Prólogo

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Qualquer semelhança com a realidade ou um evento, é mera coincidência

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Qualquer semelhança com a realidade ou um evento, é mera coincidência... Nada desse mundo é real, e talvez nunca seja. ⎯ Wolfie.



Renê Descartes possuía a filosofia que o pensamento, ou seja, o intelecto era algo que exigia ser supervalorizado. Penso, logo existo. Deve ter perdido a conta de quantas vezes ouviu isso, certo?

Nunca discordei de sua filosofia. Afinal, perca a sua mente e enfim o perderá o físico.

Eu estou ficando louca! conclui isso a exatamente dois centésimos de segundos. Insana, e demente. Claro, senhorita mundo da lua! Certamente era de se esperar, meu pai havia me dito isso incontáveis vezes, enquanto eu lia livros e ficava conversando sozinha no quarto. Ele não ficara nada surpreso.

⎯ Algum problema, Wolfie?⎯   Diz, uma mulher alta ao meu lado, a alguns metros do meu ponto de inercia. Notei cada rosto, iluminados pelas luzes presas ao teto. Pude ver uma delas lampejar de uma forma sincrônica, em um aviso de código Morse "Você, essa não é você". Todos no laboratório, um total de vinte e três pares de olhos me encarando, como se eu fosse algum tipo de entretenimento pornográfico, e talvez eu fosse em alguma mente perversa.

Suspirei ruidosamente, e movi os meus pés constantemente para o mais distante possível do meu estado de inercia, seguindo para uma mesa dupla equipada com tubos de ensaio, que uma garota de cabelos castanho claro, organizava-os. "Fuja, fuja" ordenava a lâmpada, e desviei os olhos para os meus matérias que eu coloquei sobre o interior da mesa. Não conseguia raciocinar muito bem, uma sensação pavorosa me tomava para si. Algumas pessoas me olhavam, principalmente a professora.

Havia acontecido novamente, só que de uma maneira atípica. Aquele sentimento horrendo de não me pertencer, de estar fora de mim, uma força havia me empurrado para fora do meu corpo. Eu podia ver todos, enquanto ficava paralisada na frente de toda a classe. Sempre acontecia inesperadamente, e rápido. Mas, esses estados de me perder dentro de mim, estavam ficando mais constantes, demorados e notáveis.

⎯  Então, foram separados grupos de quatro componentes na semana antecedente, por ordem alfabética. Vocês terão exatamente uma hora, para executar todo processo do exercício avaliativo. ⎯  A mulher alta tornava a falar em sua postura autoritária, expondo a quão intimidadora podia ser. Eu estava muito atordoada, podia ouvir a voz dela surgir longe e em um eco.

Os grupos eram formados, pessoas se movendo de um canto ao outro, aquele burburinho desconfortável, assentos sendo arrastadas em um barulho agudo e metálico.

⎯  O que foi aquilo?⎯   questionou a garota de cabelos castanho claro, ao meu lado. Obvio que Maia questionaria, podia ver ela pela visão tangencial. Ela tinha aquele olhar de censura, e preocupação. ⎯  Você parecia estar chapada de xanax, ficou parada por uns trinta segundos, imóvel.

⎯  Não foi nada, eu...apenas estava testando a relatividade, para a minha pesquisa de espaço/tempo. ⎯ Balbuciei, sou péssima em justificativa falsas, e essa foi a coisa mais sem noção que já tinha falado. E antes que a garota continuasse a me deferir perguntas inconvenientes, eu a arrastei para outro enfoque. ⎯ Trouxe todas as coisas para o exercício?

Eu não sou Saphira WolfieOnde histórias criam vida. Descubra agora