Felicity Barryant, era uma ex enfermeira, que tinha abandonado sua profissão para trabalhar no café de seu pai, já que era formada em administração.
Já não se satisfazia mais em atuar na área da medicina, já que toda vez que alguém morria, ela também morria um pouco por dentro. Se sentia inútil de não poder fazer nada para evitar tanto sofrimento.Era uma pessoa bastante sensível a dor alheia, e as tomava para si toda vez que sentia que alguns de seus pacientes já não teriam mais chance. E sentia-se igualmente triste quando via nos olhos dos familiares deles a mesma dor que os seus transmitiam também.
Depois de algum tempo, percebeu que não foi feita para aquilo e logo pediu demissão do hospital onde trabalhava.
Apesar de fazer muito bem seu ofício.
Era uma das melhores enfermeiras e mais qualificada e dedicada enquanto exercia a profissão.Todos os dias pela manhã, ela tinha o hábito de caminhar com seu cachorro, um filhote de husky siberiano branco, que ela havia ganhado do pai recentemente, logo após sua partida para treinar tropas do exército londrino, já que era general do exército. Um dos mais respeitados e elogiados por todos de sua corporação.
Naquele dia, ela deixava que Bailey, seu cachorro e seu xodó, lhe conduzisse para onde ele queria, mesmo estando preso na coleira. Ela ouvia música no fone de ouvido, e estava com os pensamentos longe. Precisamente em seu pai, já que fazia um bom tempo que ela não via ele. Apenas se falavam por telefone, quando raramente ele tinha uma folga. E isso quase não acontecia.
Eram mais de 06:00 horas da manhã.
Não era seu horário costumeiro de caminhada, mas na noite passada mal conseguiu pegar no sono, e de manhã, não conseguiu dormir muito mais.
Aquela estrada estava deserta naquela época do ano, já que quando nevava, ela ficava escorregadia, fazendo com que os carros escolhessem outra via para circular. E era por isso também, que gostava de caminhar por ali algumas vezes. Pela tranquilidade e silêncio que aquele lugar transmitia nessa época do ano.O tempo estava frio, porém agradável. Mesmo não caindo neve fazia uma semana.
Quando o cachorro parou de repente e começou a latir para o nada, enquanto arrastava ela para o acostamento.
Ela olhou para o local que ele estava latindo, o segurando pela coleira para ele não ir para qualquer lugar. Pensava em talvez ele ter visto um animal por perto e estaria latindo para ele.Não conseguiu ver nada, mas tomada pela curiosidade, ela deixou que Bailey a levasse até lá, enquanto ele cheirava todo o caminho por onde passava. Logo ele parou e ficou com a língua para fora olhando para o ser inconsciente, que se encontrava ali.
Ela quando viu, não acreditou e precisou se aproximar mais até chegar junto a ele.
Na parte de terra, próximo as árvores, ela encontrou um homem muito machucado. Ele estava de bruços e tinha os braços presos por uma corda, que já se encontrava bastante roxo.
Ele parecia estar morto e se não estivesse, não estava muito longe disso.― Meu Deus! ― disse horrorizada.
Ela colocou a mão na boca, não acreditando no que via.
O rosto do homem estava todo banhado em sangue, seu olho esquerdo estava completamente inchado e roxo, assim como seu rosto. Tinha alguns corte pela face e alguns cortes na boca.
Parecia que ele estava ali fazia um bom tempo, pois as marcas de sangue já estavam secas.Ela desamarrou a corda de seus pulsos e a jogou longe, e então, o virou de frente para verificar melhor seu estado. Ela olhou com atenção para aquele homem, e sentiu uma pontada em seu coração.
Talvez por ver uma pessoa naquele estado lastimável.Presumiu que quem fez aquilo com ele, o queria morto e muito bem morto.
Pensou em talvez o conhecer de algum lugar, mas sabia que não. Ele não se parecia com ninguém de sua cidade, ou vizinhança.
Caso contrário, com certeza lembraria.Tentou tirar aqueles pensamentos da cabeça, e foi fazer o óbvio. Verificar se ele ainda estava vivo, se havia batimentos cardíacos.
Ele não parecia respirar naquele momento.
Verificou se ele tinha alguma pulsação, mas para seu desgosto, não conseguiu sentir nada.Então, como aprendeu em seus muitos anos de profissão, seguiu para o lugar mais óbvio, o coração.
Mas ali, havia uma marca de sangue naquele local e quando abriu o casaco, viu que ali tinha um ferimento comparado a um disparo de arma de fogo. Ela sabia, pois quando enfermeira, já viu muito isso nos hospitais em que fez estágio, antes de se profissionalizar na área.Ela se abaixou e tentou ouvir algum batimento naquele local. E para seu alívio, ele batia, muito fraco, mas batia.
Ele não estava nada bem.
Logo pegou seu celular, que estava ligado ao fone de ouvido, o desconectou e ligou pra uma ambulância. Estava um pouco nervosa com o que poderia acontecer com ele se a ajuda demorasse por muito tempo, mas precisou se controlar para dar as informações necessárias. E logo após isso, ficou à espera ali, do lado dele até o socorro chegar.― O que fizeram com você? ― tentou limpar um pouco a areia que estava em seu rosto com as mãos.
Percebeu uma certa familiaridade com aquele homem desconhecido. Não sabia dizer o porquê tinha ficado tão afetada por vê-lo quase morto, mas sentiu-se tomada por um sentimento de angústia enquanto estava ao seu lado e os minutos se passavam devagar.
Sabia que um segundo sequer, seria indispensável para sua sobrevivência. Enquanto estava ao lado dele, ficou o observando por um longo tempo, até a impaciência começar a lhe consumir devido a demora da ambulância.Após alguns minutos angustiantes, a ambulância finalmente chegou.
Fez o procedimento de praxe, que era verificar pulsação, ver se estava com algum osso quebrado e outras coisas mais.
Também verificou se ele estava com algum documento que pudesse o identificar de alguma forma, mas não tinha nada, nem mesmo uma carteira com ele.
Nenhum objeto de valor ele carregava consigo.Perguntaram a Felicity se ela o conhecia, mas ela contou aos enfermeiros como o encontrou. Todos os mínimos detalhes.
Depois de toda essa inspeção, ele foi posto sobre a maca e colocado dentro da ambulância.
Mas não antes de um dos enfermeiros que o atendia dizer:― Acho que este homem não vai sobreviver. Seu estado está muito grave.
― Tomara que você esteja errado. ― ela respondeu e torcia muito para que ele conseguisse sobreviver, mesmo não tendo muitas chances disso acontecer.
Não sabia nada dele, mas presumia que ele tinha uma família, alguém que o esperava em algum lugar. E sabia o quanto seria triste saber que um ente querido seu, havia morrido de uma forma tão violenta.
Também apareceram alguns carros de polícia e a interrogaram também sobre como ela o havia encontrado. Ela repetiu exatamente o que havia dito aos enfermeiros, e logo após, foi liberada pelos mesmos.Sabia que era normal esse tipo de procedimento. E mais, se tratando de como aquele homem fora encontrado.
Ela não foi junto com ele até o hospital, porque estava com um cachorro, e também estava meio suada devido a caminhada.
Mas antes da ambulância partir, ela não deixou de perguntar para que hospital levariam ele e só após isso, a ambulância partiu.
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My Angel - acaso do destino [EM HIATO]
Romance"Segundo o dicionário, Destino é algo que está predestinado a acontecer. Algo que foge ao nosso controle." E é esse mesmo destino, que une Tyler e Felicity. Duas pessoas tão diferentes entre si. Mas com o coração gentil da mesma forma. Enquanto Tyl...