Assim que começou o horário de almoço e o café foi finalmente aberto, o movimento lá dentro aumentou consideravelmente, deixando todos muito ocupados, andando de lá para cá atendendo aos clientes que chegavam.
Levavam pedidos de um lado a outro, sem interrupção.
Felicity estava atendendo uma mesa quando sentiu seu celular vibrar no bolso traseiro da calça. Ela anotou o pedido de todos na mesa, entregou a kendall e foi atender ao telefonema na área dos funcionários.Quando olhou no visor do celular, percebeu ser sua amiga khristie, a enfermeira do hospital onde o desconhecido estava internado. Intrigada, ela atendeu no segundo toque, pois não era costume ela ligar naquele horário, pois sabia que ela podia estar trabalhando.
Algo deve ter acontecido, sua mente lhe alertou.― Oi, khristie. ― a cumprimentou.
― Oi, Fê. Eu preciso muito falar com você. ― falou em tom de urgência, deixando Felicity ainda mais apreensiva quanto ao verdadeiro motivo daquela ligação.
― Aconteceu alguma coisa, khris? Você nunca me liga nesse horário. ― perguntou.
― Não posso adiantar nada por telefone. Preciso que você dê uma passada aqui no hospital, ainda hoje.
― Será que não pode ser depois? Estou atolada em trabalho. ― realmente não podia sair com o fluxo de clientes entrando e saindo do café a todo momento. Duvidava que seus funcionários pudessem dar conta de tanto trabalho.
― Não. Eu espero você sem falta. E por favor venha assim que puder.
― Ok. Só espero que não sejam más notícias. ― Aquilo estava estranho.
― Só posso dizer que você vai ter uma surpresa e tanto, isso eu garanto. ― ela meio que deixou um sorriso escapar no final da frase. Deixando Felicity ainda mais intrigada.
― Agora você me deixou curiosa, khris. Você não pode me adiantar sobre o que é? Estou super ocupada aqui no café. Talvez não consiga ir hoje. Não pode ser amanhã?
― Não pode, Felicity. ― disse em tom altivo. ― te espero ainda hoje aqui. E por favor, não deixe de vir.
― Vou fazer um esforço. Não garanto nada. ― avisou.
― Felicity, te espero e não aceito um não como resposta.
― Tenho direito de não aceitar? ― brincou pelo jeito mandão dela.
― Não. Você não tem. ― grunhiu. ― agora eu preciso ir. Estou em horário de almoço. Até mais tarde, Felicity.
― Então tá bom. Até mais, khris.
― Até, Fê.
E desligou.
Quando começou o finalzinho de tarde, o café deu uma normalizada no movimento, Felicity achou que poderia aproveitar aquela folga para dar uma passada rápida no hospital e ver o que khris queria com ela.
Não fazia ideia do que sua amiga estava aprontando para pedir sua presença com tanta urgência.Foi até a cozinha e retirou o costumeiro avental de garçonete que usara durante o todo o expediente no café e o guardou em seu armário de coisas pessoais. Cada um dos funcionários tinha um armário particular, onde guardava suas coisas.
Foi ao banheiro e tentou dar um jeito em seu cabelo o desamarrando e o deixando solto. Verificou se precisava de mais algum retoque e viu que não. Não iria se arrumar para uma rápida visita a sua amiga no hospital.
Deu uma desamassada na roupa com as próprias mãos e colocou um casaco na cor caramelo de couro que adorava usar por cima da blusa de algodão branca e foi até seus amigos avisar que sairia um pouco mais cedo. E que eles fechassem o café no fim do dia, já que um deles sempre carregava uma das chaves para quem chegasse mais cedo, pudesse dar uma arrumada no local, antes do café abrir.
Depois de avisá-los, pegou sua bolsa e foi em direção a saída, quando sentiu alguém tocar em seu ombro. Quando se virou, percebeu ser Kendall.
― Fê, você não é de sair cedo, aconteceu alguma coisa? ― perguntou preocupado.
― Nada demais, Ken. Não se preocupe ― o tranquilizou ― Só estou indo resolver algumas coisas. Mas obrigado pela preocupação.
Não queria entrar em detalhes com ele, pois já sabia a opinião dele em relação ao desconhecido. Dentre todos que ela contou dele, ele foi quem teve a pior reação esperada. Ele sempre dizia que ela devia ficar longe dele o mais rápido possível, pois tudo o que poderia fazer com ele, já teria feito. E mais, por não saber de onde ele veio, ou por que estava daquela forma, todo machucado. Ele podia ser um perigo para ela, na cabeça dele.
― Tem certeza? Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? ― perguntou novamente.
Ele queria de todo jeito arrancar alguma informação dela, de algo que ele já desconfiava. Pensava que ela iria novamente visitar o desconhecido e saber como ele estava. Como já fez diversas vezes.
― Sei sim, Ken. E agradeço por isso. Mas não é nada demais, garanto. Agora eu preciso ir. Obrigada.
Se aproximou dele e deu um beijo amigável em sua bochecha. Ele sempre fora muito cuidadoso com ela. E ela adorava isso nele.
― Tcheu, Ken. ― despediu-se já na porta.
― Tchau, Fê.
E ela saiu em busca de seu carro.
Quando o encontrou logo entrou e não perdeu tempo, deu partida e foi em direção ao hospital.
Mesmo com uma cara de cansaço, devido ao exaustivo dia de trabalho no café, ela sabia que não daria tempo de passar em casa antes para se arrumar, teria que ir do jeito que estava.Assim que chegou lá, passou pela portaria, pegou seu crachá como visitante e foi direto atrás de khris. E quem sabe, no final, fazer uma visita para ele.
Passou pelo corredor branco do hospital, área onde ficavam as pessoas que estavam se recuperando, que era a área que sua amiga trabalhava.Naquele horário que já deveria estar passando das 17:00 horas, aquele corredor parecia não ter muita movimentação.
Mal se via algum enfermeiro, ou visitante transitando por ali.
Andou mais um pouco por todo aquele corredor branco e cheio de portas por todos os lados, ela avistou khristie, que saía de um dos quartos.
Que logo a avistou se aproximando.― Oi, khris. Vim o mais rápido que pude. ― Felicity disse ao cumprimentá-la com uma abraço. Como sempre faziam quando se viam.
― Estava mesmo à sua espera ― khris respondeu, assim que saiu do abraço. Ela não estava com uma cara de quem estava prestes a dar uma má notícia. Muito pelo contrário, estava com um sorriso bastante sugestivo no rosto. Tornando aquela situação ainda mais intrigante para Felicity.
― Você vai me dizer o porquê de tanta urgência ao me ver? Ou quer que eu adivinhe?
― Não vou te dizer. ― respondeu vendo Felicity levantar uma sobrancelha ― Você vai ver com seus próprios olhos. Me acompanhe, por favor. ― ordenou e ela o fez.
― Ok... Espero que valha a pena ter vindo aqui. ― disse ansiosa. ― para onde você está me levando?
Khris estava a levando para um dos quartos daquele imenso corredor, que Felicity só conhecia por fora, quando vinha visitar Tyler de vez em quando e queria falar com ela. Nunca chegou a entrar em nenhum, já que ele estava em outro corredor e ainda em coma profundo.
― Sem perguntas por hora. ― parou em frente a uma porta branca, ainda fechada. E felicity instintivamente ergueu as sobrancelhas não entendendo nada. Aquilo não fazia sentido algum.
A única pessoa que conhecia internado ali, estava a um corredor de distância dali.
Não poderia ser ele.― khris… ― pediu alguma explicação.
― Fê, só entra. E depois conversamos, ok? ― e saiu deixando ela completamente confusa.
― Ok... isso foi bem estranho. ― pensou alto.
Respirou fundo e colocou a mão na maçaneta da porta, a abrindo lentamente. Logo após, olhando para o interior do quarto e encontrando algo que jamais imaginara, a deixando sem reação alguma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Angel - acaso do destino [EM HIATO]
Romance"Segundo o dicionário, Destino é algo que está predestinado a acontecer. Algo que foge ao nosso controle." E é esse mesmo destino, que une Tyler e Felicity. Duas pessoas tão diferentes entre si. Mas com o coração gentil da mesma forma. Enquanto Tyl...