Abri meus olhos assustada e senti uma dor repentina se espalhando pelo meu corpo. Minhas costelas pareciam estar sendo chutadas e meu olho direito doía como se eu tivesse levado um soco na cara. Olhei para o relógio para ter certeza da hora, pois o céu do lado de fora ainda estava totalmente escuro. Como previsto eram apenas seis e vinte da manhã e eu precisava ir para o colégio. Era minha chance de encontrar todos que estavam preocupados comigo e acalmar seus nervos.
Sentei no sofá-janela esperando a dor passar, mas o medo fazia minha respiração ficar entrecortada. Tentei controlar ela, pois doía a cada movimento dos meus pulmões intensificando a dor a cada minuto.
Com as mãos agarradas ao parapeito da janela como as mulheres grávidas fazem quando estão para dar à luz, contei até dez. A diferença era óbvia, eu não estava grávida, mas ajudou e a dor foi passando lentamente sumindo do meu corpo.
Preocupada fui ao banheiro para ver a situação do meu rosto, meu olho estava inchado. Como isso foi acontecendo? De frente para o espelho inspecionei mais, tinha envolta dele um tom de vermelho arroxeado, exatamente como um hematoma causado por um soco. Ainda analisando notei quando o vermelho mudou para um tom diferente e foi se extinguindo, voltando a ter a mesma cor da minha pele pálida.
Eu estava com medo e eu não podia fazer nada, não sabia o que estava acontecendo. Só poderia ser bruxaria. Mas eu não tinha pisado no calo de nenhuma bruxa. Estava apenas há um mês na cidade e a única bruxa que conhecia era Rebekah. E eu tinha certeza de que ela não faria isso comigo.
Voltei para o quarto com a sensação de que precisava falar para alguém. Não iriam acreditar. Eu sabia disso. Eu estava em uma situação estranha com eles porque ainda não sabiam o motivo de eu ter fugido. Iriam pensar que estava apenas tentando chamar a atenção.
Só uma pessoa acreditaria em mim. Daimen. Ele me protegeria e tentaria me ajudar... Daimen. Mas eu não podia contar para ele também. Ele estava se preparando para viajar e isso só o manteria aqui. Alcancei meu celular sobre o criado-mudo e disquei o número dele. Eu era egoísta ao ponto de querer isso.
Depois de esperar alguns segundos, ouvi a mensagem da caixa postal.
— Oi, aqui é Daimen. Não posso atender agora, mas deixe seu recado que ligarei quando puder — Sua voz um pouco rouca na mensagem gravada tinha o poder necessário para me acalmar.
— Daimen? Sou eu. Não quero fazer sua cabeça para desistir de viajar, mas gostaria de ver você de novo, se você ainda não foi.
Desliguei, sentindo o arrependimento crescer dentro de mim. Seria ruim a reação dele ao saber o que estava acontecendo comigo, ele iria sem dúvidas desistir da viagem para tentar descobrir o que estava acontecendo. Então, ficaria magoado por não ter nenhuma pista.
Virei-me na direção do banheiro para tomar banho e levei um susto ao encontrar Daimen parado atrás de mim. Seu cabelo estava molhado, o que significava que quando liguei ele estava tomando banho. E eu o atrapalhei como iria atrapalhar quando dissesse sobre os machucados.
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As 12 Chaves 1: O Retorno (Concluída)
FantasyAtelina evitou por anos voltar à sua cidade natal, mas graças a irmã casula que foi presa por infligir as leis das constituições na comunidade de Anjos Terrestres e Vampiros, ela é obrigada a permanecer na cidade por meses. A cidade para ela é o cen...