ESTRELA VÊNUS

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Xadrez amarelo.

Xadrez amarelo era a estampa daquele sofá mofado, que mantinha nossas lembranças vivas contando-as como crônicas fantasiosas vindas de outra galáxia.

Junto dos acordes de meu violão você contava os contos mais lindos de apaixonados infames, loucos de amor, sedentos por sentir a coração do outro bombardear todos os sentimentos para fora. Paixões que acende chamas na alma e alarga o peito de emoção, como se pudéssemos alcançar as estrelas.

Todas as luzes do bairro se acendiam com as maravilhas dos verdadeiros amores que saiam de seus lábios de mel com açúcar cristal rosa.

Romeu e Julieta, Jack e Rose, Bonnie e Clyde, todos invejam seus romances de suspirar os pulmões para fora e sentir a uma lúdica sensação de amor.

Suas histórias e desejos doces como pirulitos, e grandiosos como uma supernova, me acolheram em um romance gostoso.

Até que um dia todas luzes do meu mundo se acenderam, até que um dia os vagalumes dançaram em nossa volta, o violão vibrou e o sofá se esquentou ao sentir meu amor por ti.

Cantando meus versos de amor que saem sem permissão de meu coração coração apaixonado, te admirando, minha Afrodite.

Contadora de histórias.

Histórias que dizem que o eterno não era para sempre. Eterno é aquele momento fugaz que guardamos em nosso interior como um sentimento; momentos não duram para sempre.

Seus desejos, histórias e até seus cabelos de fio de ouro não duraram para sempre, mas são eternos.

E nesse dia os vagalumes pararam de dançar minhas cantigas de amor inocente, o violão parou de tocar, e as luzes de meu mundo começaram a falhar.

Afrodite, criadora de histórias.

Esqueceste de avisar-me que tú não eras para sempre.

Não reconheço esse rosto.

Não entendo essas mãos brancas e gélidas.

Vênus, por que não amas?

Deusa do amor e criadora de histórias, por que falas de amores verdadeiros se não os pratica?

Por que colecionou todos os amores, até o meu e seu, em sua estante de histórias?

Afrodite, colecionadora de história.

Rejeitado, sei que não fui.

Mas hoje o xadrez amarelo do sofá mofado se desmancha em lágrimas vendo os vagalumes apagarem e caírem mortos no chão.

Chão frio e escuro, como o buraco negro em meu coração, me puxando para o centro do planeta e me queimando na solidão de seu núcleo.

Aquelas minhas luzes já não brilham mais.

Errei? Não errei. O amor tem que ser amado; amor tem que ser doído pois ele é eterno, mas não é para sempre.

Por favor Afrodite, colecionadora de paixões profundas de apaixonantes, leve meu romance mas não leve meu amor, deixe-o comigo.

Com esse amor irei construir um novo sofá xadrez amarelo, comprarei um novo violão, para eu renascer os vagalumes e tirar meu mundo da penumbra; pagando a conta de luz. Ajudarei à outras supernovas se descobrirem e se amarem.

Afrodite, a nova estrela no céu.

Iludiu e desiludiu todos os abandonados que ainda tinham esperanças no amor romântico, e deixou esse mundo.

Nos deixou.

Me deixou.

Não a julgo, desde o começo você deixou claro que seu amor não era eterno, até o amor próprio.

Afrodite, Vênus agora é uma estrela.

Tenha orgulho, você ensinou todos os abandonados iludidos a se amarem e acenderem as próprias luzes.

Sorria, estrela Vênus.

Você foi uma ótima história de amor.

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𝐀𝐅𝐑𝐎𝐃𝐈𝐓𝐄: 𝐂𝐎𝐋𝐄𝐂𝐈𝐎𝐍𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 𝐃𝐄 𝐇𝐈𝐒𝐓Ó𝐑𝐈𝐀𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora