O início de tudo

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 Minas Gerais


Eu me despedi dela, dizendo que a amava e que logo ela iria para onde eu estava, 1 ano e pouco de namoro, eu só queria sair dalí, voltar pra minha casa, meus amigos, minhas farras.

 _ eu te amo tanto, tá doendo demais te ver partir, é como se uma parte de mim fosse levada consigo. Bruna fala com lágrimas no rosto.

_ eu te amo e, logo nos encontraremos minha pequena, não fica assim, você vai ficar comigo de novo. Eu juro. 

Falo eu, tentando esboçar sentimentos, eu não os tinha. Tento chorar, mas não consigo. 

A Bruna era muito sincera e emotiva, se entregava de uma forma incrível às oportunidades da vida, ela me ensinou algo que alguém ensinou a ela, "eu te amo não é o mesmo que eu também, ou eu também te amo" e trouxe isso comigo até hoje. Ela possuia 1.59m de alturas, todos bem distribuídos, cabelos negros e liso, mais uma pele de cor jambo, um olhar sincero e penetrante, não tinha uma boa relação com a mãe, disputava seu amor com o irmão, Mirio, que por sinal, não gostava muito de mim, eu não tinha nada contra ele, era tão irrelevante. Mas não o culpo por essa falta de reações positivas, eu nunca fui flor que se cheire na vida dele, ou deles. 

Martha

Martha era a mãe da Bruna, uma mulher forte, separada de um agressor, mãe solteira de dois filhos "adolescentes",   mas que anseiava por um amor, por uma sensação que a tirasse da realidade, era parecida comigo em alguns aspectos, por isso que a amei como minha referência materna e como minha melhor amiga. Ela nos entendia, aceitava-nos como se nada mais la fora importasse, ela costumava dizer "Fiquem juntas em casa, tenho medo do que o mundo possa fazer a vocês". 

Nós costumávamos ser impussívas, saíamos para fazer compras juntas, a Martha costumava dizer, 

_ Leticia, por favor não me deixa comprar nada. 

Mas eu ficava me perguntando se a temática do dia não era justamente fazer compras. Amava essa confusão nela, eu amava tudo nela.

Saía sempre falando que queria comprar uma calça, um short que combinasse com alguma coisa, mas sempre que chegava em qualquer loja, esquecia-se de si mesmo e comprava somente coisas para os filhos.

_Poxa Martha, sinto tanto sua falta. 

Sempre busquei a aceitação em minha mãe e tive minhas expectativas frustradas, ela é evangélica e sempre impôs que isto era uma falta de Deus e um excesso de pomba gíria. Me desconheceu no momento em que preferi minha felicidade e não permiti que comandasse minha vida. Eu era um ser humano, mas ao lado dela, me sentia uma cobaia de expectativas frustradas. Dói saber que fui negligenciada e abandonada desde os 13 anos, mas eu preferi esse rumo, faria exatamente da mesma forma. 


Despedida


Sou chamada no portão e, antes de pegar o avião, eu esqueço de olhar pra trás, mais uma vez. Não sei se foi porque a dor de imaginar que ela estivesse chorando fosse acompanhar a minha viagem e, seria demasiadamente culposo, pois eu só conesguia sentir-me feliz. 


Ceará


Ao descer do avião, me vem aquele mormaço infernal que só quem convive suporta por muito tempo, um verão estagnado. Encontro meus pais em mais uma tentativa de sobrelevar sentimentos.

 _ Como foi a viagem minha filha? Minha mãe fala tentando quebrar o gelo, como se ela realmente se importasse.

_ foi tranquila, mas eu acho que não gosto de aviões. Rebato tentando ser agradável.

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⏰ Last updated: Oct 10, 2019 ⏰

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Sem sentimentosWhere stories live. Discover now