𝒪 𝑎𝑧𝑎𝑟

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"O azar sempre vem para aqueles que o temem, ou para aqueles que o merecem" 


Como todo começo eventualmente terá um fim, a vida de dor e sofrimento de Noemi também teria um fim, mas não seria tão simples assim, para acabar com uma dor existe varias maneiras, Noemi nunca foi a mais esperta mas com certeza também não é desprovida de inteligência. Cada segundo dentro da casa fazia ela se sentir mal e pressionada, mas o que ela poderia fazer além de ficar? Não havia meios de sair e muito menos de fugir, sua única opção era ficar.

Limpar a casa, cuidar das crianças e claro da comida, essa eram suas obrigações, falando de forma simples parece que ela tem trinta anos e é casada, tem filho, e a vida quase toda pronta, porém Naomi tem apenas quatorze anos, e tudo que ela faz é a mando de sua mãe. Ela não morava ali, mas sempre tinha que ir lá, era como seu trabalho, tinha que estar lá as treze horas, mas sem horário para sair, se ela não estivesse ali naquele horário, vinham em seu portão infernizar seus dias, diferente dos empregos que há dias que não é necessário ir, como sábados e domingos, isso não acontecia para ela.

-A que horas será que eu vou sair de lá hoje? – Disse Naomi em forma de piada, mas no fundo podia se ver que ela estava triste.

-Que não seja tão tarde igual ontem, tudo bem.

-Ainda não sei o motivo de precisar ir lá todos os dias, ela poderia levantar cedo e ir fazer sozinha. Odeio ir lá.

-Vai ter que ir, não quero sua irmã no portão.

Naomi sai do banheiro, com um olhar triste e melancólico no rosto, como todos os dias, realmente não havia um dia de folga para ela? Afinal era suas férias. Arrumou seu cabelo, deixando os cachos ainda molhados caírem sobre seus ombros, seu rosto branco com algumas espinhas e cicatrizes de outras davam o tom rosado que ela precisava, colocou qualquer roupa, era isso que eu queria dizer, mas ela passou cerca de dez minutos escolhendo o que vestir, apenas para mostrar o seu rosto na rua, e vai que seu crush aparecia por lá.

Depois de alguns minutos enrolando, ela saiu de casa, tentou sua melhor expressão e saiu, não era tão longe assim, mas sempre andava o mais divagar possível com a esperança de nunca chegar lá.

Chegou no portão e seu avô estava na sala, então logo encontrou, já sabia o que devia fazer então, foi longo fazendo sempre na esperança de sair mais rápido de lá. Acordou seus irmãos com um grito que até mesmo o senhorzinho com a audição mais prejudicada reclamaria.

-Todo dia tem que me acordar assim?

-Claro né o caralho, eu tenho cara de despertador? Coloca o celular para despertar já é uma e meia da tarde, enquanto você dorme eu acordo cedo para vim fazer as coisas que eu não deveria fazer.

-Ah sim, a mãe falou que você sai as oito.

-E cadê ela?

-Não vem para casa hoje.

-Então eu saio a hora que eu terminar, até as oito, aiai.

Queria eu poder dizer que o dia-a-dia dela mudou depois de um ano, mas infelizmente durou um pouco mais, dois anos e meio foram assim, aguentando tudo, adquirindo distúrbios, e problemas psicológicos, e nada poderia dizer que poderia piorar, sua sorte foi apenas não apanhar, caso contrario poderia ter ganhado varias lesões, além das que já tinha, por causa de seu ombro não consegui fazer muita coisa com seu braço esquerdo, mas ainda tinha que limpar e cuidar das coisa. Quando o acidente que deslocou seu ombro aconteceu, não teve muito tempo para se recuperar, teve apenas um mês para que ele voltasse ao lugar e grudasse novamente, porem claro que ele não voltou em apenas um mês.

As Outras Que Vieram De Mim. (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora