Nossa Família

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Mais um dia de trabalho. O cansaço já tomava conta de si. Só tinha uma coisa que o animava sempre: ir para casa. Não para descansar ou beber um pouco de vinho, mas sim pela sua família que o esperava.

Sorriu com o pensamento, era difícil ser herói, afinal sempre havia o risco de morrer em confronto com algum vilão, mas não iria abandonar sua família tão cedo.

Respirou fundo antes de abrir a porta, mas não adiantou muito pois foi atacado por um mini furacão morena. Sua filha, sua preciosidade.

-Papa! Papa chegou! - Yumi gritava feliz

-Sim filha, cheguei - respondeu a abraçando

-Peste, larga seu pai - Ouviu a voz de seu marido, pela distância ele estava na cozinha.

-Sabe papa, hoje um menino foi muito mal com um coleguinha! Isso não é nada masculino! - Yumi cruzou os braços, formando um bico nos lábios - Aí sabe o que eu fiz?

-Não bebê, o que fez? - Questionou, segurando a filha e fechando a porta.

-Eu segurei o giz e ataquei nele. Aí o giz explodiu enquanto eu gritava morra maldito! - Yumi gesticulava com as mãos, sorrindo e seus olhos brilhando - Fez um buuum!

Kirishima respirou fundo, não era preciso ser um gênio para ver que sua filha havia aprendido isto com Bakugou. Ouviu a risada do loiro na cozinha e soube que ele se sentia orgulhoso do ato da pequena.

Começaram a namorar na UA, mas o problema foi arrumar uma agência para os contratar. Era hilário perceber que ainda haviam tantas pessoas preconceituosas. Mas nunca foram de desistir, foi difícil, mas encontraram uma agência que os acolheram.

Se casaram anos depois. Não foi uma festa grande, chamaram os amigos e familiares. Mas fora lindo, ainda chorava ao lembrar do loiro explosivo vestindo um smoking branco.

Yumi veio logo depois. Foi difícil convencer Bakugou, afinal iriam pedir ajuda da Ashido - que ficou extremamente animada - para ser barriga de aluguel. Houve algumas ameaças de Katsuki para Mina, mas no fim ele cedeu. E ficava feliz, pois dessa decisão nasceu a menina mais fofa que já vira. Cabelos negros, olhos vermelhos e claro, sua animação era totalmente contagiante.

Kirishima lembra exatamente o dia que a individualidade da pequena se manifestou. Era uma tarde chuvosa, havia acabado de sair da delegacia quando recebeu uma ligação da escola. Levou um susto e foi o mais rápido que podia para lá.

Assim que chegou, encontrou sua pequena sentada no banco da diretoria fazendo birra. Aí veio a explicação. O objeto que Yumi segurava se tornava uma "granada", só isso já era preocupante, teria que ensina-la a controlar. Mas a professora explicou que um menino havia xingado os pais e a pequena irritada atacou o caderno no menino, e ele explodiu. A sorte foi que a professora conseguiu impedir que ele se machucasse.

Saiu dos seus pensamentos com Yumi apertando suas bochechas.

-Neee papa, os meninos não iam fazer essas maldades se eu tivesse dentes iguais os seus. Ia morder eles! - Yumi comentou, sorrindo e apontando para sua boca

-Baixinha, você não pode fazer essas coisas - Kirishima repreendeu. Ficava feliz que sua pequena defendesse os amigos, mas poderia arrumar problemas maiores, já que a pequena herdou o pavio curto de Bakugou.

-Mas porquê? Papa Bakugou diz que gente ruim tem que morrer! - Yumi rebateu, o bico novamente em seus lábios

-Hey, eu não disse isso! - Bakugou ralhou, pegando a pequena de seu colo - Bem vindo

Sorriu e beijou o marido, ouvindo comentários da filha sobre pessoas ruins morrerem.

-Eu vou tomar um banho - Kirishima avisou, precisava da água quente para relaxar um pouco e curtir a família.

-Não demora, Deku e o pudim vão vir jantar conosco - Bakugou respondeu, uma careta se formou ao falar do amigo.

Assentiu e foi para seu quarto, retirou a camisa e calça social que usava e entrou no banheiro. A água quente relaxou seus músculos cansados, mas não conseguiu demorar muito já que sua pequena batia na porta querendo atenção.

Vestiu uma regata e um short, indo para a cozinha em seguida. Estranhou não ver Yumi na porta, mas não se preocupou ao vê-la desenhando na sala. Não se assustou também ao ouvir a porta sendo aberta, já que Deku tinha a chave de sua casa como também tinham as dele.

Estava indo receber os amigos, quando Yumi atirou seu giz em Kimi gritando um "morra". O baixinho foi rápido e criou uma parede de gelo para se defender.

-Boa noite Yumi-chan! - Deku sorriu para a morena assim que Todoroki derreteu a parede do filho.

-Tio Deku! - Yumi correu e pulou no esverdeado. Kirishima não conseguiu deixar de rir ao notar Kimi emburrar por puro ciúmes.

A história de Todoroki e Deku eram parecidas com a sua, tirando que Bakugou quase matou o esverdeado pela demora em assumir o relacionamento com Shoto. Kimi nasceu da Ochako, seguindo a mesma ideia que ele e Bakugou tiveram.

-Larga meu papa! - Kimi brigou, o ar começando a esfriar pela falta de controle da sua individualidade

-Nhé vem me tirar - Yumi mostrou a língua e começou a rir, pulou do colo de Deku e saiu correndo com Kimi em seu encalço

Podia não parecer, mas os dois eram muito amigos. Kimi tinha o cabelo verde de Izuku e os mesmos olhos bicolores do pai, era bem quieto, tirando quando estava com a pequena.

-Boa noite Izuku! Shoto! - Eijirou cumprimentou após pararem de rir pela cena dos filhos -Vamos para a cozinha

-Boa noite Kiri! - Izuku sorriu e seguiu o amigo.

Encontraram Bakugou, que murmurou o quanto Deku tinha que morrer, mas não era difícil notar que estava feliz com as visitas. Serviu vinho branco para os amigos e ficaram conversando enquanto o jantar não ficava pronto. Mas seguiam uma regra: só falariam do trabalho em casa, se fosse exatamente importante. De resto, o trabalho ficava do lado de fora.

Com tudo pronto, foram chamar as crianças para jantar. Viram as roupas chamuscadas, mas decidiram não brigar. Contanto que não se machucassem, estava tudo bem.

Riram muito no jantar, principalmente com os pequenos contando das escolas e em como as pessoas eram más. Se surpreenderam quando Kimi confessou que congelara as mãos de um menino que lhe ofendeu por ter dois pais. O pequeno era pacífico igual Izuku, mas assim como Yumi, odiava que falassem mau de sua família.

Com a louça lavada, foram para a sala conversarem mais. Notaram que estava tarde quando os dois baixinhos dormiram em cima de seus desenhos. Deku pegou Kimi no colo e junto de Shoto, se despediram. Bakugou segurou Yumi, a levando para o quarto enquanto Kirishima trancava a porta.

Quando encontrou Katsuki, ele estava sentado na cama da pequena, cantando uma música de ninar para a impedir de ter pesadelos. Saíram do quarto em silêncio e foram para a cama também. Amanhã era "dia de folga" de Kirishima, mas Bakugou iria trabalhar. Raramente as folgas eram juntas.

Após se trocarem, Eijirou abraçou Katsuki e acariciou seu cabelo. Era eternamente grato pela família que tinha, tudo era perfeito, mesmo com algumas discussões. Beijou os lábios do loiro e sussurrou

-Eu te amo Katsuki

Se surpreendeu quando Bakugou o beijou novamente, sempre que lhe confessava os sentimentos, ouvia um xingamento.

-Eu também te amo Eijirou

Sempre Te AmareiOnde histórias criam vida. Descubra agora