peito ainda permanece vivo dentro de mim.

Termino meu banho e coloco uma cueca preta, calça jeans, uma blusa branca com um casaco laranja e preto por cima e all star preto. Tento arrumar de algum jeito meu cabelo loiro rebelde, mas acabo falhando miseravelmente. Desisto de tentar arruma-lo e desço as escadas encontrando tudo vazio, suspiro, parece que ficaria sozinho novamente. Não deixo isso me abalar, pego alegremente um pote de lamen, porque não há nada melhor no mundo do que isso. Já pronto para sair pego minha mochila e saio a pé mesmo para a escola.

Konoha High School é a escola mais famosa da cidade de Konoha, nunca foi minha intenção estudar nela, não suporto a ideia de ter que encarar a cara daqueles riquinhos, filhinhos de papai e arrogantes. Mesmo que eu tenha uma quantia considerável de dinheiro por conta da minha herança, nunca me considerei melhor que ninguém por isso. Como sou o herdeiro das empresas Uzumaki’s, uma das empresas mais famosa do país, o Ero Sannin praticamente me obrigou a estudar lá. Segundo ele eu sou irresponsável, nem aí com a vida e que não tenho boas influências. Eu admito que boas influências eu realmente não tinha, elas faziam algumas coisas questionáveis , mas ainda eram meus amigos, ensinaram-me várias coisas, como a me defender por exemplo. Sempre tive facilidade em fazer amigos e também em fazer inimigos, por isso tive que aprender a sobreviver.

O caminho até o colégio foi tranquilo, o dia estava lindo e as pessoas pareciam excessivamente animadas para uma segunda-feira. Tomo isso como um bom sinal de que nada de terrível iria acontecer . O colégio ficava relativamente próximo do meu apartamento, então demora apenas alguns minutos para ir até lá. Mesmo que o colégio fosse próximo, já conseguia sentir as gotículas de suor descendo pelo meu pescoço. Hoje a temperatura estava muito elevada.

Chegando lá fico impressionado com a escola. Ela tinha vários andares, formada com paredes de tijolos que davam um ar mais rústico e antigo para o lugar, o telhado era de tijolos de barro e um lindo jardim na frente onde várias pessoas estavam reunidas conversando alegremente, toda essa alegria está começando a me enjoar. O colégio parecia mais um castelo do que uma escola e parecia que não acabava nunca por sua extensão. Minha antiga escola não chegava nem perto dessa. Eu teria ficado o dia todo admirando-a se a seguinte frase não tivesse me chocado: Bem-vindos ao colégio interno Konoha High School.

Rio de nervoso, o Ero Sannin não seria capaz de fazer isso comigo. Ele não me enganaria e não me mandaria para um colégio interno, não é? Leio e releio quinhentas vezes só pra ter certeza, mas a maldita frase continua estampada em uma faixa vermelha enorme na entrada do portão de ferro. Amaldiçoou-me por não ter procurado na internet como era a escola, bem a minha cara fazer isso. Estava tão perdido em meus pensamentos que não senti uma presença se aproximando de mim. Uma mão tocou delicadamente meu ombro, chamando minha atenção. Uma mulher de aproximadamente trinta anos com os cabelos curtos castanhos e olhos da mesma cor me olhava curiosamente.

A linha entre o amor e ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora