Capítulo 2

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2 mês já haviam se passado, a turnê havia sido anunciada em setembro e estávamos em meados de novembro quando acertávamos os últimos detalhes dos shows do McFly no Brasil. Eles começariam a tour pela Inglaterra em novembro, para ser mais precisa, amanhã. A volta oficial da banda ocorreria em menos de 24 horas e eu estava pilhada para pegar o máximo de detalhes da produção inglesa e tentar fazer o mesmo aqui.

Eu estava no meu escritório com as portas fechadas e redigindo um header sobre os locais dos shows que aconteceriam no Brasil; havíamos sidos contratados para ser a produção em solo Brasileiro, iríamos produzir ao total 5 shows e eu estava tão pilhada e ansiosa que Luca me deu de presente um combo com várias sessões de massagem em uma das clínicas do nosso prédio comercial; quando o mesmo bateu na minha porta e entrou após eu gritar um "entra".

- Olá, ocupada? – perguntou levantando a sobrancelha, ele estava parado na minha porta ainda segurando a maçaneta, usava calças jeans e uma blusa lisa cinza que acabou levantando com o movimento e deixou a mostra a sua tatuagem que circulava o braço, labaredas de fogo.

- Claro, precisamos falar sobre algo dos shows do McFly ou é sobre outro evento? – perguntei dirigindo o olhar para o computador, queria terminar esse header o mais rápido possível e ir para casa descansar. Nesse fim de semana não teríamos evento então eu estava de folga apesar de nunca estar realmente de folga.

- Nem um e nem outro, moça. – ele entrou na minha sala e fechou a porta – O financeiro já foi embora e o marketing também... – levantei o olhar do computador e o vi me olhando de uma sedutora e um sorriso torto no rosto.

- Isso implica que já está na hora de irmos embora também? – eu disse me afastando do computador e cruzando as pernas enquanto juntava as mãos e colocava o queixo nelas, fazendo cara de pensativa para tirar graça com ele, que em seguida riu e se aproximou mais de mim.

- Eu tenho uma ideia do que podemos fazer antes de irmos, sabe?! – ele sussurrou perto demais de mim.

- O que seria isso, Luca? - eu disse já com a voz falhando e os olhos focados na sua boca carnuda e vermelha, o cara era gato demais.

- Talvez... – ele colocou a mão no meu pescoço me segurando forte por ali – a gente possa... – colocou a boca na minha num beijo que começou devagar até se tornar um beijo tão forte que ficamos sem fôlego quando ele interrompeu – continuar fazendo isso.

Ele me levantou da poltrona em um puxão pela minha cintura e assim que fiquei de pé, colei a minha boca na sua. Apenas alguns minutos depois já estávamos despindo um ao outro e enquanto ele me sentava na minha mesa. Olhei para as janelas da minha sala que eram enormes e interrompi um dos beijos para falar:

- Ok, a gente vai mesmo transar com as cortinas abertas? Fecha primeiro, por favor.

- O quê, gata? Pensei que você gostasse do risco de alguém ver a gente transando. – ele riu.

- Ah claro, que lindo os outros prédios comerciais vendo a nossa transa. – rimos e ele me beijou forte mais uma vez.

- Eu não me preocupo nem um pouco que me vejam pelado e você é gostosa demais pra ter vergonha do seu corpo. Então vamos lá, isso aqui vai ser um belo show pra quem quer que esteja assistindo. – rimos mais uma vez e assim que ele me beijou com uma certa urgência,não paramos pra conversar novamente.

Cerca de uma hora depois estávamos suados, apesar do ar da minha sala, e jogados no sofá de couro que havia lá. Levantei e comecei a me vestir e Luca me dirigiu um olhar confuso.

- Você não dá o braço a torcer mesmo né?

- Não entendi... – falei virando para lhe olhar enquanto abotoava o sutiã.

- Da primeira vez que a gente transou você disse que só queria sexo, sem carinho e sem nada. Passou o tempo e você continua nessa de não se dar ao luxo de ficar deitada ao meu lado por um momento antes de levantar e colocar tua capa. – o olhei surpresa e o vi sentando no sofá e catando as suas roupas para vestir.

- Hm, Luca? A gente transa e depois você vem querer fazer briga? Que merda?!

- Não tô fazendo briga, Sabrina. Só tô... Ah sei lá.

- Não, você começou, agora termina vai.

- Merda, são 2 anos, Brina. 2 anos trabalhando juntos, 1 e meio nessa amizade colorida e apesar de a gente já ter dormido juntos, parece que pra ti só importa o sexo.

- E pra você não?

- Talvez não... – ele se aproximou – Acho que a gente já tá velhos demais pra ficar nessa sabe?!

- Nessa o quê, Luca? Pelo amor de deus. – eu falei realmente preocupada com o rumo que essa conversa tava tomando.

- Eu tenho 26 anos, Sabrina. Eu saio e me divirto mas eu gosto do que a gente tem e eu deixei de me relacionar com outras pessoas porque não queria acabar isso aqui. – ele gesticulou com a mão o espaço entre nós - Que merda, custa você ser um pouco menos casca dura e deixar eu me aproximar mais? Eu gosto...

- Do seu emprego. – eu disse firme – Gosta tanto que não vai se deixar levar emocionalmente a ponto de correr o risco de a gente atrapalhar a nossa equipe impecável por algo que não possa dar certo. – eu falei me sentando para calçar os saltos.

- PORRA SABRINA! – ele falou alto enquanto passava as mãos nos cabelos negros. – Ok, se essa é a sua palavra final sem nem mesmo me deixar terminar, não posso fazer nada. – ele foi em direção a porta e a abriu, virou para me falar – Mas você me ensinou que temos que tentar coisas novas antes de recusar de cara algo que poderia ser maravilhoso. - Ele bateu a porta e me deixou ali parada em pé.

Ele tinha razão, já havia se passado 1 ano e meio desde que havíamos ficado pela primeira vez e eu gostava da nossa dinâmica mas também era verdade que nenhum de nós havíamos nos envolvido com outras pessoais além de encontros casuais. Será que ele esperava algo de mim? Algo que eu poderia estar reprimindo a tempos para não atrapalhar a empresa? Será que eu havia acabado de recusar algo que poderia ser maravilhoso sem nem ao menos tentar?

Balancei a cabeça tentando tirar aquilo da cabeça e me voltei para a mesa bagunçada após o sexo que havia rolado por ali. Arrumei tudo e me sentei na poltrona, abri o computador e voltei a fazer o meu trabalho.

O meu trabalho era a única coisa, nesse momento, capaz de tirar da minha cabeça algo que poderia futuramente me prejudicar.

Eu estava cansada de me dar mal com o amor e relacionamentos, já o meu trabalho me libertava. E foi nele que eu foquei no resto da noite, saí da sala quando o relógio da minha mesa bateu 22 horas, fiquei 3 horas a mais do expediente.

Fechei o escritório e fui direto pra casa, assim que cheguei tratei de comer algo e tomar banho. Dormir agora era a melhor opção, mas a realidade foi que passei a madrugada me remexendo na cama tentando retirar o que Luca havia me dito mais cedo.

"Mas você me ensinou que temos que tentar coisas novas antes de recusar de cara algo que poderia ser maravilhoso."

Estava eu cometendo um erro? 

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⏰ Última atualização: Oct 09, 2019 ⏰

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The Backstage Of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora