Capítulo 1

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Guardei minha bagagem de mão no compartimento acima das poltronas e me sentei, suspirando.

-Não achei que uma simples aquisição de empresa seria tão cansativa. - Comentei. Apoiei a cabeça no estofado e olhei para o lado, vendo meu assistente pessoal/noivo com olhos arregalados, olhando para os passageiros do avião. - Naruto, você está bem?

-To ótimo.

-Jura? Por isso está quase abrindo um buraco na poltrona com os dedos? - Apontei para a sua mão. Não fez diferença.

-Por que estamos fazendo isso?

-Por que moramos em Tóquio e estamos em Barcelona. - Respondi.

-Não é o que eu quero dizer, Itachi. Por que diabos temos que viajar com as linhas aéreas extratos?

-É uma boa companhia aérea. - Ele me olhou irritado.

-Só se você quer morrer. Eles têm um plano frequente de colisões, oferecem champanhe durante as quedas livres, e as aterrissagens difíceis? ''O último a sair do avião limpa os destroços''. Conhece o lema "Adoramos voar"? O deles é "Estamos aprendendo a voar".

-Sei que tem medo de voar, mas você precisa relaxar. Nada vai acontecer.

-Olha, eu não tenho medo de voar.

-Jura? Por que a maioria das nossas viagens são feitas de trem, e sempre que temos que voar você entra em pânico. Qual o problema, exatamente? É ficar tanto tempo dentro de um avião que vai criar um coágulo de sangue que pode chegar até seus pulmões e te sufocar? É estar em uma peça de maquinaria que foi toda construída por dezenas de trabalhadores que cobraram o preço mais baixo? É uma janela quebrada na cabine pressurizada, fazendo você ser sugado para fora e cair na terra de oito mil metros?

Ele me olhou incrédulo... E, provavelmente, com vontade de me matar.

-Nada disso. - Ele me entregou um pedaço de papel. - Aqui.

-Que isso?

-Uma lista de suspeitos.

-Suspeitos do que?

-Só... suspeitos. - Suspirei e comecei a ler a lista.

-" Cara gordo com cheiro de cigarro, duas poltronas a frente."

-No meio do caminho, durante o voo, ele fica louco por um cigarro, vai até o banheiro, desmonta o detector de fumaça, joga o cigarro na lixeira cheia de toalhas de papel. Fogo a bordo, morte em chamas. - Olhei para o loiro, que encarava o homem.

-" Certinha de cabelo lambido, com sorriso falso no rosto." - Segui seu olhar até a mulher sentada quatro poltronas atrás, do lado direito, falando no telefone.

-Não suporta pensar em ficar longe do namorado, tem que ligar do celular durante o voo, interfere com o equipamento do avião, entram em curto, fagulhas por todo lado. Fogo a bordo, morte em chamas.

-" Mordomo inglês"? - Ele apontou para o cara de terno e chapéu, lendo uma revista, nos fundos do avião.

-O irracional apego ao país natal o compele a obrigar que o avião volte a Inglaterra, leva a gente para o norte e claro, um bando de gansos canadenses são sugados pelas turbinas...

-Me deixe adivinhar... morte em chamas?

-Ah, não. Aí as turbinas pifam, mergulhamos oito mil metros até o chão, então... é morte em chamas. - Pisquei, sem falar nada. Olhei para a frente e peguei o cardápio.

-Hn, eles não servem sorvete de limão. - Ele me olhou angustiado.

-Itachi, por favor, uma crise por vez, ta bom? Ta ficando cheio. - Olhei para a porta, vendo mais passageiros embarcando. - Estamos mais pesados. Seiscentas toneladas no céu, flutuando magicamente no ar.

Voando altoOnde histórias criam vida. Descubra agora