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O rangido das janelas ao serem abertas e fechadas pelo vento forte que soprava ferozmente naquela noite ecoam pela mansão abandonada.
Uma mansão que a diversos anos atrás era cheia de vida, agora resta somente ruínas em meio a marcas de sangue espalhadas por seus diversos cômodos e corredores.
Um massacre ocorrera naquele lugar.
Na entrada, o que temos? Um círculo mágico feito com sangue, um pentagrama desenhado em seu centro... Um demônio selado.
Fadado a passar a eternidade preso em um tormento interminável. Por quê? Talvez por ter causado um caos incomparável durante toda sua existência sem sentido... Ou talvez por falhar em proteger a única que o tirou da escuridão e lhe deu uma razão para viver.
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Aproximadamente 100 Anos Atrás
Uma garota corria desesperadamente pela floresta, fugindo de caçadores. Enquanto corria, a jovem tentava lembrar de algum feitiço, sabendo que deveria ter ao menos pego seu livro para lhe ajudar a fugir daqueles que tanto queriam sua morte.
Três caçadores a perseguiam. A garota fora pega tentando fazer um contrato com um demônio, que aliás morrera na mão dos caçadores antes de ser capaz de devidamente cumprir sua parte no contrato que era de proteger a garota, não conseguindo fazer nada além de lhe dar tempo para correr até a floresta que cercava um lado da cidade enquanto o mar lhe cercava o outro.
A floresta estava silenciosa. Enquanto corria, a garota que pouco enxergava uma árvore em sua frente parecia ter encontrado um caminho. Algo a guiava. Não muito longe, ela avistou uma mansão.
O lugar ainda era belo, de fato, mas era visível que fora abandonado. Tudo estava perfeito, janelas fechadas assim como o portão, exceto que as plantas da floresta se misturavam àquelas do jardim e cobriam as paredes da mansão, provavelmente algum animal ou outro viveria ali também.
O portão apesar de fechado estava destrancado, algo que a garota só percebeu após tentar passar por cima e cair quando, com um alto rangido, o portão da mansão se escancarou.
Se recuperando da queda, após ouvir o som de algo andando pela floresta não muito longe, ela pensou ter visto a luz de tochas que se aproximavam gradativamente e rapidamente se pôs de pé apesar do corpo dolorido, seguindo até a mansão e torcendo que pudesse se esconder ali até que os caçadores desistissem de procurar por ela.Ao invés de procurar por meios alternativos de passar, dessa vez a jovem bruxa caminhou diretamente até a porta da frente da mansão e girou a maçaneta, percebendo que a porta também estava aberta. Diferente de como ela deixou os portões para o jardim escancarados, após entrar na mansão ela fechou a porta logo em seguida, caminhando alguns passos e olhando ao redor.
No interior da mansão os móveis mais próximos do centro da sala estavam quebrados, poucos se conservavam inteiros e, apesar disso, o chão e as paredes do lugar estavam perfeitamente empoeirados. Não haviam sinais de luta ali, apenas móveis destruídos, poeira por toda a parte e um círculo no chão com um pentagrama azul desenhado dentro dele. A escada que levava ao segundo andar se encontrava em perfeito estado.
Desviando do círculo ao ir até a escada, ao subir ela olhou para os lados e encontrou uma porta aberta ao fim do corredor. Nesse momento, uma sensação estranha envolveu seu corpo fazendo com que se tornasse difícil suportar a vontade de seguir em direção ao quarto, em direção ao que estava guardado ali dentro.
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Memórias Desconexas
FantasyUm conjunto de diversas histórias que, apesar de não fazerem sentido inicialmente, se passam no mesmo mundo.