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Abri os olhos devagar, me lembrei onde estava, olhei as horas e sem voltande de levantar me virei e fechei os olhos novamente.

Comecei a fantasiar uma vida melhor, quase perfeita, mas quando estava quase caindo no sono de novo a porta foi escancarada por meu irmão Zack e o mesmo gritou.

Zack: TYLER ACORDA ! VAMOS PARA A PRAIA !!!

- O caralho, não sei para que existe porta nessa porra se as pessoas não sabem usar !

Zack: O papai tá...

- Cala a boca e sai daqui !

O garoto fechou a porta ao sair e eu apenas bufei e fechei os olhos novamente.

Logo batidas brutas na porta me fizeram dar um espamo pelo susto.

Ô caralho, não se pode ter paz nessa merda ?!

Pai: TYLER ROBERT JOSEPH, se você não estiver pronto em 20 minutos pode dar adeus à sua viagem para Dubai em maio ! - era meu pai e pelo seu tom de voz ele estava bravo.

- Mas pai, eu não gosto de areia !

Pai: Não perguntei se gosta ! Ou você vai ou você sofre as consequências!

Ouvi seus passos ao sair da minha porta, sem ao menos me dar a chance de rebate-lo.

Virei meu corpo totalmente de bruços e gritei o mais alto que pude contra o travesseiro.

Me levantei com cara de morte, fui ao banheiro, me penteei, escovei os dentes e fui procurar uma sunga na mala.

Peguei uma qualquer, um boné, um chinelo Adidas, coloquei uma regata e um shortinho esportivo leve, para não me sentir pelado até chegar lá.

Peguei uma bolsa que combinasse com meu look e nela coloquei meu celular, canga, toalha, livro, chiclete, protetor solar, lip balm e um protetor de mamilos.

Peguei um dos meus óculos escuros e desci as escadas de marmore com cara de tédio.

Mãe: Bom dia Ty.

- Bom dia.

Mãe: Come alguma coisa, não te vi comer desde que chegamos.

- To sem vontade.

Mãe: Quer que eu faça panquecas ou waffles ? - disse sugestiva, pois sabe que amo essas coisas.

- Quero waffles com manteiga.

Ela entregou meu irmão para mim e eu estranhei o fato de ele estar bem mais pesado do que a última vez em que esteve em meus braços.

- Olá Jay, você tá gostando dessa viagem?

Peguei seu bracinho e balancei como se ele negasse.

- Eu também não, mas o pior ainda está por vir, você vai conhecer a areia e como ela é chata.

Ele tinha seus olhos vidrados em mim, como se eu estivesse fazendo o mais lindo discurso sobre a humanidade.

- Ela gruda em você, entra em seus olhos e outros lugares que você nem conhece ainda, sem falar que parece impossível tira-la completamente de suas mãos e o pior ! Os germes e bactérias... as pessoas fazem xixi no mar e o mar molha a areia e ela aparece do nada em suas mãos e boca.

- Mas não se preocupe, não vou deixar a mamãe colocar você no meio desse germes, okay ?

- Mas se ela não me ouvir, só lamento cara...

Ele piscou quando percebeu que eu havia acabado de falar e deu alguns resmungos como se tentasse conversar comigo.

Sem saber o que fazer brinquei com ele, coloquei minha mão sobre seus olhos com leveza e perguntei.

- Cadê o seu irmão mais lindo ? Cadê seu irmão mais lindo ?

Tirei a mão de seus olhos quando ele ficou agitado e o mesmo abriu um sorriso de poucos dentes ao me ver, como se concordasse comigo.

- Achoooou ! - ele riu de novo.

- Eu sei Jay, obrigado cara.

Levantei sua camisetinha e passei minha mão por sua barriga gordinha, o fazendo cócegas.

- Au au au au...

Ele ria e eu ri pra ele também. Logo minha mãe apareceu com um copo e um pratinho em mãos, os deixando perto de mim e pegando o neném dos meu braços para que eu comesse.

- Obrigado.

Comi meus waffles e tomei o suco de laranja em um só gole, pois todos haviam descido e estavam me esperando. Quando terminei peguei minha bolsa e fomos andando para a praia já que a mesma era do outro lado da rua.

Eu pisava leve para não entar em contato com a areia, esperamos meu pai conversar com um moço para que o mesmo montasse uma tenda para nós.

Depois de alguns minutos em pé e ajudar meus irmãos passarem protetor solar o moço finalmente acabou de montar tudo que meu pai pediu.

Meus irmãos foram correndo até lá e eu fui devagar para não entar areia no meu chinelo.

Abri a canga no chão e coloquei uma das cadeiras em cima dela, tirei minhas roupas e me sentei na cadeira.

Fiquei olhando a praia, o mar, as pessoas e me perdi no céu azul enquanto um vento com cheiro de mar batia em meu rosto.

Abri um livro e começei a ler, fiz um vídeo para postar no Instagram e depois um boomerang tomando água de coco para postar no stories.

Mãe: Olha ele para mim ?

- Uhum.

Vi minha mãe tirar sua saída-de-praia, ajeitar o biquíni em seu corpo magro e prender o cabelo em um coque.

- Mãe, antes de ir traz picolé ou sorvete para mim...

Ela comprou três sorvetes de potinho, pois não sabia qual eu queria e foi se juntar ao resto da família.

Eu estava quase que deitado na cadeira, meus joelhos se dobraram apontando para cima, fazendo com que minhas coxas e barriga servissem de cadeira para o Jay ficar sentado de frente para mim.

-Tá calor né gordinho ?

- Quer sorvete ? - falei ao ver ele olhar para os potinhos coloridos. Peguei um pouquinho e coloquei um na boca dele.

- Não conta para a mamãe, hein. Fui dando mais colheradinhas a ele e nem percebi que havia exagerado.

- Acho melhor parar de dar isso pra você, você já comeu o pote quase todo !

Comi os outros sorvetes e o resto que havia sobrado do de morango, cada colherada até a minha boca era acompanhada pelo olhar do bebê, senti pena, mas já havia esgotado sua cota de sorvete hoje.

...

Maddy: Papai ! EU QUERO ALGODÃO DOCE !!!

Meu pai assoviou e logo o moço do algodão-doce veio para atendê-lo.

Pai: Ty, vai querer ?

- Uhum.

Meu pai pagou, mas o moço não tinha troco e meu pai falou pro moço ficar com o troco, mas moço recusou, meu pai insistiu e o moço acabou ficando com o troco e eu só ouvia tudo por cima, torcendo para que eles calassem a boca para eu concentrar em minha leitura.

Meus irmãos e eu comemos  nossos algodões doce, depois de um tempinho juntamos nossos pertences e fomos embora para a casa alugada.

Tomei banho e me senti relaxado, estava bem menos irritado do que o dia anterior.

🐢

Gente a fic só fica "boa" apartir do cap 5, então tenham paciência até lá.

ALGODÃO-DOCE • Joshler Onde histórias criam vida. Descubra agora