ISABELA

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Acordo me espreguiçando e pensando na noite de ontem com Diego, namoramos tão gostoso, ele é tão carinhoso comigo. Quando me sento na cama me assusto ao ver Rafael sentado na minha poltrona me olhando friamente, me cubro imediatamente com o cobertor pois estou de camisola, ele perdeu todas as noções de limite.

- Rafael você é louco o que está fazendo aqui no meu quarto? Eu não lhe dei a liberdade de entrar em minha casa, por favor saia agora!

- Pergunta errada bebê! Levante e vá tomar um banho, se arrumar pois  estamos indo para Londres comemorar seu aniversário e anunciar o nosso noivado a seus pais. - Ele fala friamente em um tom ameaçador, que estremeço por dentro.

- Você é louco, só pode! Eu não vou a lugar algum com você. - E numa velocidade absurda ele vem em minha direção e com toda a força de seu braço me dá um tapa na cara estralado, ardido, eu dou um grito estrondoso e caio de lado em cima da cama, minha face queima ardendo lágrimas caem, a dor lateja em minha cabeça, ele tem uma mão forte a dor é intensa e custa a passar, neste momento vejo a porta do meu quarto se abrir e uma Maria desesperada aparecer, eu grito por sua ajuda acusando Rafael de ter me batido, quando Maria vem me socorrer é impedida impiedosamente por ele.

- Saia daqui velha maldita! Quem você pensa que é para invadir o quarto de sua patroa? Saia agora antes que eu perca de vez a cabeça. - Se vira para mim e sinto a morte me envolver.

- Isabela sua maldita, olha o que me fez fazer, agora seu rosto ficará marcado, você pagará caro por isso. - Seus olhos estão enormes, cheios de ódio, o medo toma conta de mim, estou deitada, encolhida na cama, meus lábios tremem, choro compulsivamente.

- Cansei de fazer o papel de idiota, você está encerrando essa sua vidinha medíocre aqui nessa cidade de merda, voltaremos para São Paulo agora e anunciaremos para todo o estado nossa união. Cansei de ser chacota na boca de meus amigos, e se você não me obedecer eu acabarei com os idiotas de seus pais, IDIOTAS que não sabem se quer dar limites a você, fazendo seus gostos. - Rafael continua, possesso, não o reconheço.

- Bem vinda a vida real querida, pagará por toda humilhação que me fez viver até hoje, acabará com essas frescuras de bagunça sentimental, comprarei uma casa e se não me obedecer direitinho, dormirá no porão depois de ser surrada, o que educa é surra, coisa que nunca teve na vida, por isso é cheia de ideologias fajutas, terei prazer em ser seu inferno astral!  Agora se adiante e vá se arrumar, ordenei que Sônia fizesse sua mala para Londres pois com certeza as roupas daqui não são adequadas para frequentar os lugares que iremos lá. Vamos logo. - Me levanto zonza, para ir tomar meu banho, Maria está parada no cantinho da parede, peço que saia, temo por ela, Rafael está irreconhecível, tento pegar meu celular mas não encontro.

Enrolada em uma toalha entro no meu quarto já de banho tomado, respiro aliviada por ver que ele não está aqui. Me arrumo e desço para a cozinha a procura de Maria. Chego a sala de jantar e Rafael vem a minha direção.

- Ponha essa bolsa térmica de gel no rosto, liguei para meu amigo que é médico e ele me indicou uma pomada, mandei comprar para passar no seu rosto, não quero que seus pais saibam de nada, está me ouvindo bem? Você precisava de uma lição e eu dei, desista desse curso idiota e não me tente mais, sua lista já está grande e pagará caro por cada item dela. - Tento acabar com o meu desespero, mas cada palavra que o Rafael pronuncia soa como uma ameaça, eu não quero acabar a minha vida ao seu lado.

- Porque isso? - Balbucio morrendo de medo.

- VOCÊ AINDA OUSA A ME PERGUNTAR O PORQUE? -  Rafael levanta gritando, pega a cadeira  e a lança na parede, eu grito em desespero, subo as escadas correndo em direção ao meu quarto, tento fechar a porta mas ele é mais rápido, ponho toda a força de meu corpo para tranca-la mas é impossível, desisto e ele a abre me jogando no chão, me levanta puxando pelos cabelos, lança-me na cama, parece que estou vivendo um filme de terror. - Ordinária, nem posso te dá uma surra como merece, mas o que é seu está guardado, não me afronte mais. - Estou estirada na cama, ele sobe em mim, prendendo meus braços, aproxima nossos rostos, viro o meu, sinto nojo, asco dele, que grita e cuspes saem de sua boca por causa da brusquidão da força ao proferir as palavras. - Seu papai, QUERIDA, havia me pedido que te acompanhasse durante a viagem de jatinho para não ir sozinha, me informou desde quarta-feira, não te avisei pois anda me ignorando, recusando as minhas ligações, me fazendo te palhaço, mais uma vez, então deixei para te surpreender hoje, porém quando foi ontem a noite ele desfez o pedido por causa da putinha de sua prima que quer fazer uma festa surpresa para você, então ele me ligou ontem desfazendo a viagem e contando das suas peraltices, me informando sobre esses comportamentos levianos que você adquiriu desde que se mudou, tomando-os como evolução, o engraçado é que descobrir que a senhorita anda muito rueira não é? Está indo para festas, chácaras e agora essa de querer curti aniversário longe! Não querida, você é minha e te colocarei no meu jeito, ou quem pagará caro serão seus pais, ou pensa que não sei que aquele ladrão sonega impostos? - Ele me beija com força e acaba machucando meus lábios o gosto de sangue se espalhe em minha boca, estou arrasada. Rafael se levanta, ajeita seu terno com uma elegância única e maligna, passa a mão por seu cabelo escuro cheio de gel, penteado para trás e seu olhar fatal me atinge.

O teu amor me cura! [COMPLETO] - Revisão em breve!Onde histórias criam vida. Descubra agora