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No grande Palácio do Reino dos Céus a balbúrdia reinava. Celestiais de todo o mundo estavam presentes para reclamarem sobre o retorno dos Infames. As seis Divindades do Destino estavam dormindo um sono profundo de quase dez milênios e o seu retorno era aguardado com grande fervor.

O Imperador da Luz levantou-se do trono trazendo o silêncio consigo e proclamou a chegada do seu emissário, a Divindade do Tempo, para a reunião.

- Hoje concedo a Regulus, a missão de encontrar os Guardiões e reuni-los para a jornada do esquecimento. – o Imperador proclamou. – Divindade do Tempo, leve-os até o rio do esquecimento e os conduza na jornada de cada um deles. Alguns falharão, mas é certo que eles devem acordar as Divindades para derrotar os Infames.

Regulus assentiu e pôs-se para fora do palácio sem mais despedidas.

O Reino Celestial estava uma bagunça desde que alguns Infames demonstraram mais poder e era provável que o mundo Mortal cairia na perdição a qualquer momento. Para os Celestiais tal acontecimento seria uma tragédia, pois eles se alimentavam dos sonhos dos Mortais.

Não muito longe dali, a algumas nuvens de distância, Jim, a Divindade da Música, dormia profundamente sem sonhos, pois Celestiais nunca sonhavam. O seu coração apenas batia com anseio de que algum dia o seu Guardião a acordaria.

Se Jim pudesse sonhar, ela provavelmente sonharia que naquela época do milênio XIV, no mundo dos Mortais, vivia um jovem de vinte e cinco anos que se chamava Luís.

Luís que vivia em um continente rodeado de oceanos chamado Brasil, especificamente em uma cidade litorânea chamada Salvador, era filho de uma das famílias mais influentes dos Mortais daquela região.

Criado pela avó, Luís sabia sobre a Profecia dos Guardiões desde que tinha cinco anos e foi criado para acreditar que nele habitava um poder de uma tal Divindade da Música. Como um jovem prestativo, humilde e educado que era, ele sempre ouvia a sua avó, mas como já tinha alcançado a idade adulta há algum tempo, custava acreditar sobre seres místicos e divindades.

A avó Cândida estava doente devido a idade e o jovem Mortal fazia de tudo para confortá-la. Contava sobre as suas façanhas como pianista e como ele escondia o seu talento dos pais empresários, que insistiam que ele se tornasse o CEO da empresa de fundos de Shoppings Centers da família.

- As histórias sobre a Divindade da Música são tantas e eu não poderia fazer jus ao seu poder e beleza. – a avó Cândida repetia.

- Você já contou essa história diversas vezes dona Cândida. Não tem medo que alguma religiosa da cidade escute a senhora? – perguntou Luís em tom de brincadeira.

- Que escutem! Ouça filho, o importante é que seja você o único a acreditar. – disse ela segurando as mãos do neto – Ouça o som da música e deixe-se conduzir. O resto acontecerá naturalmente. Você deve encontrar a Divindade da Música e ajudá-la em sua jornada.

Luís tentou não pensar muito nas palavras da avó quando se despediu para voltar aos deveres da empresa. Mas no escritório enquanto pensava nas suas partituras, sentiu um vislumbre de um sonho passando em sua mente, como um déjà vu em seus pensamentos.

Ele estava em um salão escuro, onde se encontrava diversos elementos destinados a música. Estava fascinando com a elegância do salão e dos instrumentos que podia ver. Arpas, violoncelos, flautas, banjo, uma infinidade de partituras organizadas em diversos livros nas estantes. No meio do salão se encontrava uma cama de dossel elegante coberta com um véu que escondia um corpo.

Luís parecia fascinado em olhar através do véu que escondia o corpo de uma moça. Esticou as mãos e naquele momento o sonho terminou despedaçando as suas expectativas.

Os seus pensamentos de volta ao escritório se apressavam em tentar juntar as peças do quebra-cabeça daquele sonho. Ele tinha esquecido o trabalho por completo e pegara a chave do carro. Precisava tocar piano, caso contrario sua cabeça iria explodir.

Se deparou com a figura de um homem na faixa dos seus quarenta anos, vestido com uma túnica branca ornamentada com correntes, parado em sua sala com o que parecia ser um cajado estranho com uma ampulheta.

- Saudações Guardião! Eu sou Regulos, Divindade do Tempo. Vim para conduzi-lo ao seu destino.

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⏰ Última atualização: Oct 05, 2019 ⏰

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Canção Eterna - A Profecia dos GuardiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora